Enquanto BBC retoma sua independência, jornal de Nova Iorque se autocensura, empastelando foto do Charlie Hbdo |
Para os muçulmanos, qualquer figura de Maomé, mesmo não tendo conteúdo satírico, é uma ofensa.
A direção da BBC afirmou que a proibição já tinha sido considerada ultrapassada antes mesmo do ataque ao jornal satírico.
Um porta-voz da influente emissora disse que a antiga orientação não refletia a independência editorial da BBC, que garante liberdade a seus jornalistas e produtores.
A matança dos chargistas do Charlie Hbdo por fanáticos islâmicos tem levado leitores a pressionar jornais de diferentes países a não se amedrontarem quando tiverem de reproduzir representações de Maomé.
Marc Cooper, um professor de jornalismo na Califórnia, por exemplo, criticou no Facebook a “covardia absoluta” de Dean Baquet, diretor-executivo do New York Times, de não divulgar charges de Charlie Habdo.
“Esses gerentes da imprensa tradicional agem como se estivesse comandando companhias de seguro, não de notícias”, escreveu Cooper.
Baquet respondeu com uma ofensa a Cooper. “Você [o professor] é um babaca”, disse.
NYT não reproduz em seu noticiário charges do jornal francês porque Baquet as considera, na maioria, um insulto gratuito.
Original de foto 'empastelada' por jornal está na internet |
No noticiário do atentado, o Daily News empastelou a capa de uma edição do Charlie que estava sendo mostrada por Stéphane Charbonnier (Charb), então editor do jornal satírico. Charb foi um dos chargistas assassinados.
Na imprensa brasileira, tem havido o que pode ser chamado de "cautela", evitando reproduzir as charges mais escrachadas, mas não existe nenhum impedimento para a reprodução ou de recomendação anti-jornalística como a do New York Daily Newsç
Em direção oposta à BBC, até agora a CNN tem evitado mostrar charges de Maomé ou qualquer outra ilustração que possa ofender os muçulmanos.
Para compensar essa omissão de informação, Richard Griffiths, diretor editorial da emissora, orientou os repórteres a “descreverem em detalhes” as charges mencionadas no noticiário.
Em contraposição ao amedrontamento de veículos da grande imprensa internacional, o Facebook e outras redes sociais não têm exercido nenhum controle sobre a publicação de charges de Maomé.
Com informação das agências e fotos de divulgação.
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