Pesquisadores descobrem que "lixo" compõe mais de 90% do DNA humano |
Estudo sugere que somente 8,2% do DNA humano tem funcionalidade — ou seja, os 91,8% restantes são “lixo”. Isso significa que, do total dos mais de 2 bilhões da “letras” do DNA, apenas 250 milhões estão em uso.
Na estimativa anterior, o percentual de “DNA útil” era menor ainda, de 3% a 5%. Em 2012, o ENCODE (Encyclopedia of DNA Elements), um projeto de pesquisa pública liderado pelo Instituto do Genoma Humana (dos EUA), projetou o percentual era de 80% — uma superestimativa, como se sabe agora.
O novo estudo foi publicado no dia 24 de julho de 2014 pela revista PLoS Genetics.
Chris Ponting, professor da genômica na Universidade de Oxford (Inglaterra) e um dos autores do estudo, disse que a diferença entre os percentuais pode ser atribuída, em parte, às variações de definições de “DNA funcional”.
Ele explicou que, nesse estudo, os pesquisadores usaram um modelo evolutivo para estimar a porcentagem funcional e o de “lixo” do genoma humano. Eles consideraram como mais importantes os códigos genéticos que menos passaram por mutações por serem mais essenciais à composição do organismo humano.
Os pesquisadores também compararam as sequências de DNA de 12 mamíferos — incluindo gado, furões, coelhos e panda — para ver as mutações que tinham ocorrido desde o seu último ancestral em comum, há cerca de 100 milhões. Nesse processo, foram contados os elementos preservados pela seleção natural.
Os pesquisadores descobriram que os animais que estão intimamente relacionados com os humanos têm sequências de DNA mais semelhantes com nós do que com seus parentes mais distantes. Os ratos e os humanos, por exemplo, compartilham entre si 2,2% do DNA funcional.
Dan Graur, professor de biologia evolutiva molecular da Universidade de Houston, Texas (EUA), que não fez parte da equipe de pesquisadores, comentou que, “gostem ou não as pessoas, a grande parte do nosso genoma é lixo”.
O professor disse que há organismo que têm genomas muito maiores do que os dos humanos e outros menores. O do trigo, por exemplo, é cinco vezes maior do que o do humano. “[Mas] o tamanho do genoma não é o que importa”, disse.
Ponting afirmou que o fato de o DNA funcional do humano ser menos de 10% do seu total vai ajudar os cientistas a estudarem a origem de doenças e distúrbios. “Nós só temos de estudar uma pequena parte do DNA”, afirmou.
Com informação da PLoS Genetics e outras fontes.
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