Padre Garcia (de costas) disse que não ter celebrado casamento entre arquitetos que vivem juntos há 11 anos [foto de arquivo pessoal] |
Cruz tinha sido avisado sobre a celebração |
O padre disse não haver motivo para punição porque não simulou o sacramento entre os dois fiéis nem estimulou a união homoafetiva.
O que fez, disse, foi apenas abençoar a residência do casal e que usou roupa comum, sem nenhum parâmetro, como mostra as fotos publicadas na internet.
Para o padre, dom Washington Cruz agiu com truculência porque não houve transgressão de qualquer lei canônica. Além disso, afirmou, o arcebispo foi avisado com antecedência sobre a celebração.
“O bispo se deixou guiar por interpretações fantasiosas, como se eu estivesse estimulado a união entre os dois”, disse.
“Não celebrei nenhum casamento. Sou muito prudente, quem me conhece sabe disso. Respeito os sacramentos e as pessoas. Tenho lisura nos meus atos.”
Garcia afirmou que compareceu à casa dos dois arquitetos como convidado. “Eles não pediram sacramento, mas só uma oração.” O sacerdote disse ter rezado o Salmo 83 e que após falou sobre “a grandeza do amor e o respeito às pessoas”.
“O bispo tem poder absoluto”, disse. “Funciona como uma monarquia. Tanto que ele fez a condenação a mim sem ouvir testemunhas. Sem a presunção da verdade. Ele se baseou nos entretantos. Com base em fotos de internet e sob a pressão de assessores e de setores fundamentalistas da igreja.”
Falou que em uma sociedade plural não é “possível mais recorrer aos resquícios do fundamentalismo e usar a própria Igreja para punir aqueles que estão acolhendo as pessoas”.
Ele lembrou que o próprio papa afirmou que não faz julga ninguém por sua opção sexual. “Francisco deixou isso claro no início do seu pontificado a ser questionado sobre os homossexuais.”
Garcia, que é sacerdote há 30 anos, disse que vai recorrer da decisão do arcebispo.
Com informação do Globo e outras fontes.
Tweet
Arcebispo de Goiânia demite padre casado e com cinco filhos
novembro de 2008
Comentários
Postar um comentário