Evangélicos convenceram time que índio é o culpado pelas derrotas |
O time se encontra em má fase, como sucessivas derrotas na Série C do Campeonato Brasileiro.
“Cablocos” são espíritos de índios (não evangelizados) que ajudam pessoas a vencerem suas dificuldades. Eles participam de sessões de umbanda para cumprir missão de desenvolver caridade e amor ao próximo. “Cablocos” não precisam ser necessariamente espíritos indígenas.
O Guarani foi fundado em 1911 por imigrantes italianos, que escolheram o nome do clube em homenagem à obra prima do compositor Carlos Gomes.
A figura do índio foi adotada pelo clube como mascote no início dos anos 50, e por isso é chamado de “bugre”. O índio cabloco foi estampado no uniforme por decisão de Álvaro Negro, presidente do clube e espírita praticante.
Se hoje para evangélicos o índio cabloco é a causa das derrotas do time, em 1978 torcedores atribuíram à “força” da entidade a obtenção do título brasileiro e em 1997 ao não rebaixamento do Guarany de série.
O jogador católico Fumagalli disse que não se incomodava com o índio cabloco. “[Mas] o pessoal de outras religiões ficou meio desconfiado com o índio, e resolvemos falar com diretoria para tirá-lo da camisa”.
Ele reconheceu que o uniforme com a figura do índio não pode ser usado como desculpas para as derrotas do time.
Em nome de representantes e defensores de credos de matriz africana, Pai Joãozinho Galerani divulgou nota denunciando jogadores e diretoria do Guarany da prática de preconceito religioso.
“Trazemos nosso repúdio a esta atitude imatura, impensada, preconceituosa, destituída de qualquer compreensão e – principalmente – respeito pela fé do próximo”, diz a nota.
“Vocês jogadores e dirigentes deste clube não desejam trazer um símbolo tão bonito em seu peito ou aliado à imagem do Guarani. Mas a verdade é que não merecem fazer uso desta imagem. Afinal, a atitude de vocês não está aos pés da atitude de um Caboclo Brasileiro.”
Com informação das agências.
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maio de 2011
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