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Ateus 'saem do armário' para enfrentar o preconceito

por Diene Batista
da Tribuna do Planalto

Mais pessoas assumem sua
descrença, mas com cautela
Aos 19 anos, o professor Fernando da Silva Ribeiro já não acreditava em nenhuma divindade. Ao ingressar no curso de História, por meio de leituras e de estudos, seu posicionamento cético – motivado inicialmente pelos casos de corrupção e de tortura na Igreja Católica - foi confirmado. Na universidade, o rapaz, criado em berço católico, percebeu que não estava sozinho. Segundo ele, outras pessoas também compartilhavam a visão de que é na ciência, e não na religião, que respostas para inquietações que perturbam a humanidade podem ser encontradas.

Hoje, aos 29, Ribeiro se diz ateu. “Vivo muito bem sem nenhum tipo de divindade”, afiança. Ele só titubeia em revelar a opção religiosa no ambiente de trabalho. “Não escondo, mas não costumo contar para todo mundo. Quero evitar conclusões precipitadas”, justifica, temendo que o ateísmo seja mal interpretado pelos seus alunos, em geral adolescentes. A cautela do professor tem pertinência. Para muitos, como o apresentador José Luiz Datena, da Rede Bandeirantes, a ausência de fé é responsável direta por casos de violência. 

No programa Brasil Urgen­te exibido em julho de 2010, o jornalista relacionou o fuzilamento de um garoto ao ateísmo. “Um sujeito que é ateu não tem limites, e é por isso que a gente vê esses crimes aí”, garantiu. Condenada em ação movida pelo Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP), a Band terá que exibir em rede nacional, durante o programa de Datena, quadros com esclarecimentos sobre a diversidade religiosa e a liberdade de crença no Brasil.

O receio do professor em revelar abertamente sua opção religiosa e a declaração preconceituosa do apresentador da Band ilustram a situação vivida pelos ateus no país. Inseridos no grupo dos sem religião, que engloba também os agnósticos (veja diferença no box), eles estão saindo do “armário”. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000, 12,5 milhões (7,3%) de brasileiros diziam não seguir nenhuma religião. Em 2010, esse número passou para 15 milhões (8,0%). Desses, pelo menos 615 mil seriam ateus.

Por outro lado, o preconceito em relação aos ateus ainda persiste. É nesse contexto que a internet emerge como uma importante aliada, como de­mon­stra a adesão à página da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), mantida pelo grupo no Face­book desde 2010. Já são mais de 230 mil curtidores, comemora o presidente fundador da Atea, Daniel Sotto­maior. O número corresponde a cerca de um terço do total de brasileiros que se declaram ateus. No mundo “real”, são cerca de 7.800 associados à entidade. 

Além de combater o preconceito, a Atea, fundada por Sottomaior em 2008, tem o objetivo de lutar pela laicidade do Estado, tendo o ativismo judicial como principal forma de atuação. A condenação do apresentador José Luiz Datena e da Bandeirantes é o principal exemplo do êxito das ações da Atea nesse âmbito. A opção pelas vias judiciais é amparada por levantamentos de diversos institutos que colocam os ateus no topo da lista de renegados pela população em geral.
 
Sottomaior cita pelo menos dois desses estudos. Pesquisa CNT/Sensus, encomendada pela revista Veja, descobriu que apenas 13% dos brasileiros votariam em um candidato ateu para presidente da República. Em contrapartida, 84% dos brasileiros elegeriam um negro; 57% dariam o voto a uma mulher e 32% aceitariam votar em um homossexual. Já estudo da Fundação Perseu Abramo, realizado em 2008, concluiu que 42% das pessoas entrevistadas sentem antipatia pelos ateus.
Eles estão em primeiro lugar no quesito repulsa/ódio, sentimento despertado em 17% dos entrevistados; e na categoria "antipatia", sensação citada por 25% dos entrevistados. “Os ateus não conseguem acessar cargos do legislativo e do executivo, o que dificulta a entrada da nossa agenda no debate público”, justifica o fundador da Atea. “Na web, conseguimos uma capilaridade maior”, assegura.

De um lado, a imagem do genial Charles Chaplin. De outro, o rosto do líder nazista Adolf Hitler. Junto com essas fotos, a afirmação “religião não define caráter.” Ateu, Chaplin deixou como herança uma extensa e admirada obra cinematográfica. Crente, Hitler foi responsável pelo massacre de milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial. A mensagem, que tem o claro objetivo de combater o preconceito em relação aos ateus, foi espalhada em outdoors nas ruas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, há pouco mais de um ano. 

A ação, encabeçada pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), circularia pela cidade nas traseiras dos ônibus. Não deu certo. Companhias de transporte de São Paulo, Salvador, Floria­nópolis e Porto Alegre se negaram a veicular as propagandas. Se no mundo real há dificuldade para divulgar o ateísmo, no mundo virtual a militância vai muito bem, obrigada. O analista de e-commerce Matheus de Oliveira Marques, 21, diz ser ateu há seis anos, acompanha a página da Atea no Facebook. O espaço é seguido por pelo menos outras 230 mil pessoas.

“Na internet é possível promover debates inteligentes”, defende Marques, que teve em bandas ligadas ao Death Metal e ao Black Metal, subgêneros do Heavy Metal, a inspiração para confirmar seu ceticismo. Ele relata que ainda não é tarefa simples se declarar ateu. Os pais, católicos, não aceitam a opção religiosa do filho. “Fiz primeira comunhão, crisma, mas apenas para satisfazer a vontade da minha família”, lembra o jovem, que ainda frequentou reuniões evangélicas e espíritas.

Além dos debates, a internet fomenta a realização de eventos no mundo ''real'', como o 2º Encontro Nacional de Ates, organizado pelo Facebook e realizado no último mês, em 28 cidades de 25 cidades brasileiras, incluindo o Distrito Federal. Para se ter uma ideia, em São Paulo, a edição deste ano arrebanhou 750 pessoas, mais do que o dobro da quantidade de participantes de 2012. Para o doutor em Ciências da Religião, Valmor da Silva, “o ateu brasileiro é uma espécie de militante religioso.”

A definição aparentemente contraditória pode ser justificada, segundo o especialista, “porque a natureza humana que molda as pessoas no Brasil é mais afeto, emoção e sentimento, do que propriamente razão.” Assim, diz ele, ao declarar-se ateu ou agnóstico, a pessoa está descobrindo sua fé autêntica. A militância, porém, não pressupõe o acirramento nas relações com os filiados a alguma religião. 

Silva, que também é professor do departamento de Ciên­cias da Religião da PUC Goiás, cita a convivência harmoniosa e integradora experimentada, historicamente, pelo Brasil como argumento para rechaçar possíveis enfrentamentos entre religiosos e céticos. “Grupos ateus ou agnósticos surgem como um componente a mais do nosso mosaico religioso e cultural”, garante.





BBC Brasil destaca empenho da Atea na defesa da laicidade
fevereiro de 2013

Ateísmo


Comentários

Unknown disse…
Cara, o recheio dramático foi puxado, mas tudo, vem valeu!
Thales Rocha disse…
E o box com a diferença entre ateus e agnósticos?
Piazzi disse…
Sair do armário ainda é uma coisa complicada. Aqui em casa todo mundo sabe e minha namorada também, mas pra não causar conflito, evito conversar sobre religião, pra não causar desconforto. Porém, quando era mais novo, no ensino médio, uma professora de literatura pediu que fizéssemos uma redação sobre o que era Deus pra nós, daí não tive como fazer uma redação sem falar sobre o que realmente pensava. Foi aí que a professora solicitou que eu lesse a minha em voz alta. A primeira frase da redação era "Deus pra mim não é nada." Já podem imaginar a reação dos meus colegas de classe? hahaha

Na faculdade aconteceu algo parecido, um aluno evangélico, que sempre tive contato, após saber do meu ateísmo, passou a me tratar de forma diferente e sempre negava ajuda quando eu solicitava, sendo que antes disso, eu sempre ajudava-o quando dificuldade em alguma matéria.

Por esse motivo, profissionalmente, nunca revelaria meu ateísmo, caso estivesse trabalhando com pessoas religiosas, porque infelizmente essas pessoas criam uma imagem ruim na cabeça, o que pode prejudicar sua vida profissional e não te darem chance nem ao menos de mostrar que ser ateu não é ser anti-ético. Como prezo meu bem-estar e minha estabilidade financeira, prefiro ocultar meu ateísmo no ambiente profissional. Antes ser um ateu-enrustido com dinheiro que um ateu orgulhoso desempregado. hahaha
Anônimo disse…
Fazendo o bem, vivendo sem prejudicar seus semelhantes e respeitando-os, pouco importa se acredita ou não em Deus. Há muitos religiosos que não tem nenhum caráter ou bondade dentro do coração enquanto existem muitos ateus de caráter e de bom coração que acabam colocando em prática o verdadeiro evangelho de Jesus do que muitos cristãos que andam por aí incitando ódio contra os que não acreditam no seu Deus e não comungam da mesma opnião, e se acham os "o povo escolhido".
Diene Batista disse…
Oi, Thales
Sou a repórter que escreveu esse texto.
Os textos do box não são inseridos na matéria publicada no site.
Segue abaixo:

Ateus x Agnósticos
Enquanto os ateus negam a existência de Deus, os agnósticos alegam a impossibilidade de provar a existência – ou não – de Deus. Embora existam relatos de povos primitivos que não acreditavam em nenhum deus, a expressão ateísmo, que significa, em grego, a negação de Deus, foi cunhada no final do século 16, época da Inquisição. Ao contrário das religiões organizadas, o ateísmo não possui textos sagrados ou hierarquia e não é e nem possui uma doutrina. Assim, a única coisa que todos os ateus têm em comum é a ausência de crença em divindades. Já a expressão agnosticismo ("deus desconhecido", também em grego) é mais recente e atribuída a T. H. Huxley, cientista inglês do século 19, que elaborou essa expressão para descrever seu próprio estado mental.
Anônimo disse…
Ateus não precisam pregar o ateísmo. O que precisamos é de educação de qualidade, que ensino os jovens a pensarem por si mesmos, a sempre fazerem perguntas, e nunca aceitar verdades convenientes. Qualquer pesquisa mostra que onde há educação de mais qualidade, maior o número de ateus. É justamente por isso que tantos políticos como o governador Geraldo Alckmin, da Opus Dei, lutam contra a educação. Depois de estabelecer a aprovação automática no Estado de São Paulo, permitindo que mais crianças cheguem ao segundo grau sem saber ler e escrever, agora ele quer eliminar também as matérias de História, Geografia e Ciências do currículo do ginásio. Pode uma coisa dessas? Mas conhecendo a opção religiosa dele, faz todo sentido!

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