A expansão evangélica no Brasil recuou de 120% na década de 1991-2000 para 62% na de 2001-2010. Embora não tinha obtido destaque no noticiário, esse dado é o fato novo revelado pelo Censo 2010, porque informações como a da queda do catolicismo já tinham sido previstas por pesquisas parciais.
Essa constatação é de Paulo Ayres Mattos, estudioso do pentecostalismo e bispo emérito metodista. Para ele, esse declínio no ritmo de crescimento das igrejas evangélicas não pode “ser ignorado” por quem acompanha com seriedade as mutações religiosas do país.
Ele disse que, no seu entendimento, a perda de fôlego da expansão evangélica se deve às transformações sociais que possibilitam que as pessoas busquem soluções “racionais” para os seus problemas, descartando a expectativa de obtenção de milagres.
Além disso, afirmou, tem havido uma reação católica por intermédio do movimento da renovação carismática, que se utiliza de músicas gospel e outros recursos do pentecostalismo. “[Isso] está estancando a sangria nas fileiras católicas, principalmente em setores da classe média.”
“Ser pentecostal [católico], falando línguas estranhas e fazendo milagres, além de poder continuar com a Virgem Maria e os santos venerados mais o papa, sem quebrar a liturgia e a ordem do catolicismo, é muito atraente para o sincretismo histórico do campo religioso brasileiro”, disse.
Por essa análise, o Brasil, diferentemente do que tem sido previsto, não terá uma população de maioria evangélica.
Mattos afirmou que compartilha da intuição do estudioso de religião Paul Freston, da Universidade de São Carlos (SP), segundo a qual no médio prazo os evangélicos vão crescer no máximo até 35% da população, estabilizando-se nesse patamar.
“A história dos movimentos religiosos no mundo ocidental mostra que os novos movimentos surgem, crescem, se estabilizam e, finalmente, experimentam sua estagnação.”
Ele acredita que vai se manter a tendência de as pessoas se afastarem das religiões organizadas, que estão ficando cada vez mais desacreditadas por causa dos escândalos de suas lideranças.
Mas isso não significa, argumentou, que as pessoas estão perdendo a sua religiosidade ou se tornando ateias. Pois o fato é que hoje “as pessoas têm mais liberdade para escolher e combinar diversas opções em seu próprio cardápio religioso, como num balcão de comida a quilo.”
Em entrevista ao site católico IHU Online, que é simpático à Teologia da Libertação, Mattos disse que a ideologia do pentecostalismo brasileiro está na contramão do pentecostalismo clássico, distando-se do sagrado e fincando pé no mundo terreno.
Essa ideologia estabelece que “a sociedade de consumo é boa e que tem lugar para todos e que o mundo como ele é não é um lugar maldito, mas está cheio de bênçãos que devem ser possuídas aqui e agora, no aquém e não além, depois da morte.”
Íntegra da entrevista de Paulo Ayres Mattos ao IHU Online.
Católicos deixarão de ser maioria em 2030, prevê demógrafo.
julho de 2012
Estatística das religiões no Brasil.
Essa constatação é de Paulo Ayres Mattos, estudioso do pentecostalismo e bispo emérito metodista. Para ele, esse declínio no ritmo de crescimento das igrejas evangélicas não pode “ser ignorado” por quem acompanha com seriedade as mutações religiosas do país.
Ele disse que, no seu entendimento, a perda de fôlego da expansão evangélica se deve às transformações sociais que possibilitam que as pessoas busquem soluções “racionais” para os seus problemas, descartando a expectativa de obtenção de milagres.
Além disso, afirmou, tem havido uma reação católica por intermédio do movimento da renovação carismática, que se utiliza de músicas gospel e outros recursos do pentecostalismo. “[Isso] está estancando a sangria nas fileiras católicas, principalmente em setores da classe média.”
“Ser pentecostal [católico], falando línguas estranhas e fazendo milagres, além de poder continuar com a Virgem Maria e os santos venerados mais o papa, sem quebrar a liturgia e a ordem do catolicismo, é muito atraente para o sincretismo histórico do campo religioso brasileiro”, disse.
Por essa análise, o Brasil, diferentemente do que tem sido previsto, não terá uma população de maioria evangélica.
Mattos afirmou que compartilha da intuição do estudioso de religião Paul Freston, da Universidade de São Carlos (SP), segundo a qual no médio prazo os evangélicos vão crescer no máximo até 35% da população, estabilizando-se nesse patamar.
“A história dos movimentos religiosos no mundo ocidental mostra que os novos movimentos surgem, crescem, se estabilizam e, finalmente, experimentam sua estagnação.”
Ele acredita que vai se manter a tendência de as pessoas se afastarem das religiões organizadas, que estão ficando cada vez mais desacreditadas por causa dos escândalos de suas lideranças.
Mas isso não significa, argumentou, que as pessoas estão perdendo a sua religiosidade ou se tornando ateias. Pois o fato é que hoje “as pessoas têm mais liberdade para escolher e combinar diversas opções em seu próprio cardápio religioso, como num balcão de comida a quilo.”
Em entrevista ao site católico IHU Online, que é simpático à Teologia da Libertação, Mattos disse que a ideologia do pentecostalismo brasileiro está na contramão do pentecostalismo clássico, distando-se do sagrado e fincando pé no mundo terreno.
Essa ideologia estabelece que “a sociedade de consumo é boa e que tem lugar para todos e que o mundo como ele é não é um lugar maldito, mas está cheio de bênçãos que devem ser possuídas aqui e agora, no aquém e não além, depois da morte.”
Íntegra da entrevista de Paulo Ayres Mattos ao IHU Online.
Católicos deixarão de ser maioria em 2030, prevê demógrafo.
julho de 2012
Estatística das religiões no Brasil.
Comentários
É só uma questão de tempo.
Att.,
Espancador de Pastores
Pra mim, não há nada de bom nesta notícia, até por que, a desaceleração do crescimento absurdo é algo natural e já esperado até mesmo pelos fanáticos!
Boa notícia seria se houvesse uma queda no número de pessoas que professam tal fé, aí sim!
Entendo isso como a certeza de que a Religião no mundo está fadada a despencar significantemente(não desaparecer), e que os manipuladores como malafaia e afins, e o próprio vaticano sabem disso. Isso explica a caça às bruxas que vez em tempos eles declaram; o terrorismo do fim dos tempos...etc...
Quando os desesperados percebem que a resposta que procuram não está lá ou ali, ou não existe, simplesmente migram pra moda do dia.
Os números baixos da Marcha pra Jesus mostram bem essa situação: diz-se uma grande maioria evangélica, mas, praticante que tem vontade de sair às ruas não é assim tão grande.
Declarar-se evangélico não praticante está ficando tão comum quanto católico não praticante.
E não nos esqueçamos que é muito mais fácil abrir uma igreja numa portinha de bar, com sua própria interpretação da "VERDADE" do que construir uma catedral católica e obedecer a um poder hierárquico de séculos.
Gostei da notícia sim; não me iludo, mas é uma boooaaa noticia.
Wickedman e mimi, a matéria trata de uma vertente do cristianismo os evangélicos que ganham adeptos ´´roubando`` adeptos católicos. O Cristianismo( soma de católicos e evangélicos) não esta em crescimento no Brasil, na melhor das hipóteses esta estagnado.
Att.,
Espancador de Pastores
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