Camargo disse ter medo da agressividade do deputado |
Primeiro porque ele tinha sido orientado por sua advogada de que denuncia envolvendo políticos — que desfrutam de fórum privilegiado — tinha de ser feita somente so STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília. E, segundo, porque ele temeu que a sua família pudesse ser alvo de violência retaliatória por parte de Cunha.
“Todo homem responsável é obrigado a ter medo e receio”, disse ele a Moro.
A denúncia de Camargo de que Cunha pediu propina para cada contrato da Petrobrás colocou o deputado do PMDB do Rio, entre outros, no olho do furação da Operação Lava Jato.
Ao juiz Moro, Camargo disse que Eduardo Cunha é uma pessoa agressiva que “não age direitamente” e que faz ameaça “através de terceiros”. Trata-se, por isso, de pessoa “a quem se deve ter todo o cuidado”.
“Qual é o maior receio? [É com] a família, porque quem age dessa maneira pode perfeitamente agir não contra você, mas contra terceiros.”
Camargo continuou: “O senhor [juiz Moro], que é pai de família, sabe que às vezes machucar um ente querido é muito pior do que machucar a você mesmo”.
O delator disse também que demorou em falar sobre o achaque de Cunha porque a grande influência do deputado poderia prejudicar as suas empresas.
“Estou falando sobre uma pessoa que dizia ter sob o seu comando de 260 deputados. E isso [se confirmou] depois das eleições para líder do Congresso [presidente da Câmara]”, disse o lobista.
Em nota à imprensa, Cunha afirmou que Camargo só contou mentiras e o desafiou a apresentar provas.
Como integrante da bancada parlamentar evangélica, Cunha tem se destacado na defensa dos interesses dos líderes de sua religião e no policiamento da moral alheia.
Com informação do depoimento de Júlio Camargo à Justiça e foto reproduzida de vídeo do Youtube.
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