Desde agosto de 2010, quando foi criado, o projeto “Bicho Sagrado”, da ONG SOS Aves & Cia., impediu que 2.648 animais fossem sacrificados por motivos religiosos.
Paulo Maia, presidente da ONG, afirmou não ter “nada contra a religião de ninguém”, mas todos precisam saber que torturar animais é crime tipificado na lei.
A lei 9.605, em seu capítulo cinco, determina que só é permitido matar animais para saciar a fome ou para proteger lavouras e ainda no caso de o bicho ser nocivo para os humanos. Os infratores são punidos com multas.
“É preciso saber o que é religiosidade e o que crime de maus-tratos”, afirmou Maia.
Marcelo Monteiro, que sacerdote de Ogum (ele é, portanto, o responsável pela realização de sacrifícios), negou que os animais sofram muito. Argumentou que, no Candomblé, os animais são mortos rapidamente, de modo que sintam pouca dor.
Disse também que a lei é respeitada, porque “a carne dos animais serve para nos alimentar, o couro serve para a produção de materiais, e assim por diante”.
Ele afirmou a Clarissa Pains Silva, do jornal “O Globo”, que muitas das oferendas encontradas em ruas e encruzilhadas são feitas por pessoas que não pertencem a um grupo de Candomblé. Essas pessoas seriam “independentes”.
Monteiro disse que o Estado laico garante o sacrifício de animais em rituais religiosos. “Tentar proibi-lo é intolerância religiosa e desrespeito para com as tradições africanas."
A ONG adota alguns dos animais os quais salvam do sacrifício, enviando-os para um de seus dois abrigos, um em Saquarema e outro em Itaipava.
Um exemplo recente de adoção é o da galinha Beta. Ela foi resgatada em um despacho em Niterói após uma de suas asas ser amputada.
Maia contou que em 2010 salvou um bode próximo a um cemitério que tinha sete facas na cabeça. O animal conseguiu sobreviver e foi o primeiro a ser adotado.
Com informação de O Globo.
Artigo: Sacrifício de animais esconde o fundamento espúrio das religiões
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