Orações da professora de história às vezes durava até 20 minutos |
A secretaria alegou não ter encontrado indício da ilegalidade na Escola Antônio Caputo, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
O aposentado Sebastião da Silveira, 64, praticante do candomblé e pai do estudante de 15 anos, denunciou a professora, que é evangélica, porque o seu filho, por se recusar a orar, estava sofrendo bullying por parte de seus colegas de classe. O garoto está tendo ajuda psicológica para superar o trauma.
Silveira não se conformou com a decisão da secretaria e disse que se trata de uma articulação da direção da escola para acobertar a intolerância religiosa da professora Roseli. Afirmou que a secretaria agiu de modo diferente em um caso posterior, afastando a diretora de uma escola de Itapecerica da Serra que fazia os alunos orarem antes das aulas.
“Eles [diretores da escola] subestimaram a minha inteligência", disse. "Sempre tentaram fazer a defesa dela (Roseli), mas alguém vai ter de se responsabilizar por tudo o que meu filho sofreu."
Maria Emília Campi, presidente da Afecab (Associação Federativa da Cultura Afro-Brasileira), disse que, no caso de São Bernardo, prevaleceu o corporativismo. “Estou abismada.”
Roseli se encontra afastada por motivo de saúde. Ela tem contado com o apoio jurídico da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
O Ministério Público estava aguardando o término da apuração da secretaria para decidir se abre um processo judicial contra a professora. O órgão deverá anunciar a sua decisão na próxima semana.
Damaris Moura, presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB, lamentou a decisão da secretaria. Ela disse que a secretaria deveria usar a intolerância da professora e o bullying para discutir nas escolas que a liberdade religiosa tem de ser respeitada.
abril de 2012
Religião no Estado laico. Intolerância religiosa.
Comentários
Que mistério, hein?
Deixa eu tentar adivinhar se o soberano e isentíssimo Ministério Público - que acusa o pastor Malafaia de "pregar violência", que censura livros de padres e pastores, que tenta tirar programas religiosos da TV - irá processar a professora cristã ou não.
Que triste.
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