Igreja fatura meio milhão
de euros por santificação
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Em 2012, católicos doaram 53,2 milhões de euros (cerca de 215 milhões de reais) para que a Igreja ajudasse os pobres. As doações são administradas pelo fundo Óbolo de São Pedro.
Desse total, apenas 11 milhões de euros foram efetivamente destinados no socorro aos pobres. A maior parte — 35,7 milhões de euros — ficou com a Cúria Romana para gastos operacionais e 6,3 milhões para fundos de investimentos e de reserva.
O Vaticano publica todos os anos o total de dinheiro arrecadado sob o pretexto de ajudar os pobres, mas não especifica a sua destinação.
Quem descobriu que a Igreja Católica tem desviado dinheiro arrecadado em nome dos pobres é o jornalista Gianluigi Nuzzi. Ele contou essa e outras mazelas católicas no livro "Via Crucis", lançado esta semana na Itália.
O porta-voz da Santa Fé, Frederico Lombardi, teve de admitir o desvio com uma explicação genérica: o dinheiro é usado “da maneira que o papa considere melhor para o bem da Igreja Universal”. Mas a arrecadação das esmolas é feita como se fosse dinheiro para os carentes, não para a Igreja, que de pobre não tem nada. O jornalista confirmou que a Santa Sé possui cinco mil imóveis no centro de Roma e cidade do Vaticano.
Nuzzi fez outra revelação bombástica: o Vaticano cobra a média de meio milhão de euros por santificação ou beatificação. Há cobrança para abrir processos e cobrir custos de operação.
O que conta — afirmou o jornalista — não são os milagres do futuro santo ou beato, mas a quantidade de dinheiro que seus patrocinadores podem pagar.
“É uma máquina de fazer dinheiro”, disse.
O jornalista escreveu "Via Crucis" com base em informações levantadas pela COSEA, uma comissão instituída pelo papa Francisco para estudar reformas burocráticas e financeiras na Igreja Católica.
No começo deste mês, o Vaticano deteve dois colaboradores da COSEA sob a acusação de ter vazado informações para Nuzzi e Emiliano Fittipaldi, jornalista autor do livro “Avareza”, que conta os podres financeiros da Igreja Católica.
O padre espanhol Lucio Vallejo Balda, da Opus Dei, continua preso, e Francesca Chaouqui, especialista em redes sociais, foi liberada.
Enquanto isso, a intriga corre solta no Vaticano. E a Igreja Católica, mesmo sob o comando do populista papa Francisco, cai mais no descrédito por ficar provado que se aproveita dos pobres.
Com informação das agências.
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