Pesquisa feita pela PUC do Rio Grande do Sul sobre a geração Y (pessoas solteiras na faixa de 18 a 34 anos) revela no item religião que os ateus são o segundo maior grupo, representando 19,3% desse extrato da população, abaixo dos católicos, com 34,3%.
Em terceiro lugar estão os evangélicos (14,9%), seguidos pelos espíritas (14,9%), pelo com fé sem religião (6,7%) e agnósticos (6,2%).
Os jovens ateus estão concentrados no Sul e Sudeste.
Ateísmo, agnosticismo e fé sem religião representam, juntos, 32,14% ou quase um terço do total do segmento.
Ateus, agnósticos e os de fé sem religião são 32,1% da Geração Y |
Lucas Sandri (na foto abaixo), 21, é um exemplo desse segmento. De família católica, ele se tornou ateu aos 16 anos ao fazer um intercâmbio cultural no Canadá.
Os parentes de Sandri tiveram de se conformar com isso, “engolindo a seco” a descrença dele, segundo afirmou um avô ao Fantástico.
Simone, a mãe, disse ter se arrependido mandado Lucas para o Canadá. "Acho que foi lá que o perdemos."
Geração Y é um conceito sociológico para delimitar as pessoas que nasceram na época da explosão da internet, com abundância de informação e facilidade em seu acesso.
Para 92,9% desses jovens, de acordo com a pesquisa da PUC, o item mais importante no dia a dia é ter acesso à internet.
Esses jovens também são chamados de Geração Digital ou Geração do Milênio. Ela sucedeu a Geração X e está sendo substituída pela Geração Z.
Do total dos jovens Y, 74,3% acham que cada integrante de uma família não precisa ter uma crença em comum com os demais porque o que vale é ter uma filosofia de vida.
Apenas 12,5% são de opinião de que os membros de uma família precisam ter a mesma religião.
A maioria dos jovens de todas as regiões do país demonstrou ter tolerância em relação à religião e a outros aspectos, como família formada por casais gays.
Lucas disse que se tornou ateu aos 16 anos |
Ela foi coordenada pelo professor Ilton Teitelbaum. Teve como base um questionário respondido e enviado por meio eletrônico por 1.500 pessoas entre 31 de março e 27 de abril. A margem de erro é de 2% para baixo ou para cima.
Algumas pesquisas anteriores indicavam que o Brasil pode se tornar nas próximas décadas um país de maioria evangélica, tomando a hegemonia dos católicos.
Contudo, pelo que foi apurado pela PUC, em que pese as diferentes metodologias adotadas pelos institutos, incluindo o IBGE, o numero de descrentes e o de pessoas com fé e sem religião tendem a suplantar os evangélicos, o que já é um fato em relação à Geração Y.
Na avaliação de Teitelbaum e de sua equipe, as instituições religiosas, se quiserem adeptos entre os jovens e assim garantir sua sobrevivência nos próximos anos, elas “terão de aceitar mais a pluralidade”.
Nos EUA, 1 'desigrejado' a cada 4 é ateu ou agnóstico