Cerca de 30% dos alunos da UFRGS responderam ao questionário da pesquisa |
Estudos feitos em outros países já constataram que os religiosos são mais homofóbicos, mas a surpresa na pesquisa do instituto é que ela se refere a estudantes universitários, que, em tese, são mais bem esclarecidos do que a população em geral.
A pesquisa do instituto, publicada na revista Sexuality Research and Social Policy, mostrou que 87% dos alunos têm algum grau de preconceito, em uma escala que mede a discriminação explícita.
Os mais intolerantes se manifestaram em termos como estes: “A homossexualidade masculina é uma perversão”e "travestis me dão nojo”.
Um estudante trans, que pediu que seu nome não seja publicado, afirmou que alguns preconceitos, de tão corriqueiros, nem sequer são percebidos. “Termos como "veado" são utilizados como xingamento pelos alunos e isso é visto como natural, como brincadeira.”
Do total de estudantes que responderam ao questionário da pesquisa, somente 12,17% (996 indivíduos) apresentaram grau de preconceito mínimo.
O doutorando em psicologia Ângelo Brandelli Costa, um dos responsáveis pela pesquisa, afirmou que qualquer manifestação preconceituosa acima de grau “é preocupante”.
Heterossexuais são mais preconceituosos do que os homossexuais e homens mais do que mulheres.
Ficou evidenciado, também, que estudantes nascidos em cidades de menos 100 mil habitantes são mais intolerantes.
Os estudantes que participaram voluntariamente da pesquisa representam 30% do total dos matriculados na universidade.
Luísa Martins, do Zero Hora, anotou que não há uma correlação entre o tempo de permanência na universidade e o nível de preconceito. Não faz diferença alguma.
Para Brandelli, isso “é inaceitável”, considerando que a UFRG foi eleita três vezes a melhor do país.
Com informação e ilustração do Zero Hora.
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