Jogador tirou proveito da audiência de milhões para divulgar sua crença |
No sábado, em Berlim, após a vitória de Barcelona sobre Juventus por 3 a 1, com um gol do brasileiro, Neymar colocou na cabeça a faixa “100% Jesus” e se ajoelhou no campo, supostamente em uma oração de agradecimento.
Neymar deveria ser orientado por alguém sensato de modo a evitar esse tipo de demonstração evangélica calculada, principalmente em uma Europa cada vez mais sensível ao sectarismo religioso.
O próprio Neymar já deveria estar ciente por si próprio de que o campo de futebol não é lugar para “jogada” religiosa.
Seguidor da Igreja Batista Peniel, em São Vicente (SP), Neymar já tinha ostentado o mesmo tipo de faixa em sua época de Santos, e a CBF acabou proibindo todos os jogadores que fizessem qualquer propaganda religiosa em campo.
Além disso, em meados de 2009, depois do vexame que os jogadores da Seleção Brasileira deram na África do Sul, fazendo um círculo no campo para orar após a vitória sobre o time dos Estados Unidos, a Fifa pediu às confederações de futebol que aquele proselitismo não se repetisse.
Jim Stjerne Hansen, então presidente da confederação dinamarquesa, afirmou que a Fifa deveria ter aplicado uma punição mais severa à Seleção Brasileira.
“Misturar religião ao esporte daquela maneira foi quase criar um evento religioso”, disse Hansen. “Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar fora.”
Neymar, portanto, sabe muito bem por experiência própria que não é recomendável mesclar religião com futebol. Trata-se de uma atitude desagregadora, aliás como com tudo que envolve a defesa de uma religião, porque exclui as outras.
O jornalista Juca Kfouri, que em outras oportunidades já tinha criticado a militância religiosa de Neymar, comentou no Uol desta vez que “o genial brasileiro” não deveria ter colocado Jesus no Campo, a favor dele, jogador, porque “os derrotados também podem tê-lo em seus corações”.
No Estadão, o escritor Marcelo Rubens Paiva lamentou que Neymar tivesse decidido homenagear apenas um grupo religioso porque o jogador é admirado em todo o mundo por adultos e crianças ortodoxas, judias, muçulmanas, budistas, xintoístas, hinduístas, agnósticos e ateus.
Paiva escreveu: “Sou fã de Neymar, e mais ainda de Jesus. Mas sei que cada um deve estar no seu tempo e lugar. 100% desnecessário”.
Com informação do Uol, Estadão, agências e reprodução de imagem da TV Bandeirantes.
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Fifa adverte Seleção por misturar futebol com religião