por Andrea Tornielli
Rede de prostituição operava dentro do Vaticano, diz jornal
fevereiro de 2013
do jornal La Stampa
No primeiro dia de discussões a portas fechadas e celulares mudos, os 144 cardeais reunidos para falar sobre o futuro da Igreja ouviram pelo menos três vezes, na aula do Sínodo, o pedido de conhecer o relatório reservado sobre a fuga de documentos e os venenos curiais.
Na manhã de ontem foram três cardeais que manifestaram o desejo de saber o que consta no “Relatio” preparado pela comissão dos cardeais que fizeram a investigação. O conteúdo do relatório, até o momento, é secreto.
O pedido foi feito pelo cardeal alemão Walter Kasper, que é da ala dos velhos curiais mais críticos da gestão da Secretaria de Estado dos últimos anos. O mesmo pedido foi feito pelo austríaco Cristoph Schönborn, arcebispo de Viena, que, em 2010, criticou publicamente o ex-Secretário de Estado, Angelo Sodano, por conta da gestão, nos anos do pontificado de João Paulo II, dos casos de abusos sexuais. Igualmente o húngaro Peter Erdö, arcebispo de Budapest, fez o mesmo pedido.
Não por acaso também os cardeais de Washington e de Chicago, Donald Wuerl e Francis George, afirmaram, depois da primeira congregação geral, que o caso Vatileaks precisa ser discutido e “que algumas questões serão feitas aos cardeais envolvidos na investigação”.
Sabe-se que Bento XVI não quis divulgar o relatório mas permitiu que os três cardeais que investigaram o caso – Herranz, Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi – forneçam informações de caráter geral.
Também questões ligadas ao funcionamento da Cúria foram levantadas. Um tema central, sobretudo para os cardeais americanos, é a luta contra a pedofilia clerical e a continuação da obra de limpeza iniciada por Ratzinger. “É uma grave ferida no corpo da Igreja – dizem – e o novo Papa precisa afrontá-la”.
Outros cardeais fizeram intervenções pontuais e concretas sobre os procedimentos do conclave. “A impressão é que não será um trabalho breve”, sussurra um dos presentes ao sair da reunião.
O colégio cardinalício quer ter o tempo necessário para conversar entre eles, para se encontrarem, para trocar opiniões. Um procedimento que pode desarticular tentativas de acordo e de candidaturas pré-constituídas.
Mas seria um erro considerar que os escândalos e Vatileaks tenham sido o tema principal do primeiro dia de trabalho: a preocupação da maioria dos presentes é encontrar um novo Papa que saiba falar ao mundo, anunciar o Evangelho de maneira positiva.
“Precisamos de um Papa como São Francisco – diz um cardeal influente no final dos trabalhos de ontem. Um homem que saiba sorrir como João Paulo I, que possa mostrar o rosto da misericórdia de Deus. E que saiba reforma a Cúria para torná-la mais credível e transparente”.
Cardeais temem eleger um papa envolvido com as denúncias do chamado Vatileaks |
Na manhã de ontem foram três cardeais que manifestaram o desejo de saber o que consta no “Relatio” preparado pela comissão dos cardeais que fizeram a investigação. O conteúdo do relatório, até o momento, é secreto.
O pedido foi feito pelo cardeal alemão Walter Kasper, que é da ala dos velhos curiais mais críticos da gestão da Secretaria de Estado dos últimos anos. O mesmo pedido foi feito pelo austríaco Cristoph Schönborn, arcebispo de Viena, que, em 2010, criticou publicamente o ex-Secretário de Estado, Angelo Sodano, por conta da gestão, nos anos do pontificado de João Paulo II, dos casos de abusos sexuais. Igualmente o húngaro Peter Erdö, arcebispo de Budapest, fez o mesmo pedido.
Não por acaso também os cardeais de Washington e de Chicago, Donald Wuerl e Francis George, afirmaram, depois da primeira congregação geral, que o caso Vatileaks precisa ser discutido e “que algumas questões serão feitas aos cardeais envolvidos na investigação”.
Sabe-se que Bento XVI não quis divulgar o relatório mas permitiu que os três cardeais que investigaram o caso – Herranz, Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi – forneçam informações de caráter geral.
Também questões ligadas ao funcionamento da Cúria foram levantadas. Um tema central, sobretudo para os cardeais americanos, é a luta contra a pedofilia clerical e a continuação da obra de limpeza iniciada por Ratzinger. “É uma grave ferida no corpo da Igreja – dizem – e o novo Papa precisa afrontá-la”.
Outros cardeais fizeram intervenções pontuais e concretas sobre os procedimentos do conclave. “A impressão é que não será um trabalho breve”, sussurra um dos presentes ao sair da reunião.
O colégio cardinalício quer ter o tempo necessário para conversar entre eles, para se encontrarem, para trocar opiniões. Um procedimento que pode desarticular tentativas de acordo e de candidaturas pré-constituídas.
Mas seria um erro considerar que os escândalos e Vatileaks tenham sido o tema principal do primeiro dia de trabalho: a preocupação da maioria dos presentes é encontrar um novo Papa que saiba falar ao mundo, anunciar o Evangelho de maneira positiva.
“Precisamos de um Papa como São Francisco – diz um cardeal influente no final dos trabalhos de ontem. Um homem que saiba sorrir como João Paulo I, que possa mostrar o rosto da misericórdia de Deus. E que saiba reforma a Cúria para torná-la mais credível e transparente”.
fevereiro de 2013
Comentários
o sagrado virando profano...
Postar um comentário