Título original: O que resta dos católicos na Itália. Uma pesquisa
por Massimo Faggioli para o jornal Europa
A Igreja Católica Romana é, por definição, o oposto de uma "seita", e a Itália, berço histórico do catolicismo, era considerava até pouco atrás imune a esse fenômeno. Investigado por cientistas políticos e antropólogos, mais do que por teólogos, a questão das seitas tem sido há muito tempo identificada (e com razão) com algumas Igrejas neoprotestantes de marca norte-americana e com alguns "novos movimentos religiosos" que, por experiência dos membros, assumem características totalizantes e limitantes da liberdade espiritual e psicológica individual.
O novo livro de Marco Marzano, recém-publicado (Quel che resta dei cattolici. Indagine sulla crisi della chiesa in Italia, Feltrinelli, 255 p.), aborda a questão da solidez social e antropológica da Igreja italiana e contribui para romper esse tabu (e outros) sobre a natureza do catolicismo na Itália de hoje.
Escrito por um antropólogo, o livro se detém, em particular, ao Norte da Itália e não tem pretensões de completude ao dar um quadro da situação do mundo católico. Marzano entrevista padres, seminaristas, fiéis leigos, catequistas, evitando intencionalmente se confrontar com a Igreja "oficial".
A parte final do livro se detém sobre o fenômeno do Caminho Neocatecumenal, que inspira no antropólogo Marzanoum entusiasmo que é ao menos igual à preocupação com que muitos bispos, teólogos e leigos católicos percebem alguns aspectos – precisamente sectários – do fenômeno.
Mas uma das teses do livro é que o futuro do catolicismo está em uma espécie de "solução sectária": diante de um mundo cada vez menos pronto para acolher o cristianismo, de uma cultura dominante que faz do cristianismo uma relíquia típica da menor idade do homem moderno, e de uma Igreja que parece burocratizada e autorreferencial, muitos novos fiéis estão dispostos a permanecer na Igreja somente em troca de um ambiente social, espiritual e emocionalmente "quente".
Uma segunda tese do livro é que a Itália não está menos sujeita do que outros países a um processo de secularização radical, semelhante ao que hoje é típico de países como França e Inglaterra.
As duas teses são complementares e são um salutar antídoto contra as receitas daqueles que veem como saídas para a "crise da Igreja" um catolicismo "reformado" e modernizado, ou uma derrubada dos bastiões dos muros leoninos e um acerto de contas final com o poder religioso.
Massimo Faggioli é doutor em história da religião e professor de história do cristianismo da University of St. Thomas, em Minneapolis-St. Paul, nos EUA. A tradução desse texto foi feita por Moisés Sbardelotto para IHU Online.
Papa pede aos fiéis americanos reação ao secularismo
janeiro de 2012
Secularismo.
por Massimo Faggioli para o jornal Europa
O novo livro de Marco Marzano, recém-publicado (Quel che resta dei cattolici. Indagine sulla crisi della chiesa in Italia, Feltrinelli, 255 p.), aborda a questão da solidez social e antropológica da Igreja italiana e contribui para romper esse tabu (e outros) sobre a natureza do catolicismo na Itália de hoje.
Escrito por um antropólogo, o livro se detém, em particular, ao Norte da Itália e não tem pretensões de completude ao dar um quadro da situação do mundo católico. Marzano entrevista padres, seminaristas, fiéis leigos, catequistas, evitando intencionalmente se confrontar com a Igreja "oficial".
A parte final do livro se detém sobre o fenômeno do Caminho Neocatecumenal, que inspira no antropólogo Marzanoum entusiasmo que é ao menos igual à preocupação com que muitos bispos, teólogos e leigos católicos percebem alguns aspectos – precisamente sectários – do fenômeno.
Mas uma das teses do livro é que o futuro do catolicismo está em uma espécie de "solução sectária": diante de um mundo cada vez menos pronto para acolher o cristianismo, de uma cultura dominante que faz do cristianismo uma relíquia típica da menor idade do homem moderno, e de uma Igreja que parece burocratizada e autorreferencial, muitos novos fiéis estão dispostos a permanecer na Igreja somente em troca de um ambiente social, espiritual e emocionalmente "quente".
Uma segunda tese do livro é que a Itália não está menos sujeita do que outros países a um processo de secularização radical, semelhante ao que hoje é típico de países como França e Inglaterra.
As duas teses são complementares e são um salutar antídoto contra as receitas daqueles que veem como saídas para a "crise da Igreja" um catolicismo "reformado" e modernizado, ou uma derrubada dos bastiões dos muros leoninos e um acerto de contas final com o poder religioso.
Massimo Faggioli é doutor em história da religião e professor de história do cristianismo da University of St. Thomas, em Minneapolis-St. Paul, nos EUA. A tradução desse texto foi feita por Moisés Sbardelotto para IHU Online.
janeiro de 2012
Secularismo.
Comentários
Veja o perfil da moça no face:http://www.facebook.com/profile.php?id=100003555588629
E quanto a presença do Vaticano não considero isso fator predominante para que a Itália seja mais religiosa. Acho que o México é mais católico que a própria Itália. Até por que as religiões se adaptam melhor onde há pobreza.Exemplo claro e fiel é o Brasil e sua religiosidade digamos que primitiva.
Sim, é um ambiente muito aconchegante!
O badalar dos sinos serve para que os fiéis não se atrasem. É um som que fica na memória prá sempre! As pessoas se vestem com suas melhores roupas, portanto não há evidência de pobreza. O Sacerdote não dá gritos, nem faz admoestações ao diabo. Ninguém pega espírito, não se vê animais sendo torturados e mortos, a música é suave e com combinações instrumentais e vocais muito trabalhadas. No ar, o cheiro leve de cigarro impregnado na roupa de alguns fumantes e também o cheiro de incenso, mas nada de fumo bravo!
Os casais e seus filhos, os noivos, os recém casados, as viúvas, as beatas conformadas com sua posição secundária no evento... Esse é o público das missas!
O Catolicismo é a reserva do tradicionalismo. E essa característica leva à exclusão das mulheres que querem ser sacerdotisas, dos casais gays, daqueles favoráveis ao aborto, das mentes sedentas por respostas objetivas sobre tudo, etc. Esse contingente de insatisfeitos diminui cada vez mais a influência da Igreja nas coisas do Estado. Ou seja, quanto mais o Catolicismo excomunga e exclui, mais fraco ele se torna.
É aconchegante e autodestrutivo.
Postar um comentário