Judeus e muçulmanos pressionam os governantes
O Parlamento alemão aprovou resolução garantindo aos judeus e muçulmanos o ritual da circuncisão de seus filhos, de acordo com suas respectivas tradições religiosas.
A decisão visa neutralizar a sentença do Tribunal de Colônia que proíbe a prática por considerá-la equivalente a uma “agressão corporal” e da qual as crianças precisam estar protegidas.
Essa proteção, no entendimento dos juízes, prevalece sobre a liberdade religiosa.
Embora a decisão do Tribunal não tenha validade nacional, líderes judeus e islâmicos de toda a Europa se uniram para pressionar o governo alemão. Existem no país cerca de 120 mil judeus e 4 milhões de muçulmanos.
A chanceler Angela Merkel começou a falar que a Alemanha ia garantir a realização do ritual quando alguns rabinos apelaram ao sentimento de culpa dos alemães. Eles compararam a decisão do Tribunal à perseguição que os judeus sofreram durante o nazismo e citaram o Holocausto.
A resolução teve o apoio dos dois partidos de sustentação ao governo e da principal agremiação de oposição.
Mas discussão sobre a validade da mutilação continua em debate no país. Uma pesquisa mostrou que 50% dos alemães acham que as crianças deveriam ser poupadas desse ritual.
O deputado democrata-cristão Günter Krings disse que, embora tenha votado a favor da resolução, a circuncisão deve continuar a ser questionada, mas não “sob a espada de Dâmocles”, referindo-se às acusações de rabinos.
> Com informação das agências.
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