por Isabel Lacerda
para revista portuguesa Sábado
Mais de 600 pessoas juntaram-se para denunciar a sua antiga religião. Oito delas contam à Sábado como, durante anos, as suas vidas foram dominadas pelo medo de pecar. E pecar podia ser, simplesmente, soprar uma vela.
“Lembro-me de ser miúdo, olhas para um estádio de futebol cheio e pensar angustiado que aquelas pessoas iam ser todas destruídas porque se calhar nenhuma era Testemunha de Jeová”, lembra Vítor Máximo.
“As Testemunhas de Jeová acreditam que o mundo de Satanás vai acabar e que só elas sobreviverão ao Armadegão, passando com vida para o Paraíso”, explica M. M., ex-ancião (um dos mais altos cargos na hierarquia da organização), que pede anonimato com receio de represálias para a família, que continua na religião.
Todos os crentes são habituados a esperar pelo fim do mundo desde crianças. A essa permanente angústia, os miúdos juntaram as várias coisas que estão impedidos de fazer na escola e o pavor de ofender Jeová. Entre as proibições (como aos adultos), estão a celebração de aniversário, Carnaval, Páscoa, Natal, fim de ano e todas as outras datas de origem pagã que a religião despreza porque, conforme explica Pedro Candeias, um dos representantes da organização em Portugal, não são mencionadas nas Escrituras.
P.T. lembra-se de andar na escola primária e fingir que cantava os parabéns aos colegas, mexendo os lábios e esquivando-se a bater palmas. Mesmo assim, só por estar presente, temia “ser destruída”. César Rodrigues fazia o mesmo e, para evitar perguntas sobre a sua festa e presentes, não dizia quando aniversariava.
Todos os crentes são habituados a esperar o fim do mundo desde criança |
O maior terror das crianças Testemunhas de Jeová é o Natal, antecedido de atividades como pinturas, composições, festas ou teatros. Não podem participar em nada.
“Lembro-me como se fosse hoje dos meninos todos em grupos a fazer enfeites para colar nas janelas da sala de aula e eu sozinha de lado, a fazer outra coisa qualquer”, conta P.T.
Por se considerarem politicamente neutras, as Testemunhas de Jeová não votam em partidos políticos — nos países em que ir às urnas é obrigatório, são incentivados a vota nulo ou em branco. Também não saúdam a bandeira nem canto o hino. “Lembro-me bem: no 3º ano, todos de pé a aprender o hino, e eu supernervosa, só a mexer a boca”, recorda P.T. A organização não encontra motivos para o embarco infantil: “Sendo esses valores baseados na Bíblia, que razões teriam para sentir vergonha?”, questiona Pedro Candeias.
Artes marciais, que se considera ensinarem a violência, são interditas. E, com base numa passagem bíblica interpretada como Deus não gostando que os homens concorram entre si, a prática de desportos de competição também é desencorajada. É das coisas que César Rodrigues mais lamenta: “Era sempre escolhido para a seleção de futebol da escola, mas era impensável treinar num clube”, conta este co-fundador do fórum Testemunhas de Jeová.
Já com mais de 600 usuários, o fórum surgiu para denunciar todas essas situações e apoiar antigos membros. Em Portugal, onde há 52 mil Testemunhas de Jeová, é o primeiro, mas noutros países da Europa, no Brasil e nos Estados Unidos, o fórum existe há vários anos.
Também há livros e documentários reveladores do funcionamento da religião. É o que este grupo que recentemente se organizou pretende em Portugal: “Queremos que as pessoas percebam que as Testemunhas de Jeová não são tão inofensivas como parecer as senhoras que distribuem revistas na rua”, explica um dos fundadores do fórum.
Todos os conteúdos místicos e esotéricos são considerados um perigo para a espiritualidade. Livros como “O Senhor dos Anéis” ou “Harry Potter” não são para abrir.
Quando a família de P.T. entrou para a religião, os anciões foram livrar-lhes a casa da presença de Satanás. Entre o vestido da noiva que a mãe usara no casamento católico, todas as fotografias desse dia e qualquer outra em que aparecesse um crucifixo (para os fiéis a Jeová, Cristo morreu numa estaca), nada escapou: foi tudo queimado num bidão de metal, até a sua coleção de livros da Anita. “Daí para a frente, só lia a Bíblia e as revistas da religião.”
"Testemunhas de Jeová não são inofensivas como parecem" |
Vítor Máximo, crente durante mais de 35 anos, recorda-se das tardes de quarta-feira passadas a ler as revistas; P.T. estudava-as com o pai aos sábados à tarde, depois da pregação.
A pregação porta a porta é uma atividade fundamental e incontornável para qualquer Testemunha de Jeová, pois é a única maneira de levar a “Verdade” a mais pessoas, poupando-as no dia do Juízo Final.
Acreditando nisso, aos 12 anos G.C. desatou a estudar a Bíblia fervorosamente. A mãe convertera-se e ele também. Acatou os fortes incentivos da organização para se distanciar das pessoas do Mundo (as que não são Testemunhas) e afastou-se de todos os amigos. De um momento para o outro, recorda hoje, deixou de brincas na rua e passou a vestir paletó e gravata para ir às reuniões e a andar de pasta na mão para bater às portas.
Em menos de um ano estava a entrar, de fato de ganho e t-shirt branca, na piscina de Algés, em Lisboa. Com uma mão em cima da outra e as duas a tapar o nariz, submergiu totalmente, deitando-se para trás dentro da água. Quando veio acima estava batizado — acabara de se tornar ministro do reino de Jeová. “É uma dedicação incondicional para toda a vida: ser um escravo de Jeová e tudo fazer em favor Dele”, lembra mais de 30 anos depois desse momento.
No verão seguinte, dedicou-se em exclusivo à pregação. “Eu levava as coisas muito a sério porque estávamos perto do fim do mundo. Pensava: ‘É preciso sacrifícios, vamos fazê-los”’, conta G.C., que foi ancião durante quase 20 anos.
Desde que a religião foi fundada, em 1879, as Testemunhas já esperaram que o mundo acabasse em vários anos. Sempre que as datas passaram sem que alguma coisa acontecesse, o Corpo Governante (entidade atualmente composta por oito homens, que é o núcleo administrativo da religião nos Estados Unidos) emitiu um novo “entendimento”, inquestionável. “Estão sempre a repetir que a dúvida é um dos laços do Diabo”, explica R.M. Invariavelmente, mas sempre a posteriori, a cúpula da organização nega ter feito qualquer previsão concreta e, apesar de os textos das revistas oficiais da religião terem sempre mencionado os sucessivos anos em que o mundo acabaria, diz-se que a expectativa decorreu da má interpretação dos fiéis. A última data mundialmente difundida para o Armagedão, com muitas famílias a vender tudo que tinha para se dedicarem em exclusivo à pregação e garantirem a passagem para o novo mundo, foi 1975. Depois nunca mais se referiu um ano específico.
Pregação alerta que "arsenal de Deus" inclui chuva de fogo e apodrecimento de partes do corpo |
Uma revista "Despertai!", de 2005, avisa: “O arsenal de Deus inclui neve, saraiva, terremotos, doenças infecciosas, aguaceiro inundante, chuva de fogo e enxofre, confusão mortíferas, relâmpagos e um flagelo que causará o apodrecimento de partes do corpo.”
Além disso, o Paraíso só está ao alcance de quem não tiver “culpa de sangue”, ou seja, quem não estiver a falhar nos preceitos da religião.
“Eu perdi a minha vida! Não fazia nada com medo de ofender Jeová e ser destruída”, afirma P.T.
Vítor Máximo conta que desde criança, e mesmo em adulto, acordou várias vezes a meio da noite “a chorar, com pesadelos com o Armagedão”.
A grande prioridade das Testemunhas de Jeová é estudar e divulgar os mandamentos de Deus da maneira a salvar o maior número de pessoas possível. Por isso, são altamente desincentivadas a investir em atividades que, para a organização, apenas servem para roubar tempo ao testemunho porta a porta e de nada valem perante o fim de tudo. Quem vai para a faculdade mostra que está fraco na fé e passa a ser olhado com desconfiança.
Quando Vítor Jacinto decidiu licenciar-se em Engenharia Química, passou a receber visitas de anciãos e superintendentes de circuito (que supervisionam várias congregações) quase semanalmente. A sua biblioteca fazia-lhes particular confusão. “Diziam que aqueles livros continham ensinamentos não cristãos e queriam que me desfizesse deles. Foi aí que começou a minha grande guerra contra eles.” Os livros ficaram, o curso foi acabado, deixou de ir à reuniões.
Investir na carreira é encarada como outra afronta a Jeová. “Das coisas que me faziam mais impressão era ver pessoas subir à tribuna e contar, cheias de orgulho, que tinham recusado um promoção para não prejudicar a sua vida espiritual”. Revela R.M.
Outro exemplo de dedicação à religião incutido nas reuniões e nas revistas é o desincentivo que a organização faz a que se tenha filhos: por um lado, são grandes consumidores de tempo, por outro, não é aconselhável pôr crianças num mundo que vai acabar. Para G.C., isso ficou claro no dia do casamento. Depois de uma adolescência em que não podia beijar nenhuma rapariga, nem mesmo como cumprimento, no rosto, e de um namoro com alguém da mesma congregação, sempre na presença dos pais e sem um único beijo na boca, casou-se num Salão do Reino. “O ancião que fez o discurso disse que de forma nenhuma deveríamos ter filhos, porque estamos no tempo do fim e era uma atitude pouco sábia, pouco espiritual.”
Só contrariou a instrução mais de 10 anos depois, quando a mulher começou a ficar clinicamente deprimida com receio de já não conseguir engravidar por causa da idade. “Os casais que decidem ter filhos são criticados pelos outros que optam por não ter em virtude das orientações da organização”, revela M.M., outro ex-ancião. “Conheço casais que não têm filho e que agora já não podem e outros que continuam na expectativa de vir o fim para depois poderem ter um filho. É horrível”, afirma G.C.
Este antigo ancião deixou o cargo e as reuniões há cinco anos. Tecnicamente, está inativo, situação de que não entrega há seis meses relatórios com o número de publicações que distribuiu e de horas que pregou. O seu mal-estar com a religião começou quando, numa formação para cerca de 200 anciões, lhes foi ordenado que escrevessem na página do manual sobre o abuso sexual de menores: “Sempre que surja um caso de pedofilia, contatem de imediato a filial [a sede, em Alcabideche, Cascais]. “ Perguntou: “Mas a pedofilia é crime, não deveria denunciar-se à polícia?” Responderam-lhe peremptoriamente: “Nós não denunciamos os nossos irmãos. As ordens são estas, escreva isso aí.”
No manual dos anciões a que a Sábado teve acesso está impresso: “Se o acusador ou o acusado não estiverem dispostos a reunir-se com os anciãos, ou se o acusado continuar a negar a acusação de uma única testemunha e a transgressão não tiver sido comprovada, os anciãos devem deixar o caso nas mãos de Jeová”.
Fiéis são proibidos de terem contato com os expulsos da religião |
Esta é das mais desconfortáveis questões no interior da Religião. Outra é a da desassociação, ou expulsão — o pior que pode acontecer a uma Testemunha e aos seus familiares, O contato com desassociados é simplesmente proibido, mesmo que seja da família.
De possuída pelo demônio, a prostituta, P.T., com cerca de 40 anos, ouviu os piores insultos da boca dos pais quando foi desassociada, em 2006. Proibiram-na de voltar lá a casa. “Fiquei desnorteada, pensava que ser destruída, perdi a minha família e todos os meus amigos, que nem sequer me cumprimentavam. Como todas as pessoas que são desassociadas, fiquei sem ninguém.”
“Jeová nos observará para ver se acatamos, ou não, seu mandamento de não ter contato com nenhum desassociado”, lê-se na revista “A Sentinela”, de abril deste ano.
“Um simples ‘oi’ dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para amizade. Queremos dar esse primeiro passo com alguém desassociado?”, questionava a mesma publicação já em 1981 (as Testemunhas de Jeová guardam todas as revistas que consultam). “Toem sua posição contra o Diabo (...). Não procure desculpas para se associar com um membro da família desassociada, como, por exemplo, trocando e-mails”, diz “A Sentinela” de janeiro de 2013 já disponível no site da organização.
O ostracismo a que os desassociados são votados pode originar problemas extremos. Dos oito antigos fiéis que a Sábado entrevistou (dois dos quais ex-anciãos), quatro tiveram de procurar ajuda médica para depressões e estado de ansiedade grave — alguns fizeram terapia, todos foram medicados. Dois pensaram no suicídio.
Vítor Máximo julgou que os pais se reaproximassem quando lhes comunicasse o seu segundo casamento. Afinal, deixaria de ser um “fornicador”, um dos maiores pecados para a religião. Mas, como a mulher era uma mundana e ele um apóstata (abandonou a religião há cinco anos), os pais nem foram à cerimônia.
“Nesse dia, quando cheguei a casa, em vez de estar a relembrar os bons momentos da festa, sentei-me na beira da cama e desatei a chorar”, lembra.
Embora o expulsem, insiste em aparecer de vez em quando na casa deles, nos arredores do Porto, mas na última vez que falou com o pai ele chamou-lhe adorador do Diabo e ameaçou ligar para a polícia caso voltasse. Durante muitos meses, a conversa ao jantar com a mulher terminava invariavelmente em lágrimas. Teve de ir ao psiquiatra e só superou a depressão com a ajuda de medicamentos.
Quem privar com um desassociado arrisca-se a ser expulso. Isso é ficar sem nenhuma rede social (família e amigos), porque as Testemunhas de Jeová não criam laços com pessoas do Mundo. Por medo do que pode acontecer aos familiares, algumas pessoas falaram para este artigo sob anonimato; outras não revelaram a identidade porque estão afastadas, mas não se querem dissociar (voluntariamente) nem ser desassociadas, sabendo que nesse momento terão de cortar relações com os que lhes são mais próximos.
A contraditória proibição à transfusão de sangue tem levado muitos à morte |
“As Testemunhas acreditam que a transfusão de sangue lhes é proibida por passagens bíblicas como estas: “Somente a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer”, explica o representante da organização, Pedro Candeias. Plasma, plaquetas, glóbulos brancos e vermelhos também são rejeitados. Mas o recurso a fracções desses componentes é permitido. “É extremamente incoerente condenar o uso de determinadas fracções e permitir o de outras e não existe base bíblica nem científica para tal distinção. Por exemplo, se se pode aceitar hemoglobina, que é 97% de um glóbulo vermelho, por que não se pode aceitar glóbulos vermelhos? “É como se eu dissesse que você pode comer uma uva sem pele, mas com pele não pode”, afirma M.M., que foi ancião durante mais de uma década.
Quando César começou a fazer perguntas aos amigos (“Sabias que era assim?”), foi denunciado. Fizeram-lhe quatro comissões judicativas (tribunais eclesiásticos). Já sem acreditar em nada do que tomara por certo durante anos, negou todas as acusações de falta de fé. Recusa-se a ter de deixar de falar com os pais. Quando conheceu uma antiga Testemunha de Jeová, perguntou: “É possível ter amigos do Mundo?” Descobriu que sim. Deixou de aparecer nas reuniões.
R.M. demorou a fazê-lo, mesmo depois de, no ano passado, ter lido o proibidíssimo livro “Crise de Consciência, de um antigo membro do Corpo Governante, e de perceber que “toda a vida tinha vido enganada”. “Sinto que é mesmo uma lavagem cerebral, da qual é muito difícil libertamo-nos”, explica. Só conseguiu afastar-se quando descobriu o fórum Testemunha de Jeová. Diz que só passar à frente de um Salão do Reino a deixa “agoniada”. Mas não está preparada para deixar de falar com a família.
Para M.B., o momento está para breve. Aos 18 anos, aproveitou o fato de sair de casa e mudar de cidade para confessar aos anciãos que fumava, o que é proibido. Já sabia o que o esperava: uma semana depois lhe comunicaram a expulsão. De regresso a Lisboa, foi assaltado e ficou sem dinheiro nenhum. Ninguém da família lhe atendeu o telefone nem respondeu às mensagens — nem nessa altura nem em todo o ano que se seguiu. “Sentia-me perdido, culpado, abandonado. Passava noites inteiras sem dormir.”
Desenvolveu um transtorno de ansiedade incapacitante. A família continuava a não lhe atender o telefone. Pensou no suicídio. “Mas depois ahcei que ninguém iria ao meu funeral”.
Um dia em que insistiu mais uma vez, inesperadamente, a mãe atendeu. Como o motivo era doença, os anciões, aos quais ela pediu autorização, permitiram que o recebesse em casa. Mas agora que está mais estável, M.B. sabe que vai ter de voltar a sair. E que vai ter de se despedir para sempre.
Íntegra em pdf do texto.
Vídeo flagra um TJs pregando repúdio entre pais e filhos
Regis conta como deixou de ser Testemunha de Jeová e virou ateu
Comentários
avisa: “O arsenal de Deus inclui neve,
saraiva, terremotos, doenças
infecciosas, aguaceiro inundante,
chuva de fogo e enxofre, confusão
mortíferas, relâmpagos e um flagelo
que causará o apodrecimento de
partes do corpo.”
Ora agora entendi porque o nada ops deus bíblico nunca mais iria ferir a terra com diluvios ele tinha coisa bem pior, o engraçado e eles dizer que deus é amor , eles sim realmente fazem lavagem cerebral nos seus zumbis seguidores.
Logo me lembrei de alguns comentaristas ateus deste blog, que se queixam de um suposto terrível "assédio proselitista" dos TJ e contam estorinhas cabeludas, alertando para o FIM DO MUNDO LAICO sob o jugo de uma tenebrosa "teocracia cristã".
Na verdade induz um monte de sentimentos de culpa, de medo de pecar e ser punido.
Não atinge ou incomoda vc que crianças sejam aterrorizadas, separadas de suas famílias, que a lavagem cerebral separe irmãos, pais e mães?
Como no texto famoso, primeiro eles vieram e levaram os judeus, e eu não protestei pois não era judeu. Depois vieram e levaram os comunistas, e eu não protestei pois não era comunista. Depois levaram os gays, e de novo não protestei, pois não era gay.
Quando vieram me levar, já não havia ninguém para protestar
O crente fim do mundo diz ter tido uma conversa "amigável" com dois TJs. Claro que teve, primeiro porque ambos acreditam em um amigo imaginário.:-) . Segundo porque mesmo o mais fervoroso TJ entende que se chegar domingo de manhã na casa dos outros gritando os terrores do inferno, terá no máximo uma porta na cara.
A dor e sofrimento que seitas fundamentalistas causam pode nos parecer sem importância, vistas de fora, e até um tanto tolas, e alguns podem pensar, ah,basta não dar atenção a essas maluquices. Mas depoimentos de pessoas que passaram por isso são importantes para entender a dimensão do problema.
Ruggero
Às vezes penso que seria interessante não haver o laicismo e uma religião ou ideologia dominar tudo, espremer as outras religiões. Queria ver o que esse crente tosco iria dizer sobre a defesa do Estado laico...
Ruggero
Ruggero
Agora que essa fase passou, veja o lado bom nisso tudo, você está livre para ser, pensar e estar.
Saiu da escravidão, da morte em vida.
Agora não é mais uma escrava submissa, e pior, do tipo fiel a quem a domina, agora poderá ser simplesmente uma pessoa honesta e digna.
Uma que não depende de crenças em seres imaginários. Seja feliz.
TJ's são psicóticos. Gente que acha que vive em outro mundo. Não confio neles.
Eles sim são louco e terroristas. Querem ver? Vão ao youtube ver o que esses malucos dizem sobre a maçonaria! E sobre o símbolo (Olho sobre o triangulo). Dizem uqe uma "seita do diabo". Ignorantes não descobriram ainda que esse símbolo está nas cedulas de dólar!Não sabem que a maçonaria é apenas uma irmandade fraterna e que grandes personagens da história do Brasil fizeram parte dela. Inventaram que Xuxa pagou ao diabo U$100 milhões de dólares para ter sucesso!!!!Acho que o que acontece agora com as TJ é obra dessa cabeças loucas!TJ foram mortas em campos de concentração por não aceitarem (era obrigatório) se alistarem nas fileiras de Hitler. Em 2010 uma exposição no RJ mostrou uma exposição contando o sofrimento dessa religião cristã. Cuidado com os neopentecostais que ouvem até a voz do diabo em celular!
Partindo de um principio absurdo, que foi criado para efeito de controle, se desenvolve todo um raciocinio tragico.
Aponte onde estão as incongruências ou onde estão "pesando a mão".
Indole e berço cada um tem o seu, sendo ético ou não.
A praga chamada religião está tão infestada em nosso cotidiano, que não tenho mais esperança de que um dia irá ser erradicada.
Só resta a nós, mesmo sendo uma minoria medonha,viver junto a essa nação de vampiros como se vampiro fossemos, e aos mais corajosos o ato da reação, pois toda ação gera uma reação, por menor que seja.
E ele fez o que com o dinheiro? Gastou tudo em putaria e bala juquinha? kkkkkkkk.
Essas histórias são hilárias!
Pergunto isto pois, se o que o texto diz é verdade, comportam-se como pessoas odiadas por deus e ainda assim submissas à ira dele, sofrendo as consequencias de sua vingança. Parecem estar conformados em vir ao mundo pra sofrer até a morte e torcer para que deus, num dia de bom humor, salve um ou outro ali da danação eterna.
Não sei, se tudo isso é verdadeiro, se apresentam a deus como seres desprezíveis que merecem ser torturados.
Fui desassociado !
Realmente eles são doentes e carecem de ajuda!
Eles acreditam que apenas uma parte deles é que vai pro ceu!
mais exatamente 144mil pessoas!
as outras ovelhas ficaram pastando no paraiso na terra!
Entretanto creio que o discurso de odio deles é mais brando em relacao aos malafaias e compania! }
São todos uns idiotas querendo te corromper com uma vida chata e cheias de bicho papão!
Viva o ateu!
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E o pior é que pela farsa da bíblia judaico-cristã, serão somente 144.000 os escolhidos...kkkk
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Imagine num mundo hoje de 7 bilhões, sendo 9 bi em 2.050 (ONU)...sem falar nos bilhões que já morreram...
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Meio pequeno esse "céu", vocês não acham???? kkkk
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CAMARGO
CURITIBANOS - SC
Algumas coisas aqui me surpreenderam, outras eu já conhecia. Mas me parece que os TJ não são iguais em todo o mundo. Já vi diferenças no Brasil mesmo. Em São Paulo, as mulheres podem cortar o cabelo, na Bahia não.
Vi muita coisa errada ali dentro, eu era só um garoto, mas sempre fui muito observador.
A primeira coisa que me incomodava era o fato de viver numa favela e, havia clara distinção entre os jovens. Havia aqueles que eram filhos de servos ministerias, de anciãos, cujos pais tinham seus bons empregos e boas casas. A separação de classe social era bem evidente. Saí da religião logo que cresci um pouco, sofri e ainda sofro esporadicamente assédio proselitista, na minha opinião proselitismo devia ser proibido. Quando aparecem no meu portão, eu nem recebo. As vezes sou um pouco estúpido, é que eles nem sempre são tão educados como parecem, muito arrogantes, cheios de soberba e donos da verdade.
São um grupo muito fechado, que discrimina outros. Não podem inclusive receber presentes de não TJ, principalmente se for de alguém que pratica uma religião espiritualista, como kardecista, budista... cadomblé então nem pensar.
Mesmo na época em que eu estudava, me incomodava que as revistas, livros em geral conduziam o meu pensamento ao invés de me deixar me expressar livremente. Não gosto que alguém me diga como eu devo pensar, em que eu devo acreditar. Posso chegar as minhas próprias conclusões sozinho.
Valdo.
...
Minha mãe me odiava, dai nasceu meus filhos, Sophia com 3 anos e Igor com 2 meses, dai ela ficou de boa, pelo menos uma vez na vida ela deixou a razão falar mais alto!!!!
Danilo
"Mesmo na época em que eu estudava, me incomodava que as revistas, livros em geral conduziam o meu pensamento ao invés de me deixar me expressar livremente."
É exatamente isso que a Torre faz. Pensem como a Torre pensa, pois ela reflete os pensamentos e vontade do próprio deus.
Mas pelo menos havia em nos uma pequena fagulha de incomodo e mentalidade questionadora. Fico aliviado que ela não foi apagada e sim alimentada com pesquisas sobre onde nos encontrávamos. Resumindo, acabamos apresentado nossa carta de dissociação, mas acusados de apostasia. Hoje estamos felizes por estimulamos em nós os questionamentos e nos livrar daquele lugar e dos grilhões mentais. Toda conversa mole das muito educadas TJs são uma arapuca para os incautos que não percebem o perigo de se aproximar delas. Perigo de implodir a própria família, sua rede social, seu cérebro.
Não somos mais cotados nem como familiares dos que são TJs, somos agora pior do que os que não são TJs, somos apostatas. E apostasia é inculcado neles como o que de pior pode uma pessoa fazer. Conheço gente lá dentro muito hipócrita, todo tipo de transgressão moral, mas imoral mesmo é que deixa as fileiras das testemunhas de Jeová.
Saímos das TJs apenas por questões logicas, não fizemos nada que pudessem nos acusar alem de ser contras os dogmas daquela fé, mas mesmo assim nossa moral foi massacrada, antigos amigos, idosos nos temem literalmente. Ninguém das TJs nos cumprimenta, mesmo eu sempre cumprimentando os que eventualmente encontro. Acredito que devo ser educado pois a restrição é deles, não mais minha.
Prova recente da nossa exclusão familiar é uma entrevista que meu sogro deu há um jornal de Sorocaba sobre a família dele (filha mais nova, genro, neto, esposa) não comemorarem o natal. Na reportagem apenas eles são sua família, pois minha esposa que é a filha mais velha aparentemente não existe, assim como eu e seus outros dois netos nosso filhos. Vou deixar o link:
http://www.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=438135
Por conta dessas coisa que hoje advirto as pessoas a tomarem muito cuidado em menosprezar os estragos que uma religião como essa pode fazer na cabeça das pessoas, principalmente crianças com sues pesadelos com o fim do mundo, uma criança de família TJ que conheço tem isso e outros problemas psicológicos, mas ela apenas repete o que ensaiam e diz se importar em não comemorar o natal...
Eu não sou desassociado e nem dissociado, apenas um afastado (até onde sei). Tem anos que não frequento um salão do reino e que não tenho mais contato com os membros mas ainda assim, relembrar aqueles tempos me trás incômodo. Quase me afastei de minha mãe, meu pai e meus irmãos por acreditar que era o melhor a fazer pois eles não serviam a Jeová. Ainda bem que isso não aconteceu!
Hoje, quando relembro esse passado, sinto pesar por ter um dia deixado que pensassem por mim e pior, achar que aquilo era o certo por mais que fosse difícil. O sentimento de culpa em mim é grande e já pensei em procurar ajuda psicológica, pois me sinto mal pelo fato de ter feito parte de algo tão segregador como é a Torre e o CG.
Hoje em dia gostaria de saber qual a minha situação no SR e pedir meu desligamento para não mais fazer parte disso definitivamente, mas confesso que tenho medo dos sentimentos do passado e que agora estão relativamente controlados. Tenho sim um certo trauma da época em que fiz parte disso tudo e tive também um namoro extremamente conturbado uma uma TJ. Isso ainda me afeta nos dias de hoje.
Esses dias parei pra conversar com uma irmã que, quando eu frequentava o SR, me tinha como um filho. Ela conversou comigo mas parecia que estava alerta, olhando em volta para ver se ninguém nos via. Devia ter perguntado pra ela se ela sabia da minha situação lá dentro pois fiquei sabendo de casos de desassociação sem que ocorresse uma comissão e sem que a pessoa fosse uma transgressora de fato. A atitude dessa irmã, de ficar alerta, me fez relembrar essa caso. Por que ela estava alerta afinal?
Fico imaginando como devem estar as pessoas ao redor do mundo que tiveram casos piores que o meu, perdendo completamente os amigos e familiares.
No mais, ter tomado a decisão de me afastar foi como tirar uma peso das costas e ao contrário do que dizem as publicações TJs, não caí nas drogas, baladas, álcool, DSTs e numa vida sem perspectivas. Me sinto um livre pensador e procuro ser um ser humano que ajuda o próximo. Respeito as pessoas e suas crenças, interajo com elas sem preconceito e sem medo.
Aprendi que a segregação é uma doença na humanidade e essa precisa ser combatida. Somos humanos e estamos aqui para nos ajudar, não para separar.
Correto, gostei da sua forma de explicação a colega. A imparcialidade em certos casos é obrigatório.
Primeira vez q visito esse blog posso dizer que achei interessante e aprendi bastante lendo alguns tópicos :) .
Abç !
Li seu artigo aqui no blog e considero o melhor que já vi, vindo de um ex TJ. Estou fora desta religião há 10 anos, mas perdi 30 anos da minha vida sob controle de uma organização manipuladora. Que bom que vc e esposa estão fora e, principalmente, tiraram seus filhos desse vício perturbador. Obrigada por escrever um texto tão honesto!!!
PaulaDB
Fiquei assustado ao ler esse artigo. Frequentei algumas religiões e posso dizer, sem dúvida, que na maioria do que fora dito no supra citado tem mais relação com as igrejas protestantes do que com as testemunhas de Jeová. Realmente, os TJs são neutros na politica, os evangélicos, entretanto, se infiltram cada vez mais e fazem leis que tragam beneficios às suas igrejas. As testemunhas de Jeová não se alistam nas forças armadas. Jesus disse que o seus servos seriam conhecidos pelo amor. Em caso de guerra BATISTAS MATAM BATISTAS, CATÓLICOS MATAM CATÓLICOS etc. As testemunhas de Jeová podem ter vários defeitos, mas só pela neutralidade politica ganham e muito dos protestantes.
Esse artigo foi escrito com muita maldade, apenas para difamar. Não tenho religião alguma e nem frenqueto, mas já frequentei várias e fiz muitas pesquisas durante um bom tempo.
Minha família ficou mais triste pois as reuniões de final de ano já não aconteciam mais. Os TJs ficaram extremamente chatos quando nos encontrávamos, tentando nos converter e achando justificativa para tudo, para não doar sangue, comemorar aniversários e todas essas estorinhas. Minha mãe, com muita personalidade, aceitou o curso bíblico, mas jamais se batizou assim como meu pai. Era a maneira que meus pais encontraram de ficar próximos dos filhos TJs.
Diante disso tudo eu lamento que as pessoas sejam fracas de personalidade e, como já foi dito aqui, sigam cegamente ensinamentos que são muito discutíveis. Se Deus nos deu alguma coisa foi a capacidade de raciocinar e não devemos abrir mão disto. Só para finalizar, quando eu perguntei para uma das minhas irmãs se seu filho precisasse desesperadamente de transfusão de sangue, sendo esta a única alternativa dada pelo médico de tentar salvá-lo e ela me disse que não autorizaria, eu disse "parei, a partir de hoje não converso mais sobre assunto TJ com vocês" é claro que o contato reduziu muito. Durante muito tempo fiquei triste, mas é melhor assim do que ter muito contato com fanáticos.
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