Religião não garante bem-estar |
Ao longo de 12 meses, 10,3% de um grupo de religiosos e 10,5% do total de pessoas que declararam ter "compreensão espiritual de vida” tiveram depressão. Em relação aos ateus, a incidência desse transtorno foi menor, de 7%.
Esse é o resultado do estudo “Crenças espirituais e religiosas como fatores para o aparecimento da depressão” publicado na edição de outubro deste ano da revista Psychological Medicine.
A pesquisa definiu como religiosas as pessoas que frequentam locais específicos, como templos, mesquitas, igrejas e sinagogas. As espirituais foram consideradas como pessoas sem uma religião definida.
O professor Michael King, Unidade Mental Health Sciences, da University College London, e outros nove pesquisadores analisaram no período o comportamento de 8.318 pessoas da área urbana e rural do Reino Unido, Espanha, Estónia, Portugal, Chile e Holanda.
Na comparação entre um país e outro, houve grande variação nos resultados, mas em todos os casos os ateus aparecem com o menor percentual de incidência de depressão. No Reino Unido, por exemplo, as pessoas “espirituais” se mostraram três vezes mais deprimidas do que os ateus.
Os pesquisadores, de acordo com a revista, admitiram que o número de países pesquisados é pequeno. Mesmo assim, segundo eles, “os resultados não suportam a ideia de que as crenças garantem bem-estar psicológico”.
“Não houve nenhuma evidência de que a religião previne a depressão depois de um acontecimento grave na vida da pessoa.”
Outra pesquisa divulgada recentemente pela Universidade de Duke (EUA) já tinha constatado que os pastores sofrem mais depressão, na proporção de até 11,1%, contra a média de 5,5% da população.
Com informação da Psychological Medicine.
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