Ferrari sofreu perseguição do futuro papa e teve uma exposição destruída por católicos |
No dia 25 de julho — dois dias depois de o papa Francisco iniciar sua visita ao Brasil — morreu aos 92 anos de câncer em Buenos Aires León Ferrari (foto), considerado o mais importante artista plástico da Argentina. Ele viveu exilado 15 anos em São Paulo.
Autodidata, Ferrari produziu obras provocativas, e um dos seus temas recorrentes era o cristianismo, retratado com um olhar crítico e implacável.
Em 2004, ele expôs uma retrospectiva de suas obras do período 1954-2004. O cardeal Bergoglio, o futuro papa, divulgou uma carta considerando a exposição como “blasfêmia”.
Obra premiada "Civilização Ocidental e Cristã" |
Ferrari juntou os estilhaços e mudou o nome da exposição para “Obrigado, Cardeal Bergoglio”.
Bergoglio disse não ter culpa pelo quebra-quebra, mas continuou perseguindo o artista, impedindo que suas obras fossem expostas em instalações do governo. Instalações, portanto, segundo o cardeal, mantidas pelos contribuintes católicos.
A implicância, nesse caso, de Bergoglio revela uma faceta ainda não demonstrada pelo papa Francisco: a dificuldade de aceitar a livre manifestação artística.
Ferrari, quando soube que Bergoglio tinha sido escolhido como papa, comentou: “É um horror, é um horror. Vai ser um papa muito autoritário, com certeza”.
A última Ceia, na interpretação de Ferrari
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