Montenegro: evangélico pesa
pouco em eleição majoritária
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Carlos Augusto Montenegro (foto), presidente do Ibope, deu esse exemplo para afirmar que os votos dos evangélicos não definem eleições majoritárias, como as que se realizarão neste ano para prefeitos.
Ele disse que a força desse segmento do eleitorado é suficiente apenas para eleger deputados e vereadores.
Durante o programa Roda Viva do dia 4, da TV Cultura de São Paulo, o presidente do instituto de pesquisa afirmou que os políticos hoje dão mais atenção a esse segmento do eleitorado por causa do aumento do número de evangélicos.
Nestas eleições, o Rio não terá nenhum candidato evangélico na disputa pela prefeitura, quebrando uma sequência de quase duas décadas. Estima-se que os evangélicos representam 20% do eleitorado, índice que corresponde ao percentual de brasileiros fiéis a essa vertente do cristianismo.
Algumas igrejas, principalmente as do conglomerado Assembleia de Deus, no Estado de São Paulo, já começaram a indicar candidatos aos seus seguidores. É o chamado voto de cabresto.
Com informação da TV Cultura e JB, entre outras fontes.
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Petista diz que religião deve ficar fora da campanha eleitoral.
maio de 2012
Religião na política.
Comentários
Agora ele foi colocado no seu devido lugar!
Não se deve subestimar os religiosos quando eles ficam acuados.
Escolher candidatos que defendam valores parecidos com os seus não é só perfeitamente legítimo, é um apanágio da democracia representativa.
Um estado de direito digno deste nome deve sempre ter mecanismos para lidar com os malucos - que, sim, vez por outra tentarão solapar direitos civis de outros grupos. É pra isso que servem as instituições e os contratos.
Sonhar com um mundo em que "nós" (seja lá quem for) definimos quem tem direito de escolher representantes políticos é flertar com o autoritarismo mais bananeiro.
E concordo com o voto facultativo dito por alguém aí em cima, mas não por esse motivo elitista e preconceituoso de pessoas mais ou menos "esclarecidas". Defendo porque abster-se conscientemente de qualquer escolha é uma posição política tão válida como qualquer outra e não deve sofrer nenhuma espécie de sanção (como as multas por não justificar a ausência nas eleições, como acontece hoje).
Não é preconceito. É que evangélico em cargos de poder não dá certo. Daria, se eles exercessem suas funções pensando em todos e não apenas em quem é evangélico.
na verdade, estão mais preocupados com suas "tradições de marginalização", do que propriamente, com as consequências (boas ou ruins), para a vida das pessoas.
Políticos e pastores evangélicos se preocupam muito com a vida particular das pessoas. Até demais. São muito xeretas. A verdadeira praga bíblica são os políticos evangélicos (além dos evangélicos chatos).
Wickedman
Na questão de poder reclamar, ao contrário: quem não votou não elegeu ninguém, ao contrário de quem o fez, e se sente lesado, tem mais razões para reclamar do que quem elegeu o incômodo. Isto se houver interesse mesmo em reclamar.
Não: estaríamos abrindo mão de escolher um candidato entre os que se colocam. Um não-voto é uma declaração política tão válida quanto um voto, é como dizer "não enxergo meus valores representados por nenhum desses zé-manés e me recuso a tapar o nariz e votar no menos pior". Em democracias avançadas, o absenteísmo é uma medida boa do grau de descrença e insatisfação com a classe política. E descrença e insatisfação podem ser combustíveis para o surgimento de novidades (nem sempre boas, concedo, mas ainda novidades).
De modo que não existe essa conversa de "passar a responsabilidade para outro". Quero ter o direito E A RESPONSABILIDADE de não escolher ninguém e não ser penalizado por isso.
É pedir muito?
Sobre esse negócio de votar ser um incômodo, lamento, discordo totalmente. Nosso sistema eleitoral é um dos mais avançados do mundo, com boa capilaridade, inclusive. A chateação é mínima, mal se registram incidentes. Parece desculpa cômoda para quem não se interessa pelo processo político.
E, se quer saber, não seria má ideia se, levantada a obrigatoriedade, esse pessoal espontaneamente se alijasse do processo.
Veja bem: espontaneamente.
"Quem se interessa por questões políticas forma a elite intelectual [...] que tem o poder de escolha meritocraticamente, de maneira nenhuma autoritário."
"Meritocraticamente"?
O que você defende, então é que a "elite intelectual" "merece" mais votar do que o restante das pessoas? (Pequeno aparte: como você definiria objetivamente essa "elite"? Quantas graduações preciso fazer antes de deixar de ser oficialmente um idiota e "merecer" participar do processo político? Se esse não é o critério, qual é? "Cultura"? Como você define, mede cultura? Mato dentro chácara dentro de floresta sem cachorro...)
Assustador como você não enxerga o autoritarismo por trás dessa ideia.
"Não sejamos tolos e ingênuos: todos são e devem ser iguais em direitos e deveres, mas nem todos tem interesse ou capacidade para julgar da melhor maneira questões sérias."
Concordo, mas essa deve ser uma escolha individual. Se eu não me vejo capaz (intelectualmente, que seja) de votar ou se sou preguiçoso demais para pesquisar sobre os candidatos ou se sou um babaca que acha mais importante assistir futebol do que ir votar, devo ter a OPÇÃO de não votar. Não precisamos de uma aristocracia supostamente intelectual, "iluminada" por sabe-se lá quais critérios arbitrários e institucionalizada tomando decisões por nós.
"Analogamente, para o Poder Judiciário, é preciso passar em concurso público, o que exige, no mínimo, mérito; [...]"
É uma comparação despropositada. Ninguém é obrigado a prestar concurso e os que querem ESCOLHEM aceitar as regras. Hoje, sou OBRIGADO a votar, por força de LEI, ou sou penalizado.
E sobre o Poder Judiciário, antes que algum gaiato fale do STF e suas polêmicas, é um órgão do Judiciário onde os ministros são nomeados pela presidência, ao invés de serem concursados.
Não deveria ser.
Não tenho nenhum problema com a palavra; aliás, me coloco (e provavelmente grande parte dos que acessam este blog, dada a temática) entre esse grupo, sem piscar um segundo. Convenhamos: num país de 20% de analfabetos funcionais, isso não é nenhum feito.
Meu problema é com o papel que você pareceu defender para essa elite, porque, naquele caso, teríamos as dificuldades taxonômicas, por assim dizer, que eu mencionei. Além de cassar a representatividade das demais pessoas.
"O que estou dizendo é que há uma correlação entre maior interesse e maior grau de informação [...]"
Concordo. Contanto que os indivíduos sejam livres para decidir participar ou não das eleições, não parece haver mal se a elite sobressair numericamente.
E compartilho da antipatia ao politicamente correto.
Quero ter o direito E A RESPONSABILIDADE de não escolher ninguém e não ser penalizado por isso.
Sério? Você pode não ter escolhido candidato X porque a plataforma dele não te agrada, mas se ele ganhar você estará sujeito ao que ele pode fazer.
E muita gente realmente vê como incômodo a obrigação de sair de casa pra votar. Não é questão de concordar ou não, isso acontece. Nós podemos ter o sistema de votação mais avançado do mundo, mas é o sistema mais cômodo? Não é. Não é perfeito e nunca será, até porque perfeição é uma utopia humana. O povo quer é comodidade. VocÊ pode não achar certo, mas é fato.
A maioria dos políticos não trabalha para a população. Tanto evangélicos, como católicos, ateus, etc.
"A dona lagartixa voltou" - kkkkkkk
Falando sério, a frase:
"É que evangélico em cargos de poder não dá certo."
é uma generalização absurda. Essa frase é preconceituosa.
Como atualmente são 63 deputados e 3 senadores na bancada evangélica(1), o que é bem inferior aos 20%, podemos esperar um crescimento dessa bancada nos próximos anos.
1 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Bancada_evang%C3%A9lica
Se assim não fosse, como existem cidades onde os prefeitos são evangélicos, e fazem suas campanhas em preceitos tão somente evangélicos? Pode rodar muitas cidades e observar que os prefeitos são pastores, donos de igrejas e etc... acha que não foram os evangélicos que definiram suas eleições? A Rosinha, prefeita de Campos dos Goytacazes/RJ, que o diga...
Em tempo: o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Rodrigo Maia, tem como candidata à vice a Clarissa Garotinho, que é evangélica – filha do Garotinho e da Rosinha Garotinho.
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