A data representa vários ícones de antigas celebrações pagãs que se relacionam, no hemisfério norte, ao solstício de inverno e o retorno do Sol
SETH ANDREWS
transcrição de vídeo do The Tinking Atheist
Desejo a você e a seus parentes um Natal muito feliz.
Isso pode parecer estranho para algumas pessoas. Por que um ateu diz "Feliz Natal"? Por que um ateu celebra o Natal? É Natal, e os ateus não acreditam em Cristo, certo?
Você gosta da quinta-feira? [thursday, em inglês]
Quero dizer, você já desfrutou de algo especial em uma quinta-feira? Sim?
Bem, isso significa que você já homenageou Thor, uma divindade nórdica, porque thursday vem do antigo inglês, “Dia de Thor”.
Isso é apenas um exemplo de datas, dias e ocasiões que são homenagens a deuses e deusas antigos.
Segunda-feira [monday, em inglês] é o "Dia da Lua", dia de adoração à Lua. Quarta-feira [wednesday] é uma homenagem a Wodan ou Odin, outro deus nórdico. Sábado [saturday] é o dia da divindade pagã Saturno, ou Cronos, pai de Zeus. O mês de janeiro foi uma homenagem à divindade Jano. Marte é uma reverência a Marte, o deus romano da guerra. E assim por diante.
Agora, se não acredita na divindade pagã Saturno, isso significa que você não deve comemorar sábado?
Claro que, por exemplo, seria ridículo não ter a folga do trabalho no sábado só porque você não é devoto dessa divindade.
Saturno é apenas o nome de um dia e seu significado agora, no século 21, é bem diferente do que já significou, nos tempos antigos.
É assim que muitos ateus e não cristãos veem o feriado de Natal. Assim, não se precisa acreditar em Cristo para aproveitar o feriado.
O Natal é para todo o mundo, e isso [nos Estados Unidos] incomoda muitas pessoas.
Muitos cristãos afirmam que o próprio Natal está sob ataque por pessoas descrentes, ateus, como eu. Eles dizem que queremos atacar o Cristo do Natal, que queremos atirar presépios na lata do lixo, que queremos silenciar os coros de Natal, que queremos acabar com a alegria do mês de dezembro.
Eu sou um ativista ateu e supostamente estou na linha de frente dessa suposta guerra contra o Natal, mas não faço a menor ideia de que os cristãos estão reclamando.
É possível que exista um grande mal-entendido. Talvez nós precisássemos entender melhor um ao outro.
Se você é cristão e acredita em um bebê Jesus e comemora religiosamente o Natal, tudo bem. Mas existem algumas coisas sobre essa data sobre as quais você precisa saber e talvez se surpreenda.
Por exemplo: originalmente o feriado de Natal não pertencia a Jesus.
A data está envolta em vários ícones que representam as raízes de antigas celebrações pagãs que se relacionam, no hemisfério norte, ao solstício de inverno e o retorno do Sol. Não é o “Filho”, e o “Sol” (Son- Sun).
Muito tempo antes do relato da história de Jesus, celebrações em dezembro seriam o sinal do fim do inverno e de que os dias ficariam mais longos. Festejava-se o início do clima quente e com ele o período da colheita, a qual se esperava que fosse abundante.
Assim, as celebrações e oferta eram para chamar a atenção dos deuses de modo a garantir uma boa colheita no próximo ano.
O festival pagão de Saturnália homenageava Saturno, o mesmo deus que deu o nome ao “sábado” [saturday]. Os vikings da Escandinávia homenageavam Baldur. Os antigos egípcios homenageavam o seu deus Sol, o Rá. E assim por diante.
Havia a crenças de que os deuses abençoariam a terra e as pessoas, e logo o inverno terminaria.
Muitos desses deuses tinham uma planta especial, o pinheiro. A tradição cristã aproveitou-se disso, e essa é a explicação de os cristãos terem em sua sala em dezembro um pinheiro enfeitado para comemorar o Natal. Eles não sabem que, na verdade, trata-se de uma homenagem a deuses pagãos.
Nem sempre foi assim nos Estados Unidos. As árvores enfeitadas eram consideradas símbolos pagãos até a década de 1840.
A guirlanda que os cristãos penduram na porta de sua casa também tem origem pagã. Os primeiros druidas e gregos acreditavam que a guirlanda tinha poderes mágicos. Era um símbolo da vida e da fertilidade.
A tora de madeira na lareira de Natal também não tem nada a ver com o cristianismo, embora isso seja costume em muitos lares norte-americanos. Originalmente é um ritual do festival pagão de Yule, que homenageava as divindades Seres de Yule.
Isto também é interessante saber: os Estados Unidos não tinham o Natal como feriado nacional até 26 de junho de 1870, portanto cem anos depois de a Constituição ser escrita.
E aqueles que dizem que os Estados Unidos são uma nação cristã não sabem que muitos dos nossos fundadores não eram cristãos, como Benjamin Franklin, John Adam, James Madison, Thomas Paine e Thomas Jefferson.
Os cristãos podem não saber que a Constituição dos Estados Unidos nunca menciona Deus, e a religião só é citada no contexto da separação entre o Estado e a Igreja.
As palavras In God We Trust [“Nós confiamos em Deus”] não eram gravadas nas moedas americanas até 1863. A inscrição não existia em papel moeda até o surgimento do “perigo vermelho” em meados do século 20.
Os cristãos também podem não saber disto: as palavras “sob Deus” não estavam no original do juramento de lealdade. A frase foi adicionada ao texto do juramento pelo Congresso em 1950, quase 200 anos depois de a nação ter sido fundada.
O Dispositivo Constitucional da Primeira Emenda foi colocado em prática para assegurar que o Congresso não faria nenhuma lei estabelecendo uma religião oficial, garantindo assim a separação entre Estado e religião [por essa emenda, os parlamentares também não podem limitar a liberdade de imprensa].
Em suas raízes, os Estados Unidos foram criados para representar a todos, e não somente os cristãos. É por isso que ateus e livres pensadores sempre protestam quando políticos promovem uma única religião, a deles.
Quem quiser comemorar o Natal com presépio e outros símbolos supostamente cristãos, que o façam, que se divertem. Eu, como ateu, devo respeitar esse direito. Qualquer cidadão tem o direito constitucional de acreditar em Jesus Cristo, de ter uma fé pessoal.
Isso, obviamente, não me impede de examinar a história de Jesus no contexto da escritura. Há pontos interessantes a se observar.
Os cristãos consideram a Bíblia a palavra perfeita de Cristo. Certo?
Na verdade, se você prestar atenção, perceberá que as declarações de convenções da maioria das denominações protestantes, que creem literalmente na escritura, afirmam sem rodeios: a Bíblia é infalível. Ela portanto não contém — ou não deveria conter — contradições.
Mas se compararmos entre si os livros de Mateus e Lucas, há muitas disparidades.
No livro de Mateus, por exemplo, um anjo aparece a José para dar a notícia de que Maria daria a luz ao menino Jesus. Mas Lucas diz que a aparição do anjo ocorreu a Maria, e não para José.
O capítulo 2 de Lucas diz que José e Maria viajaram para Belém, saindo de sua casa, em Nazaré. Mas isso contradiz o segundo capítulo de Mateus, que afirma que José e Maria não deixaram Nazaré antes da morte de Herodes, o que só ocorreu muito tempo depois do nascimento de Jesus.
Outra contradição está na linhagem familiar de Jesus. Mateus lista 28 gerações entre Davi e Jesus. Mas Lucas enumera 41 gerações.
De acordo com Mateus e Lucas, Jesus nasceu durante o reinado de Herodes, o Grande. Mas Lucas ressalta que Maria, grávida, teve de viajar com José para se inscreverem no Censo decretado por Quirino.
Isso é estranho porque qualquer Censo se realiza na zona de jurisdição fiscal, o que não requer nenhuma viagem. E mesmo assim, caso houvesse uma necessidade de uma locomoção, somente José, o chefe da família, teria de fazê-lo.
Outra observação: o Censo de Quirino ocorreu muito tempo depois do nascimento de Jesus.
Mateus afirma que, depois do nascimento de Jesus, José e Maria fugiram para o Egito para se esconder do malvado rei Herodes. Mas o livro de Lucas afirma que eles retornaram imediatamente a Galileia, para Nazaré. E não há nenhuma menção a Herodes.
E sobre o nascimento virginal milagroso?
Parece que houve um erro de tradução da palavra “virgem” do hebraico para o grego. A palavra hebraica “almah” não significa “virgem”, mas “mulher em idade para casar”.
Aliás, antes da era de Jesus, vários deuses pagãos já tinham tido nascimento virginal milagroso, como Perseu e Rômulo.
E sobre os três reis?
Para começar, não há na Bíblia nenhuma menção de que os reis fossem três.
Mateus nos diz que os reis eram magos e essencialmente ilusionistas. Mas essa história não se encaixa na versão de Lucas. Ele relata que o menino Jesus foi visitado por pastores, não por magos.
Outro ponto a destacar é a representações atribuídas a Jesus. O filho de Deus é branco, o que não faz sentido porque ele nasceu no Oriente Médio, onde as pessoas têm pele escura por causa do forte sol e outras feições.
Rapidamente, vamos recapitular.
O Natal remonta às celebrações dos deuses pagãos. E ainda hoje incorporam tradições inteiramente pagãs.
Jesus veio depois desses deuses pagãos e as celebrações pertencem originalmente a esses deuses.
Assim, a data de Natal não é comemorada por causa de Jesus, ou pelo menos ele não é a única razão para o festejo.
Além disso, quase todos os detalhes sobre o nascimento de Jesus da Bíblia são contraditórios, embora a escritura é tida como a palavra perfeita de Deus.
A Constituição dos Estados Unidos determina que o governo não pode ter pessoas favoritas e que deve representar a todos. E a maioria das pessoas que fica surtada com os ateus durante a época de Natal provavelmente celebra a data de maneira que não tem a ver com Jesus Cristo.
Eu poderia apostar que, para essas pessoas, as coisas favoritas do Natal não têm nada de religiososas. A decoração da casa, as meias na lareira, o peru, bebida alcoólica. Passar algumas horas com parentes com os quais não se dão bem e ver seus filhos abrirem os pacotes de presentes.
Por isso, o que deve ficar claro é que os ateus não querem tirar Jesus do Natal, assim como não querem desvincular Thor da quinta-feira [thursday].
E aqueles que acreditam na historia literal do bebê Jesus precisam parar de achar que têm o monopólio do Natal.
Os cristãos não são donos desse feriado. E, à luz das verdadeiras origens pagãs do Natal, Jesus também não é proprietário dessas comemorações de dezembro.
Em última análise, o Natal não é sobre deuses e deusas, ofertas para se ter boas colheitas, festas dos pagãos, ou a história de nascimento de um super bebê que veio para salvar o mundo, ou ainda alguma coisa sobrenatural.
O Natal é sobre algo melhor, muito melhor, significativo, mais pessoal. O Natal é uma manifestação festiva de comemoração à humanidade.
Para muitos de nós, é realmente a época mais maravilhosa do ano porque a Natal pertence a todos.
• Natal substitui a fraternidade pela comilança
• Historiador explica por que não comemora o Natal
Quero dizer, você já desfrutou de algo especial em uma quinta-feira? Sim?
Bem, isso significa que você já homenageou Thor, uma divindade nórdica, porque thursday vem do antigo inglês, “Dia de Thor”.
Isso é apenas um exemplo de datas, dias e ocasiões que são homenagens a deuses e deusas antigos.
Segunda-feira [monday, em inglês] é o "Dia da Lua", dia de adoração à Lua. Quarta-feira [wednesday] é uma homenagem a Wodan ou Odin, outro deus nórdico. Sábado [saturday] é o dia da divindade pagã Saturno, ou Cronos, pai de Zeus. O mês de janeiro foi uma homenagem à divindade Jano. Marte é uma reverência a Marte, o deus romano da guerra. E assim por diante.
Agora, se não acredita na divindade pagã Saturno, isso significa que você não deve comemorar sábado?
Claro que, por exemplo, seria ridículo não ter a folga do trabalho no sábado só porque você não é devoto dessa divindade.
Saturno é apenas o nome de um dia e seu significado agora, no século 21, é bem diferente do que já significou, nos tempos antigos.
É assim que muitos ateus e não cristãos veem o feriado de Natal. Assim, não se precisa acreditar em Cristo para aproveitar o feriado.
O Natal é para todo o mundo, e isso [nos Estados Unidos] incomoda muitas pessoas.
Data e festas vieram de crenças e mitos pagãos |
Muitos cristãos afirmam que o próprio Natal está sob ataque por pessoas descrentes, ateus, como eu. Eles dizem que queremos atacar o Cristo do Natal, que queremos atirar presépios na lata do lixo, que queremos silenciar os coros de Natal, que queremos acabar com a alegria do mês de dezembro.
Eu sou um ativista ateu e supostamente estou na linha de frente dessa suposta guerra contra o Natal, mas não faço a menor ideia de que os cristãos estão reclamando.
É possível que exista um grande mal-entendido. Talvez nós precisássemos entender melhor um ao outro.
Se você é cristão e acredita em um bebê Jesus e comemora religiosamente o Natal, tudo bem. Mas existem algumas coisas sobre essa data sobre as quais você precisa saber e talvez se surpreenda.
Por exemplo: originalmente o feriado de Natal não pertencia a Jesus.
A data está envolta em vários ícones que representam as raízes de antigas celebrações pagãs que se relacionam, no hemisfério norte, ao solstício de inverno e o retorno do Sol. Não é o “Filho”, e o “Sol” (Son- Sun).
Muito tempo antes do relato da história de Jesus, celebrações em dezembro seriam o sinal do fim do inverno e de que os dias ficariam mais longos. Festejava-se o início do clima quente e com ele o período da colheita, a qual se esperava que fosse abundante.
Assim, as celebrações e oferta eram para chamar a atenção dos deuses de modo a garantir uma boa colheita no próximo ano.
O festival pagão de Saturnália homenageava Saturno, o mesmo deus que deu o nome ao “sábado” [saturday]. Os vikings da Escandinávia homenageavam Baldur. Os antigos egípcios homenageavam o seu deus Sol, o Rá. E assim por diante.
Havia a crenças de que os deuses abençoariam a terra e as pessoas, e logo o inverno terminaria.
Muitos desses deuses tinham uma planta especial, o pinheiro. A tradição cristã aproveitou-se disso, e essa é a explicação de os cristãos terem em sua sala em dezembro um pinheiro enfeitado para comemorar o Natal. Eles não sabem que, na verdade, trata-se de uma homenagem a deuses pagãos.
Nem sempre foi assim nos Estados Unidos. As árvores enfeitadas eram consideradas símbolos pagãos até a década de 1840.
A guirlanda que os cristãos penduram na porta de sua casa também tem origem pagã. Os primeiros druidas e gregos acreditavam que a guirlanda tinha poderes mágicos. Era um símbolo da vida e da fertilidade.
A tora de madeira na lareira de Natal também não tem nada a ver com o cristianismo, embora isso seja costume em muitos lares norte-americanos. Originalmente é um ritual do festival pagão de Yule, que homenageava as divindades Seres de Yule.
Isto também é interessante saber: os Estados Unidos não tinham o Natal como feriado nacional até 26 de junho de 1870, portanto cem anos depois de a Constituição ser escrita.
E aqueles que dizem que os Estados Unidos são uma nação cristã não sabem que muitos dos nossos fundadores não eram cristãos, como Benjamin Franklin, John Adam, James Madison, Thomas Paine e Thomas Jefferson.
Os cristãos podem não saber que a Constituição dos Estados Unidos nunca menciona Deus, e a religião só é citada no contexto da separação entre o Estado e a Igreja.
As palavras In God We Trust [“Nós confiamos em Deus”] não eram gravadas nas moedas americanas até 1863. A inscrição não existia em papel moeda até o surgimento do “perigo vermelho” em meados do século 20.
Os cristãos também podem não saber disto: as palavras “sob Deus” não estavam no original do juramento de lealdade. A frase foi adicionada ao texto do juramento pelo Congresso em 1950, quase 200 anos depois de a nação ter sido fundada.
O Dispositivo Constitucional da Primeira Emenda foi colocado em prática para assegurar que o Congresso não faria nenhuma lei estabelecendo uma religião oficial, garantindo assim a separação entre Estado e religião [por essa emenda, os parlamentares também não podem limitar a liberdade de imprensa].
Em suas raízes, os Estados Unidos foram criados para representar a todos, e não somente os cristãos. É por isso que ateus e livres pensadores sempre protestam quando políticos promovem uma única religião, a deles.
Quem quiser comemorar o Natal com presépio e outros símbolos supostamente cristãos, que o façam, que se divertem. Eu, como ateu, devo respeitar esse direito. Qualquer cidadão tem o direito constitucional de acreditar em Jesus Cristo, de ter uma fé pessoal.
Isso, obviamente, não me impede de examinar a história de Jesus no contexto da escritura. Há pontos interessantes a se observar.
Os cristãos consideram a Bíblia a palavra perfeita de Cristo. Certo?
Na verdade, se você prestar atenção, perceberá que as declarações de convenções da maioria das denominações protestantes, que creem literalmente na escritura, afirmam sem rodeios: a Bíblia é infalível. Ela portanto não contém — ou não deveria conter — contradições.
Mas se compararmos entre si os livros de Mateus e Lucas, há muitas disparidades.
No livro de Mateus, por exemplo, um anjo aparece a José para dar a notícia de que Maria daria a luz ao menino Jesus. Mas Lucas diz que a aparição do anjo ocorreu a Maria, e não para José.
O capítulo 2 de Lucas diz que José e Maria viajaram para Belém, saindo de sua casa, em Nazaré. Mas isso contradiz o segundo capítulo de Mateus, que afirma que José e Maria não deixaram Nazaré antes da morte de Herodes, o que só ocorreu muito tempo depois do nascimento de Jesus.
Outra contradição está na linhagem familiar de Jesus. Mateus lista 28 gerações entre Davi e Jesus. Mas Lucas enumera 41 gerações.
De acordo com Mateus e Lucas, Jesus nasceu durante o reinado de Herodes, o Grande. Mas Lucas ressalta que Maria, grávida, teve de viajar com José para se inscreverem no Censo decretado por Quirino.
Isso é estranho porque qualquer Censo se realiza na zona de jurisdição fiscal, o que não requer nenhuma viagem. E mesmo assim, caso houvesse uma necessidade de uma locomoção, somente José, o chefe da família, teria de fazê-lo.
Outra observação: o Censo de Quirino ocorreu muito tempo depois do nascimento de Jesus.
Mateus afirma que, depois do nascimento de Jesus, José e Maria fugiram para o Egito para se esconder do malvado rei Herodes. Mas o livro de Lucas afirma que eles retornaram imediatamente a Galileia, para Nazaré. E não há nenhuma menção a Herodes.
E sobre o nascimento virginal milagroso?
Parece que houve um erro de tradução da palavra “virgem” do hebraico para o grego. A palavra hebraica “almah” não significa “virgem”, mas “mulher em idade para casar”.
Aliás, antes da era de Jesus, vários deuses pagãos já tinham tido nascimento virginal milagroso, como Perseu e Rômulo.
E sobre os três reis?
Para começar, não há na Bíblia nenhuma menção de que os reis fossem três.
Mateus nos diz que os reis eram magos e essencialmente ilusionistas. Mas essa história não se encaixa na versão de Lucas. Ele relata que o menino Jesus foi visitado por pastores, não por magos.
Outro ponto a destacar é a representações atribuídas a Jesus. O filho de Deus é branco, o que não faz sentido porque ele nasceu no Oriente Médio, onde as pessoas têm pele escura por causa do forte sol e outras feições.
Rapidamente, vamos recapitular.
O Natal remonta às celebrações dos deuses pagãos. E ainda hoje incorporam tradições inteiramente pagãs.
Jesus veio depois desses deuses pagãos e as celebrações pertencem originalmente a esses deuses.
Assim, a data de Natal não é comemorada por causa de Jesus, ou pelo menos ele não é a única razão para o festejo.
Além disso, quase todos os detalhes sobre o nascimento de Jesus da Bíblia são contraditórios, embora a escritura é tida como a palavra perfeita de Deus.
A Constituição dos Estados Unidos determina que o governo não pode ter pessoas favoritas e que deve representar a todos. E a maioria das pessoas que fica surtada com os ateus durante a época de Natal provavelmente celebra a data de maneira que não tem a ver com Jesus Cristo.
Eu poderia apostar que, para essas pessoas, as coisas favoritas do Natal não têm nada de religiososas. A decoração da casa, as meias na lareira, o peru, bebida alcoólica. Passar algumas horas com parentes com os quais não se dão bem e ver seus filhos abrirem os pacotes de presentes.
Por isso, o que deve ficar claro é que os ateus não querem tirar Jesus do Natal, assim como não querem desvincular Thor da quinta-feira [thursday].
E aqueles que acreditam na historia literal do bebê Jesus precisam parar de achar que têm o monopólio do Natal.
Os cristãos não são donos desse feriado. E, à luz das verdadeiras origens pagãs do Natal, Jesus também não é proprietário dessas comemorações de dezembro.
Em última análise, o Natal não é sobre deuses e deusas, ofertas para se ter boas colheitas, festas dos pagãos, ou a história de nascimento de um super bebê que veio para salvar o mundo, ou ainda alguma coisa sobrenatural.
O Natal é sobre algo melhor, muito melhor, significativo, mais pessoal. O Natal é uma manifestação festiva de comemoração à humanidade.
Para muitos de nós, é realmente a época mais maravilhosa do ano porque a Natal pertence a todos.
• Natal substitui a fraternidade pela comilança
• Historiador explica por que não comemora o Natal
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