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Pastor americano de surdos anuncia em vídeo que se tornou ateu


Vollmar disse que 
estudos o levaram
 para a descrença

Justin Vollmar (foto) publicou artigo no site da CNN no dia 10 de fevereiro com uma revelação que teve grande repercussão entre cristãos e céticos: depois de alguns anos de dúvidas, ele, um pastor batista de surdos, se tornara ateu.

“Depois de estudar teologia e filosofia, percebi que a Bíblia não era a palavra de Deus. Não houve milagres sobrenaturais. Jesus Cristo foi uma figura mítica que não ressuscitou dentre os mortos”, escreveu.

“Minha fé se desmoronou, mas as dúvidas do meu coração se resolveram completamente.”

Depois, no Youtube, Vollmar, que é surdo de nascença, usando a linguagem dos sinais, disse que "não existe tal coisa como Espírito Santo, e a Igreja é invenção dos homens". "Tudo em que eu acreditava como cristão virou de cabeça.”

Vollmar escreveu que começou a perceber que havia algo de errado com a religião quando foi pastor por sete anos em uma igreja de Silver Spring, Maryland.

Afirmou que trabalhava muito e ganhava pouco, enquanto o líder da igreja recebia US$ 80.000 por ano e jogava golfe duas vezes por semana. “Meu pastor era um tirano e cruel, me xingava e sempre me empurrava mais trabalho.”

O pastor mudou de Igreja e de Estado e abriu uma Igreja Virtual de Surdos.

As dúvidas sobre a existência de Deus já estavam em seu coração, como ele diz, mas o que o levou a se assumir como ateu foi um curso de mestrado de artes em teologia. “Como parte do meu estudo, li muitas críticas contra a crença em Deus.”

O pastor Terry Michael Buchholz disse ter ficado surpreso com as “mentiras” publicadas por Vollmar sobre ele. Afirmou ter provas de que ganha menos de US$ 80.000 por ano que Vollmar trabalhava 45 horas por semana, que não havia, portanto, sobrecarga de trabalho. “Ele [Vollmar] é mentiroso, vingativo e patológico, e precisa se arrepender de seus pecados em sua antiga igreja.”

Para Buchholz, Vollmar seguiu o pior caminho, o do diabo.

O ex-pastor está recebendo apoio, inclusive financeiro, do Projeto Clero, mantido pela Fundação Richard Dawkins. “[No projeto] encontrei colegas ministros que duvidaram da existência de Deus. Eles me ajudaram a lidar com as minhas emoções e a definir novas metas para a minha vida.”


“Minhas dúvidas me levaram para o ateísmo”

por Justian Vollmar 
para  CNN

Quando tinha 18 anos, fui atraído por uma rigorosa seita cristã conhecida como Batistas Independentes Fundamentais. Eles me convenceram de que eram a única igreja verdadeira, e eu me tornei um cristão renovado.

Deixei Universidade Gallaudet, escola para surdos, para me inscrever no Colégio Batista de Surdos, onde me formei bacharel em estudos pastorais.

Após a formatura, por sete anos fui pastor em Silver Spring, Maryland, trabalhando 60 horas por semana por pouco dinheiro.

Meu pastor era um tirano cruel, me xingava e sempre me empurrava mais trabalho. Enquanto isso, ele ganhava US$ 80.000 por ano e jogava golfe duas vezes por semana. Eu vivia na pobreza e não via muito meus filhos. Fiquei revoltado”.

Eu renunciei a minha posição de pastor e fui afastado pela Igreja. Minha fé em Deus foi severamente abalada. Eu comecei a ter dúvidas sobre as afirmações da Bíblia. Questionei se o amor de Deus era real.

Ainda assim, não tinha desistido da igreja. Em vez disso, por dois anos, eu me tornei um pastor em uma igreja que faz parte da Convenção Batista do Sul, a megaigreja de Rick Warren. Eu me chamava de "Batista contemporâneo".

Durante esse período, criei um ministério de pregação on-line, a Igreja Virtual de Surdos, para pessoas como eu. Eu tinha um público considerável, a média de 3.000 espectadores para cada vídeo ou vlog — aproximadamente o mesmo número de fiéis de uma congregação não virtual.

Mas eu ainda tinha muitas perguntas espirituais e estudei prateleiras de livros teológicos em busca de respostas. Eu acabei descobrindo muitas contradições.

Exemplos: Por que dezenas de denominações cristãs lutam entre si sob o argumento de as outras são igrejas falsas? Por que existem milhares de interpretações conflitantes entre os cristãos? Como Deus poderia ser tão amoroso se ele envia milhões para o inferno?

Mudei-me para o ecumenismo que tenta promover a unidade entre as igrejas. No entanto, as dúvidas ainda permaneciam em meu coração.

Um dia, em 2011, enquanto eu estava pregando em minha antiga igreja em College Park, Maryland, eu tive um momento surreal, e as minhas dúvidas se consolidaram. Então decidi que não poderia mais ser pastor.

Pedi demissão da minha igreja e me mudei para outro Estado, e eu tenho vivido uma vida de ex-pregador, nos últimos dois anos.

Mas eu ainda tinha os vlogs, continuava pregando, de certa forma, sobre a religião da qual estava me afastando.

Eu me matriculei em Liberty University com a esperança de obter um doutorado em história da igreja. Eu me formei em mestrado de artes em teologia em dezembro.

Mas, para minha surpresa completa, descobri que as minhas dúvidas me levaram para o ateísmo. Como parte do meu estudo, li muitas críticas contra a crença em Deus.

Depois de estudar teologia e filosofia, percebi que a Bíblia não era a palavra de Deus. Não houve milagres sobrenaturais. Jesus Cristo foi uma figura mítica que não ressuscitou dentre os mortos.

Minha fé se desmoronou, mas as dúvidas do meu coração se resolveram completamente.

Compreendi que Deus é uma antiga, mas poderosa superstição. Eu me inscrevi para o Projeto Clero, onde encontrei colegas ministros que duvidaram da existência de Deus. Eles me ajudaram a lidar com as emoções que eu senti e a definir novas metas para a minha vida.

Depois de meses em segredo, revelei que me tornara ateu porque quero dar aos cristãos a oportunidade de se libertarem de suas tradições e superstições.

A reação até agora tem sido explosiva. Os cristãos foram abalados e os céticos, encantados. Recebi centenas de comentários negativos e e-mails de cristãos e centenas de comentários positivos e e-mails dos céticos.

Por enquanto, vou continuar fazendo vlogs, só que agora a partir de um ponto de vista cético.

Com informação da CNN e de outras fontes.


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