Hoff tinha orgulho de ter ajudado os nazistas |
O pastor luterano Walter Hoff (foto) participou pessoalmente do extermínio de cerca de 700 a mil judeus na Bielorrússia e, em carta a seus superiores, disse que tinha orgulho disso.
Um estudo feito por Dagmar Pöpping, da Universidade Ludwig Maximilian, de Munique, revela que a colaboração de Hoff para com os nazistas foi muito além da retórica.
A Igreja Católica manteve um silêncio vergonhoso em relação às atrocidades dos fascistas, mas a Igreja Luterana nunca escondeu a sua admiração por Hitler.
Essa certamente é a explicação de a Igreja Luterana, após a Segunda Guerra, quando começou o acerto de contas, ter abafado o caso Hoff, porque expô-lo seria colocar em evidência os laços estreitos que a instituição manteve com o regime nazista.
Hoff morreu em 1977 sem sofrer qualquer punição. Ele já estava aposentado, recebendo da igreja uma razoável quantia.
Quando ao final dos anos 1950 a central de apuração dos crimes nazistas de Ludwigsburg começou a investigá-lo, o pastor disse ter inventado a sua participação na matança de judeus, para demonstrar às autoridades alemãs que ele era “um bom nazista”. E o caso foi arquivado.
Pai de seis filhos, o pastor era casado com uma integrante de uma associação nazista para mulheres. Ele fez carreira com o apoio de Joseph Goebbels, o poderoso ministro da propagada do regime.
Em 1934, Hoff foi promovido a chefe da Igreja em Berlim e Brandenburgo. Ele fazia sermões pedindo aos berlinenses que agradecessem a Deus “pela eliminação dos judeus da Alemanha”.
Na igreja de St. Petri, que pertencia à paróquia de Berlim, havia todos os anos, no aniversário do Führer, dia 20 de abril, um culto em agradecimento a Hitler pela sua luta contra “o judaísmo mundial”.
Durante a guerra, Goebbels o chamou para ser pastor da Wehrmacht, onde estavam as tropas que ocuparam a União Soviética e executaram o extermínio em 1943 dos judeus da Bielorrússia.
Somente agora parece que a Igreja Luterana está disposta a reconhecer o caso Hoff e assumir o seu passado de apoio ao regime nazista.
O bispo berlinense Markus Dröge afirmou que a Igreja falhou ao apoiar os nazistas e também ao não investigar esse passado depois da guerra.
“A Igreja Luterana foi em muitos casos criminosa e isso nos obriga hoje a uma posição crítica em relação a todas as ideologias”, afirmou.
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