Passeio pela internet enquanto o bisturi não vem |
Elogiei o desprendimento das duas, o empenho delas em prestar apoio a pessoas em momento de fragilidade física e emocional. Disse que a minha mulher, que é católica e que tem estado sempre ao meu lado nestas horas, provavelmente iria à capela.
“Os enfermos também podem assistir à missa”, disse a senhora.
Respondi que estava grato pelo convite, mas que sou ateu. Só acredito na ciência, e ainda assim com reservas, porque há muito ainda o que se pesquisar e a descobrir.
A senhora então começou a falar de doentes que tinham sido salvos por milagres e que Deus é tão bondoso que até quem não crê Nele obtém a Sua graça.
Pensei: “Depois de um infarto, só me faltava esta: ter de suportar um proselitismo religioso”.
Procurei dar um recado sutil para a pregadora: “Eu sou ateu, mas você não precisa se preocupar porque não tentarei desconvertê-la, da mesma forma que, acredito, você terá a delicadeza de respeitar a minha descrença”.
Ela entendeu o recado e se despediu dizendo que ia rezar por mim. Agradeci, mais uma vez, a bondade dela.
E me perguntei: “Que raio de Estado laico é este que tem uma capela em uma hospital público?”
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Hospital extingue capela e cria espaço laico; arcebispo protesta
junho de 2010
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