A jornalista Ana Carolina Dias Cáceres (foto), 24, portadora de microcefalia, ficou indignada ao saber que uma entidade vai apresentar ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma ação pelo direito ao aborto para grávidas com o zika vírus. Há um surto no Brasil de microcefalia, com suspeita de que a doença esteja sendo provocada pelo zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
A jornalista disse ter se sentido “ofendida” e “atacada”, porque sobreviveu à doença, embora um médico tenha dito a sua mãe, quando nasceu, que “ela não vai andar, não vai falar e entrará em estado vegetativo até morrer”.
Lideranças religiosas usaram o testemunho da jornalista para reforçar seus argumentos contrários ao aborto em casos de grávidas contaminadas pelo zika.
Mas desde então, o ponto de vista de Ana evoluiu. Por princípio, ela permanece contra o aborto, mas agora passou a admitir que sobreviveu à microcefalia por ter sido “exceção da exceção”.
Escreveu para a Folha de S. Paulo um artigo no qual disse que teve acesso a médicos especialistas, como fisioterapeutas e psicólogos, e a recursos cirúrgicos os quais não estão disponíveis para a maioria das mulheres brasileiras.
“A identificação da microcefalia partiu de um neurocirurgião, que me acompanhou por 14 anos.”
A jornalista assumiu um ponto de vista flexível depois que teve uma conversa com Debora Denis, antropóloga e pesquisadora do Instituto de Bioética, que é a entidade (ou uma delas) que vai recorrer ao STF pelo direito ao aborto nos casos graves de contaminação pela zika.
Na Folha, Ana escreveu que se preocupa com o surto por causa dos elevados custos do tratamento.
“O país não tem infraestrutura para atender a essa demanda, não tem profissionais o bastante. Não é por falta de vontade, é pelo alto número. Países mais desenvolvidos também teriam problemas”, escreveu.
Concluiu: “Defendo que o Estado dê toda estrutura e apoio a essas famílias. Sou a exceção da exceção. Além de ser uma síndrome rara, sou exceção porque tive um médico que conhecia bem a síndrome e sabia o tratamento certo”.
E o Estado brasileiro, falido como está, tem condições de proporcionar essa estrutura? É claro que não, o que torna a discussão sobre o aborto moralmente muito mais complexa.
Com informação da Folha de S.Paulo e de outras fontes e foto de divulgação.
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Não grite 'assassina' à mulher que abortar por causa do zika
Ana disse que contou com tratamento que não existe para a maioria |
Lideranças religiosas usaram o testemunho da jornalista para reforçar seus argumentos contrários ao aborto em casos de grávidas contaminadas pelo zika.
Mas desde então, o ponto de vista de Ana evoluiu. Por princípio, ela permanece contra o aborto, mas agora passou a admitir que sobreviveu à microcefalia por ter sido “exceção da exceção”.
Escreveu para a Folha de S. Paulo um artigo no qual disse que teve acesso a médicos especialistas, como fisioterapeutas e psicólogos, e a recursos cirúrgicos os quais não estão disponíveis para a maioria das mulheres brasileiras.
“A identificação da microcefalia partiu de um neurocirurgião, que me acompanhou por 14 anos.”
A jornalista assumiu um ponto de vista flexível depois que teve uma conversa com Debora Denis, antropóloga e pesquisadora do Instituto de Bioética, que é a entidade (ou uma delas) que vai recorrer ao STF pelo direito ao aborto nos casos graves de contaminação pela zika.
Na Folha, Ana escreveu que se preocupa com o surto por causa dos elevados custos do tratamento.
“O país não tem infraestrutura para atender a essa demanda, não tem profissionais o bastante. Não é por falta de vontade, é pelo alto número. Países mais desenvolvidos também teriam problemas”, escreveu.
Concluiu: “Defendo que o Estado dê toda estrutura e apoio a essas famílias. Sou a exceção da exceção. Além de ser uma síndrome rara, sou exceção porque tive um médico que conhecia bem a síndrome e sabia o tratamento certo”.
E o Estado brasileiro, falido como está, tem condições de proporcionar essa estrutura? É claro que não, o que torna a discussão sobre o aborto moralmente muito mais complexa.
Com informação da Folha de S.Paulo e de outras fontes e foto de divulgação.
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Não grite 'assassina' à mulher que abortar por causa do zika
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