Livro de Mórmon cita que o "Senhor Deus" castigou uma pessoa mudando a cor de sua pela para escura
Fundada nos Estados Unidos por Joseph Smith, somente agora, 183 anos depois, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a Igreja Mórmon, renunciou oficialmente ao trecho racista do seu livro sagrado.
O “Livro de Mórmon” (que a Igreja também chama de “outro evangelho de Jesus Cristo”) afirma em 2 Néfi, no capítulo, 21 que Deus fez com que, como castigo, a pele dos lamanitas ficasse escura.
Diz o versículo: “E Ele fez cair a maldição sobre eles [lamanitas], sim, uma dolorosa maldição, por causa de sua iniquidade. Pois eis que haviam endurecido o coração contra Ele de tal modo que se tornaram como uma pedra; e como eram brancos, notavelmente formosos e agradáveis a fim de que não fossem atraentes para meu povo, o Senhor Deus fez com que sua pele se tornasse escura.”
Versículo 22: "E assim disse o Senhor Deus: 'Eu farei com que sejam 'repugnantes a teu povo, a menos que se arrependam de suas iniquidades.'"
23: ""E amaldiçoada será a semente daquele que se 'misturar com a semente deles; porque será amaldiçoada com igual maldição".
24: "E por causa da maldição que caiu sobre eles, tornaram-se um povo 'preguiçoso, cheio de maldade e astúcia e procuravam animal de caça no deserto.'"
25: "E o Senhor Deus disse-me: 'Eles serão um castigo para seus descendentes, a fim de fazer com que se lembrem de mim e não derem ou ouvidos a minhas palavras, castigá-los-ao até que sejam destruídos"".
Esse trecho de 2 Néfi se refere a um conflito entre duas tribos de Israel — lamanitas e nefitas — que migraram para o Novo Mundo, fixando-se na mesoamérica, na versão mórmon.
Em 3 Néfi 2:15, o livro diz que, depois, quando se tornaram cristãos, os lamanitas voltaram a ser brancos, livrando-se da maldição.
Algo parecido houve com os índios americanos, de acordo com o Spencer W. Kimball, líder da Igreja.
Ao se dirigir aos participantes da conferência geral dos mórmons de 1960, ele disse que os nativos americanos que se converterem ao mormonismo estavam se tornando gradualmente mais claros.
“Eu vi um contraste impressionante no progresso dos povos indígenas. O dia dos lamanitas está próximo. Eles agora estão se tornando brancos e agradáveis, como lhes foi prometido. As crianças do programa de internação em Utah [onde fica a sede da Igreja] são muitas vezes mais claras do que seus irmãos da reserva indígena.”
Em 6 dezembro de 2013, a Igreja publicou documento interno negando “as teorias do passado” segundo as quais “a pele negra é um sinal de desagrado divino ou maldição e que os casamentos inter-raciais são pecados.”
Reforçou que “negros ou pessoas de qualquer outra raça ou etnia não são inferiores” a ninguém. “Os líderes da Igreja hoje, inequivocamente, condenam todo tipo de racismo, do passado e presente, sob qualquer forma”.
Smith defendia que as pessoas negras são amaldiçoadas por terem sua origem em Cam, o filho de Noel que abusou sexualmente do pai, quando este estava bêbado. E a mesma versão da Bíblia, da qual copiou muita coisa.
Por conta da pregação de Smith, a Igreja discriminou negros, mulatos e índios. Mas, nas décadas mais recentes, não havia consenso entre os mórmons. Parte deles se opunha discretamente à pratica do racismo.
Em 1978, Kimbal anunciou uma “nova revelação”: Deus passava a permitir que negros recebessem o sacerdócio. Mas nos livros sagrados e na prática o racismo se manteve firme.
A consolidação da Igreja no Brasil (cuja maioria da população tem ascendência de negros) e depois o movimento pelos Direito Civis nos Estados Unidos forçaram os líderes dos mórmons a uma reinterpretação das escrituras sagradas.
Nos últimos anos, a Igreja tem feito grande esforço para se modernizar para atrair os jovens, garantindo a sua sobrevivência.
Mas os líderes ainda relutam em aceitar os direitos de igualdade das mulheres e dos homossexuais, o que, segundo observadores, não ocorrerá tão cedo, se ocorrer.
Em 3 Néfi 2:15, o livro diz que, depois, quando se tornaram cristãos, os lamanitas voltaram a ser brancos, livrando-se da maldição.
Algo parecido houve com os índios americanos, de acordo com o Spencer W. Kimball, líder da Igreja.
Ao se dirigir aos participantes da conferência geral dos mórmons de 1960, ele disse que os nativos americanos que se converterem ao mormonismo estavam se tornando gradualmente mais claros.
“Eu vi um contraste impressionante no progresso dos povos indígenas. O dia dos lamanitas está próximo. Eles agora estão se tornando brancos e agradáveis, como lhes foi prometido. As crianças do programa de internação em Utah [onde fica a sede da Igreja] são muitas vezes mais claras do que seus irmãos da reserva indígena.”
Em 6 dezembro de 2013, a Igreja publicou documento interno negando “as teorias do passado” segundo as quais “a pele negra é um sinal de desagrado divino ou maldição e que os casamentos inter-raciais são pecados.”
Reforçou que “negros ou pessoas de qualquer outra raça ou etnia não são inferiores” a ninguém. “Os líderes da Igreja hoje, inequivocamente, condenam todo tipo de racismo, do passado e presente, sob qualquer forma”.
Smith defendia que as pessoas negras são amaldiçoadas por terem sua origem em Cam, o filho de Noel que abusou sexualmente do pai, quando este estava bêbado. E a mesma versão da Bíblia, da qual copiou muita coisa.
Por conta da pregação de Smith, a Igreja discriminou negros, mulatos e índios. Mas, nas décadas mais recentes, não havia consenso entre os mórmons. Parte deles se opunha discretamente à pratica do racismo.
Em 1978, Kimbal anunciou uma “nova revelação”: Deus passava a permitir que negros recebessem o sacerdócio. Mas nos livros sagrados e na prática o racismo se manteve firme.
A consolidação da Igreja no Brasil (cuja maioria da população tem ascendência de negros) e depois o movimento pelos Direito Civis nos Estados Unidos forçaram os líderes dos mórmons a uma reinterpretação das escrituras sagradas.
Nos últimos anos, a Igreja tem feito grande esforço para se modernizar para atrair os jovens, garantindo a sua sobrevivência.
Mas os líderes ainda relutam em aceitar os direitos de igualdade das mulheres e dos homossexuais, o que, segundo observadores, não ocorrerá tão cedo, se ocorrer.