A Igreja Mórmon finalmente admitiu que Joseph Smith (na ilustração ao lado), seu fundador, casou-se com cerca de 40 mulheres — uma delas tinha 14 anos.
A poligamia de Smith não é uma nova revelação, mas essa é a primeira vez que a hierarquia da igreja reconhece oficialmente o fato.
O jornal britânico The Telegraph informou que o site da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o nome oficial para os mórmons, publicou um ensaio com a informação de que Smith tinha de 30 a 40 mulheres, além de Emma (na ilustração abaixo), que vinha sendo considerada até então pela história oficial da religião como “única” do fundador.
A igreja dizia que Smith e Emma tinham um “casamento feliz”, o que, sempre se soube, não era verdade.
No começo da religião, o governo americano prendeu os mórmons polígamos e confiscou os seus bens, o que levou a igreja a “desmentir” em 1890 que incentivasse o casamento plural.
Na época, os mórmons foram banidos para Utah, então uma espécie de terra de ninguém.
Emma, a primeira mulher, sofria muito com a poligamia do marido, sofrimento que agora a igreja passou a admitir. Alguns historiadores afirmam que ela chegou a ameaçar Smith de ter vários maridos. Ficou apenas na ameaça.
Igreja disse que anjo armado com uma espada obrigou Smith a ser polígamo |
O camponês e caçador de tesouro Smith decidiu fundar a Igreja Mórmon após, segundo ele, ter descoberto ao final de 1820 placas de ouro com inscrições de ensinamentos divinos enterradas em Nova Iorque.
Nelas, sempre segundo Smith, havia a informação de que Jesus apareceu nos Estados Unidos após a ressurreição, em visita a um antigo povo judaico-cristão que ali vivia.
Não há provas da existência das placas. Smith nunca as mostrou porque, dizia, elas tinham sido levadas para o céu pelo anjo Moroni.
De qualquer forma, Smith garantiu que o Livro Mórmon, espécie de Bíblia da religião, foi escrito com base nas placas. De acordo com estudiosos, esse livro não passa de colagens de textos, alguns deles escritos sob a inspiração da Bíblia.
O ensaio online da Igreja Mórmon tenta atenuar o fato de o Smith ter sido um polígamo exemplar. Destaca, por exemplo, que algumas das mulheres dele já eram casadas com outros homens.
O documento parece ter forçado a barra ao afirmar que o fundador da igreja foi obrigado por um anjo a se casar com várias mulheres.
“O anjo apareceu com uma espada desembainhada, ameaçando Smith com a destruição, e ele obedeceu plenamente.” Até porque, argumenta o ensaio, havia o precedente de antigos profetas, como Abraão, que teve mais de uma mulher. Por isso, o fundador autorizou outros fiéis que adotassem a poligamia.
Outra explicação do ensaio que chama a atenção é que o Smith não chegou a ter relações sexuais com algumas de suas mulheres, porque isso só iria ocorrer após a morte deles.
O documento preocupou-se em livrar Smith da acusação de pedófilo ao assinalar que a menina de 14 anos foi uma das com as quais o profeta não “consumou” nesta vida o casamento.
Emma ameaçou ter vários maridos |
Outro argumento para justificar a poligamia de Smith é o de que, naquela época, a população mórmon precisava crescer rapidamente, porque enfrentava perseguições e dificuldades econômicas.
Em um ensaio anterior, a Igreja Mórmon abordou por que até 1978 impedia que negros fossem sacerdotes.
Outros documentos reveladores deverão ser divulgados.
No entendimento da direção da Igreja, é melhor que ela própria disponibilize informações polêmicas a seu respeito do que outras fontes. Ou seja, a igreja quer dar a sua versão e tentar minimizar as outras..
Com informação do The Telegraph e foto de divulgação.
Só agora mórmons renunciam ao racismo
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