Líder da Igreja Universal agora é judeu |
por Agamenon
Aquele espetáculo dantesco de comercialismo religioso me deixou ainda mais revoltado, deprimido e sem esperança. Sem rumo, percebi que ali não estavam as respostas para as minhas profundas dúvidas existenciais.
Resolvi então atravessar em caravana o Deserto da Galiléia, onde passamos pelo Velho e pelo Novo Testamento. Depois de tantos quibes, esfihas e falafeis, fui acometido por uma terrível dor-de-barriga. Devido às condições precárias de higiene no deserto, não havia papel higiênico para realizar uma perfeita profilaxia do pavilhão reto-furicular. Assim, tive que usar a sarça ardente, um arbusto bíblico típico da região, coisa que tornou a travessia ainda mais dolorosa, aumentando de maneira insuportável o meu comichão espiritual.
No meio do deserto, tivemos a oportunidade de visitar as Minas do Rei Salomão, uma espécie de termas dos tempos bíblicos. No histórico bordel, tivemos a oportunidade de conhecer (no sentido bíblico, é claro, de fora pra dentro) as famosas messalinas hebréias que não dão pra ninguém mas, em compensação, emprestam o sexo a juros extorsivos.
Ainda na Palestina, visitamos a cidade de Sodoma, onde provamos a comida típica da região, a rabada sodomita, iguaria que Isaura, a minha patroa, costuma oferecer aos amigos. Estivemos também em Gomorra, outra cidade pecadora, onde foi inventada a gomorria que é uma sacanagem muito pior que a sodomia. Dr. Jacintho Leite Aquino Rego, psico-proctologista de fama internacional, queria desviar a nossa caravana na direção de Cafarnaum e em seguida rumar na direção do Cairo. Dr. Jacintho, egiptolólogo amador, pretendia examinar pessoalmente as Sete Pregas do Egito.
Segundo o eminente sábio psico-proctologista, o episódio das Sete Pregas do Egito é um dos mais importantes erros ortográficos do Antigo Testamento. Depois de andarmos por Seca e Meca, de déu em déu, com o sol a pino ardendo sobre as nossas cabeças, finalmente chegamos a um outro importante duplo sentido do Oriente Médio: o Estreito de Ormuz, no Mar Vermelho. Não posso negar que, após a minha passagem pela inflamada região, o Estreito de Ormuz já não é mais tão estreito assim.
No Mar Vermelho, embarcamos no vapor de bandeira turca, o Al Jabah, que levava um carregamento de opiáceos para a Espanha. Eu só conhecia a Turquia do filme O Expresso da Meia Noite e posso dizer que o navio era muito pior. Os marinheiros turcos ameaçavam nos transformar em eunucos com suas cimitarras indomáveis, caso não nos submetêssemos aos seus mais baixos e sórdidos caprichos sexuais. Até aí, tudo bem.
No Mar Vermelho, embarcamos no vapor de bandeira turca, o Al Jabah, que levava um carregamento de opiáceos para a Espanha. Eu só conhecia a Turquia do filme O Expresso da Meia Noite e posso dizer que o navio era muito pior. Os marinheiros turcos ameaçavam nos transformar em eunucos com suas cimitarras indomáveis, caso não nos submetêssemos aos seus mais baixos e sórdidos caprichos sexuais. Até aí, tudo bem.
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