"Supus que até as mentes mais obscuras pudessem se iluminar com o tempo" |
“Pensei que essa guerra já tivesse terminado, na ingênua suposição de que até as mentes mais obscuras, com o tempo, se iluminam — ou pelo menos se dão conta do seu ridículo”, escreveu ele em crônica que é publicada em vários jornais.
A peça está em cartaz em São Paulo desde o dia 14, no Teatro do Complexo Ohtake Cultural. Trata-se de uma reencenação do espetáculo da Broadway de Andrew Lloyd Webber e Tim Rice.
No dia de estreia, cerca de 40 católicos do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, Associação Devotos de Fátima, Associação Sagrado Coração de Jesus e Brasil Pela Vida protestaram defronte ao teatro. Gritaram palavras de ordem, tocaram gaita de fole e tambor e portavam cartazes e estandartes.
Desde então tem ocorrido protesto em todos os dias de apresentação da peça, sob a acusação de que se trata de uma falta de respeito para com Jesus, uma blasfêmia.
Veríssimo escreveu que a centenária ópera-rock de Andrew Lloyd Webber e de Tim Rice que relata os últimos dias de Jesus Cristo “deve ter motivado mais jovens a se interessar pela sua história do que qualquer catecismo de Igreja”.
“Quem se horroriza com a versão roqueira de Cristo ignora a tradição da arte renascentista de atualizar as cenas da Paixão, representando-as com roupas e interiores da época dos artistas, sem que isto fosse considerado blasfêmia e provocasse protestos.”
Ele lembrou o caso da proibição no Brasil pela Igreja Católica da exibição do Je vous salue, Marie, do Jean-Luc Godard, porque o filme mostrava os seios da Virgem Maria.
Ignorou-se assim, na época, segundo Verissimo, a tradição da arte religiosa das virgens lactantes, “que aparecem em várias pinturas com os seios à mostra amamentando o menino Jesus”.
“No filme, Godard humanizava a figura de Maria e trazia para atualidade, e para uma reflexão intelectual adulta, o mistério de dogmas como o da Anunciação e o da Concepção Imaculada”, escreveu. “Uma expressão da experiência religiosa muito mais consequente e inspiradora do que a retrógrada instrução das igrejas.”
A reencenação de “Jesus Superstar” é dirigida pelo católico Jorge Takla. Cristo é interpretado por Igor Rickli. O ator discorda das críticas (principalmente de religiosos) de que o seu Cristo é muito sexual.
“Nos anúncios da peça, estou sem camisa, mas trata-se de só um corpo, e isso é mais um tabu na cabeça de algumas pessoas", disse.
Rickli interpreta Jesus em seus últimos dias |
Com informação de crônica de Verissimo, entre outras fontes.
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Jesus Cristo
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