Em seu editorial de hoje (13), com o título “kit evangélico”, a Folha criticou o candidato tucano José Serra à prefeitura de São Paulo por ter se aproximado do conservadorismo evangélico. Observou que a imagem de Serra “já foi mais associada a valores liberais”.
“Sua atual peregrinação por templos e a aceitação graciosa de apoiadores que flertam com a intolerância indicam um caminho sem volta”, afirmou o jornal.
A Folha aponta como um desses apoiadores o pastor Silas Malafaia, que “defende com o espírito de cruzados medievais a candidatura de Serra”.
Malafaia tem dado a apoio a Serra, com a gravação inclusive de vídeos, porque o adversário do tucano, o petista Fernando Haddad, foi o mentor do chamado kit gay, um projeto abortado pelo Ministério da Educação por pressão de religiosos. Para o jornal, contudo, o duvidoso kit gay não tem nenhuma importância para a administração pública.
“O ‘kit gay’, por qualquer ângulo que se olhe, é assunto de somenos na política pública federal. Que dirá na municipal, em que os destinos da ocupação do solo, do transporte, da assistência à saúde e do ensino assumem peso avassalador na lista de prioridades.”
O jornal disse que religiosos têm emprestado seu apoio a candidatos com o propósito de obter um “kit evangélico”, que consiste, entre outros interesses, do tratamento diferenciado aos templos, de modo “que possam ultrapassar os níveis de ruído exigidos de outros estabelecimentos e fixar-se onde e como queiram, a despeito das normas urbanísticas”.
Íntegra do editoral
A imagem do candidato tucano José Serra já foi mais associada a valores liberais, cultivados por grupos tanto à esquerda quanto à direita do espectro partidário.
Tais valores informam que preferências sexuais e religiosas são assunto da órbita privada; ao homem público caberia manter equidistância de lobbies que, na defesa legítima de seus interesses, acabam por conferir relevo exagerado a temas da esfera íntima.
Na corrida presidencial de 2010, ao explorar contradição da petista Dilma Rousseff -que se dizia favorável à descriminalização do aborto, mas recuou na campanha de maneira oportunista-, Serra já havia selado uma aliança com o conservadorismo evangélico. Sua atual peregrinação por templos e a aceitação graciosa de apoiadores que flertam com a intolerância indicam um caminho sem volta.
Tal rota pode render-lhe resultado nas urnas, sem dúvida. Pesquisas, como a realizada pelo Datafolha em setembro, indicam que convicções conservadoras são partilhadas por amplos setores da sociedade paulistana. Mas não há como comer do bolo conservador e, ao mesmo tempo, passar-se por liderança moderna, arejada.
Daí um certo cansaço, misturado a frustração, que se nota nos círculos mais liberais. Tanto mais quando um pastor, Silas Malafaia, defende com o espírito de cruzados medievais a candidatura de Serra. "Vou arrebentar em cima do Haddad", jactou-se o líder religioso.
O pretexto é o famigerado "kit gay", tentativa desastrada do então ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), de produzir um material -de formulação discutível- contra intolerância sexual nas escolas. Como já se tornou hábito no petismo, após o estrago e a grita dos religiosos, recuou-se completamente, e o próprio Haddad tentou desvencilhar-se da proposta.
O "kit gay", por qualquer ângulo que se olhe, é assunto de somenos na política pública federal. Que dirá na municipal, em que os destinos da ocupação do solo, do transporte, da assistência à saúde e do ensino assumem peso avassalador na lista de prioridades.
Ocupação do solo, aliás, integra o "kit evangélico" real, a agenda de interesses que religiosos apresentam aos candidatos. Desejam tratamento diferenciado para os templos -a fim de que possam ultrapassar os níveis de ruído exigidos de outros estabelecimentos e fixar-se onde e como queiram, a despeito das normas urbanísticas.
É preocupante a atitude amistosa de Serra com esses lobbies, bem como a disposição de Haddad de também acomodar-se a eles.
PT reprime religioso em eleição só quando é contra ele, diz Serra.
outubro de 2012
Malafaia diz que vai ‘arrebentar’ candidatura do petista do ‘kit gay’.
outubro de 2012
Religião na política.
“Sua atual peregrinação por templos e a aceitação graciosa de apoiadores que flertam com a intolerância indicam um caminho sem volta”, afirmou o jornal.
A Folha aponta como um desses apoiadores o pastor Silas Malafaia, que “defende com o espírito de cruzados medievais a candidatura de Serra”.
Malafaia tem dado a apoio a Serra, com a gravação inclusive de vídeos, porque o adversário do tucano, o petista Fernando Haddad, foi o mentor do chamado kit gay, um projeto abortado pelo Ministério da Educação por pressão de religiosos. Para o jornal, contudo, o duvidoso kit gay não tem nenhuma importância para a administração pública.
“O ‘kit gay’, por qualquer ângulo que se olhe, é assunto de somenos na política pública federal. Que dirá na municipal, em que os destinos da ocupação do solo, do transporte, da assistência à saúde e do ensino assumem peso avassalador na lista de prioridades.”
O jornal disse que religiosos têm emprestado seu apoio a candidatos com o propósito de obter um “kit evangélico”, que consiste, entre outros interesses, do tratamento diferenciado aos templos, de modo “que possam ultrapassar os níveis de ruído exigidos de outros estabelecimentos e fixar-se onde e como queiram, a despeito das normas urbanísticas”.
Íntegra do editoral
A imagem do candidato tucano José Serra já foi mais associada a valores liberais, cultivados por grupos tanto à esquerda quanto à direita do espectro partidário.
Tais valores informam que preferências sexuais e religiosas são assunto da órbita privada; ao homem público caberia manter equidistância de lobbies que, na defesa legítima de seus interesses, acabam por conferir relevo exagerado a temas da esfera íntima.
Na corrida presidencial de 2010, ao explorar contradição da petista Dilma Rousseff -que se dizia favorável à descriminalização do aborto, mas recuou na campanha de maneira oportunista-, Serra já havia selado uma aliança com o conservadorismo evangélico. Sua atual peregrinação por templos e a aceitação graciosa de apoiadores que flertam com a intolerância indicam um caminho sem volta.
Tal rota pode render-lhe resultado nas urnas, sem dúvida. Pesquisas, como a realizada pelo Datafolha em setembro, indicam que convicções conservadoras são partilhadas por amplos setores da sociedade paulistana. Mas não há como comer do bolo conservador e, ao mesmo tempo, passar-se por liderança moderna, arejada.
Daí um certo cansaço, misturado a frustração, que se nota nos círculos mais liberais. Tanto mais quando um pastor, Silas Malafaia, defende com o espírito de cruzados medievais a candidatura de Serra. "Vou arrebentar em cima do Haddad", jactou-se o líder religioso.
O pretexto é o famigerado "kit gay", tentativa desastrada do então ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), de produzir um material -de formulação discutível- contra intolerância sexual nas escolas. Como já se tornou hábito no petismo, após o estrago e a grita dos religiosos, recuou-se completamente, e o próprio Haddad tentou desvencilhar-se da proposta.
O "kit gay", por qualquer ângulo que se olhe, é assunto de somenos na política pública federal. Que dirá na municipal, em que os destinos da ocupação do solo, do transporte, da assistência à saúde e do ensino assumem peso avassalador na lista de prioridades.
Ocupação do solo, aliás, integra o "kit evangélico" real, a agenda de interesses que religiosos apresentam aos candidatos. Desejam tratamento diferenciado para os templos -a fim de que possam ultrapassar os níveis de ruído exigidos de outros estabelecimentos e fixar-se onde e como queiram, a despeito das normas urbanísticas.
É preocupante a atitude amistosa de Serra com esses lobbies, bem como a disposição de Haddad de também acomodar-se a eles.
PT reprime religioso em eleição só quando é contra ele, diz Serra.
outubro de 2012
outubro de 2012
Religião na política.
Comentários
E serra é secularista e não é contra o casamento gay, eu não sei o que a igreja evangélica quer com ele.
Deveria analisar a queda vertiginosa do Russomanno ao receber apoio aberto do Edir Macedo no seu blog, e aprender com isso.
São Paulo deu a resposta aos evangélicos nas urnas.
Ao se aliar com o Silas Malafaia, vai seguir o mesmo caminho, e novamente as urnas vão dar o recado que o bom-senso não foi capaz de ouvir.
Qual a diferença de um líder religioso que induz seu seguidor crer no fim do mundo para o que induz seu seguidor a votar ou não em um candidato?
http://www.facebook.com/photo.php?fbid=476980345657377&set=a.447533941935351.100192.139623546059727&type=1&theater
Me lembro do santinho conta a Dilma distribuído pelo Bispo de Guarulhos, este movido talvez por influência divina.
Me lembro também de uma igreja tombada, que foi destruída pela enxurrada provocada pela abertura das comportas de uma hidrelétrica de administração estadual, talvez pela mesma influência divina novamente.
Agora esse santinhos contra mensalão e kit gay, em ataque à candidatura do Haddad, que há uma grande chance de ter sido requisitada pela mesma influência divina.
Mas o que realmente importa é que em nenhum desses casos foi PSDB, ou DEM, ou o próprio Serra quem requisitou tais ações. Foi tudo a mando de uma influência divina.
Ao invés de se preocuparem com a cidade e seus problemas, só procuram meios de conseguirem mais votos prometendo privilégios a certos setores com mais eleitores em detrimento do bem de todos. Como um político desses merece meu voto?!
Por isso eu penso que o voto nulo não é atestado de burrice, e sim um protesto. Além do mais, se não vejo nenhum dos dois como merecedores do meu voto, por que tenho de votar em um deles?
(Meu comentário é num contexto geral, numa hipotética falta de preparação dos dois candidatos, até porque não voto em São Paulo)
Winston Smith
http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2012/sp/sao-paulo/noticias/0,,OI6223103-EI20654,00-Apesar+de+alianca+Serra+tenta+se+desvincular+de+pastor+Silas+Malafaia.html
Serra foi tratado de forma BRANDA no editorial.
A Folha é o Jornal que:
1) Em agosto de 2008 foi condenado a indenizar, em 250 mil reais, um advogado, por tê-lo retratado em uma fotografia que ilustrava a matéria "Bairro de São Paulo atrai vizinhança homossexual", em insinuação de se tratar de público gay. A imagem foi publicada no caderno Cotidiano e fazia referência aos gays “de armário” que agendavam encontros noturnos pela internet;
2) Em março de 2010, foi condenada, juntamente com a jornalista Eliane Cantanhêde, a pagar 35 mil reais ao juiz Luiz Roberto Ayub a título de indenização por danos morais. A ação iniciou-se em 2008, após a publicação do artigo "O lado podre da hipocrisia", em que Cantanhêde, reproduzindo uma afirmação que atribuiu à então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sugeria prevaricação e parcialidade do Magistrado no Caso Varig;
3) Em abril de 2010 foi condenado a pagar indenização de 50 mil reais ao blogueiro Luis Favre, ex-marido de Marta Suplicy, por ter publicado a seguinte declaração do Jornalista Cláudio Humberto: "espécie de 171 da esquerda, é um trotskista com insuperável confusão mental e professor de Deus, tipo ‘sabe-tudo’. Com a lábia de um vendedor de enciclopédia e insinuante como um dançarino de tango, ele é tudo o que o bom senador Suplicy não é: um ‘cachorrão´";
4) Em junho de 2010 foi condenado a pagar indenização de 18 mil reais a uma mulher, citada em um artigo do jornalista Élio Gaspari, publicado em março de 2008, como participante de um atentado a bomba contra o consulado dos Estados Unidos em São Paulo, ocorrido em março de 1968. Ficou provado que ela se encontrava fora do país na época do incidente;
5) Em 17 de fevereiro de 2009, num editorial criticando o governo de Hugo Chávez da Venezuela, o jornal se referiu à ditadura militar brasileira como uma "ditabranda". O caso rendeu reclamações de leitores, cuja indignação foi taxada, pelo jornal, de cínica e mentirosa;
6) Foi referido em uma reportagem da Rede Record, com provas, como tendo ligações com órgãos de repressão da Ditadura;
7) Em 5 de abril de 2009, publicou uma ficha falsa policial de Dilma Rousseff.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Folha_de_S._Paulo
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/folha-publicou-ficha-falsa-de-dilma
Editorial 7/4/2009 - Jornal da Record: http://www.youtube.com/watch?v=1fsPfr6TvUQ
Aliás, a Folha é repleta de gays trabalhando lá, usando o jornal como panfleto político de sua causa.
Vc não esqueceu de colocar o seu chapeuzinho de alumínio hj, né?
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