Pular para o conteúdo principal

Notas de um ateu: padre quis saber se eu me masturbava



No relato O dia em que comecei a desacreditar em Deus não fiz menção a minha primeira confissão. Escreverei sobre isso agora.

Confessar pra
que se Deus
já sabe tudo?
A freirinha do catecismo, na última aula, me falou que no dia seguinte teria de fazer minha primeira confissão ao padre, na Igreja de São Sebastião (São Carlos, SP).

Ela explicou que era importante eu contar todos os meus pecados, porque somente assim, seu eu me arrependesse, Deus me perdoaria.

Eu tinha uns 12 anos e era bem comportado e obediente — não conto isso como vantagem. Era tímido (ainda sou). Ficava quieto no meu canto, brincando, nunca brigava com meu irmão.

Eu era, enfim, um garoto bonzinho. Que pecado então eu ia contar para o padre? Não tinha nenhum, a não ser o original, mas isso não era culpa minha.

Perguntei para a freirinha se a confissão era obrigatória, e ela respondeu que sim.

Eu tinha aprendido no catecismo que Deus vê e sabe de tudo, que está em todos os lugares, dia e noite.

Por que então eu teria de contar meus pecados (se os tivesse) ao padre, se Deus já tinha conhecimento de tudo, inclusive de quem já tinha ou não se arrependido?

Achei melhor não fazer esse questionamento embaraçoso à freirinha.

No dia seguinte, me vi dentro do confessionário, diante de um vulto que se escondia atrás de uma janelinha gradeada.

“Conte seus pecados, filho”, disse o padre.

“Eu não me lembro de nenhum, padre”, respondi.

Tive a impressão de que o padre não tinha acreditado.

“Faço um esforço, que você vai se lembrar”, disse ele.

“Eu xinguei minha mãe”, disse, mentindo para me livrar logo do padre. “Eu não quis ajudá-la na cozinha.”

Então o padre me fez uma pergunta estranha.

“Quando está sozinho você faz coisa feia com o seu corpo?”.

“Não entendi, padre”, respondi.

Ele repetiu: “Você faz coisa feia com seu corpo quando está sozinho?”

Para sair logo dali, respondi que não.

O padre me mandou rezar um pai-nosso e uma ave-maria, o que não fiz, porque afinal não tinha feito coisa errada alguma, a não ser ter mentido que tinha pecado.

Anos depois entendi que o padre queria saber se eu estava me masturbando. É um pecado bíblico que já foi levado mais a sério pela Igreja Católica.

Hoje avalio que tive sorte de ter uma freirinha — quase tão tímida como eu — como professora de catecismo. Poderia ter sido o padre fixado em masturbação de garotos.

Notas de um ateu


Religiosos têm de aprender a respeitar os céticos, diz cientista

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Dawkins é criticado por ter 'esperança' de que Musk não seja tão estúpido como Trump

Tibetanos continuam se matando. E Dalai Lama não os detém

O Prêmio Nobel da Paz é "neutro" em relação às autoimolações Stephen Prothero, especialista em religião da Universidade de Boston (EUA), escreveu um artigo manifestando estranhamento com o fato de o Dalai Lama (foto) se manter neutro em relação às autoimolações de tibetanos em protesto pela ocupação chinesa do Tibete. Desde 16 de março de 2011, mais de 40 tibetanos se sacrificaram dessa dessa forma, e o Prêmio Nobel da Paz Dalai Lama nada fez para deter essa epidemia de autoimolações. A neutralidade, nesse caso, não é uma forma de conivência, uma aquiescência descompromissada? Covardia, até? A própria opinião internacional parece não se comover mais com esse festival de suicídios, esse desprezo incandescente pela vida. Nem sempre foi assim, lembrou Prothero. Em 1963, o mundo se comoveu com a foto do jornalista americano Malcolm Wilde Browne que mostra o monge vietnamita Thich Quang Duc colocando fogo em seu corpo em protesto contra a perseguição aos budistas pelo

TJs perdem subsídios na Noruega por ostracismo a ex-fiéis. Duro golpe na intolerância religiosa

Jornalista defende liberdade de expressão de clérigo e skinhead

Título original: Uma questão de hombridade por Hélio Schwartsman para Folha "Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos"  Disputas eleitorais parecem roubar a hombridade dos candidatos. Se Fernando Haddad e José Serra fossem um pouco mais destemidos e não tivessem transformado a busca por munição contra o adversário em prioridade absoluta de suas campanhas, estariam ambos defendendo a necessidade do kit anti-homofobia, como aliás fizeram quando estavam longe dos holofotes sufragísticos, desempenhando funções executivas. Não é preciso ter o dom de ler pensamentos para concluir que, nessa matéria, ambos os candidatos e seus respectivos partidos têm posições muito mais próximas um do outro do que da do pastor Silas Malafaia ou qualquer outra liderança religiosa. Não digo isso por ter aderido à onda do politicamente correto. Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos. Acredito que clérigos e skinheads devem ser l

Proibido o livro do padre que liga a umbanda ao demônio

Padre Jonas Abib foi  acusado da prática de  intolerância religiosa O Ministério Público pediu e a Justiça da Bahia atendeu: o livro “Sim, Sim! Não, Não! Reflexões de Cura e Libertação”, do padre Jonas Abib (foto), terá de ser recolhido das livrarias por, nas palavras do promotor Almiro Sena, conter “afirmações inverídicas e preconceituosas à religião espírita e às religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, além de flagrante incitação à destruição e ao desrespeito aos seus objetos de culto”. O padre Abib é ligado à Renovação Carismática, uma das alas mais conservadoras da Igreja Católica. Ele é o fundador da comunidade Canção Nova, cuja editora publicou o livro “Sim, Sim!...”, que em 2007 vendeu cerca de 400 mil exemplares, ao preço de R$ 12,00 cada um, em média. Manuela Martinez, da Folha, reproduz um trecho do livro: "O demônio, dizem muitos, "não é nada criativo". (...) Ele, que no passado se escondia por trás dos ídolos, hoje se esconde no

Condenado por estupro, pastor Sardinha diz estar feliz na cadeia

Pastor foi condenado  a 21 anos de prisão “Estou vivendo o melhor momento de minha vida”, diz José Leonardo Sardinha (foto) no site da Igreja Assembleia de Deus Ministério Plenitude, seita evangélica da qual é o fundador. Em novembro de 2008 ele foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado por estupro e atentado violento ao pudor. Sua vítima foi uma adolescente que, com a família, frequentava os cultos da Plenitude. A jovem gostava de um dos filhos do pastor, mas o rapaz não queria saber dela. Sardinha então disse à adolescente que tinha tido um sonho divino: ela deveria ter relações sexuais com ele para conseguir o amor do filho, e a levou para o motel várias vezes. Mas a ‘profecia’ não se realizou. O Sardinha Jr. continuou não gostando da ingênua adolescente. No texto publicado no site, Sardinha se diz injustiçado pela justiça dos homens, mas em contrapartida, afirma, Deus lhe deu a oportunidade de levar a palavra Dele à prisão. Diz estar batizando muita gen

Veja os 10 trechos mais cruéis da Bíblia

Profecias de fim do mundo

O Juízo Final, no afresco de Michangelo na Capela Sistina 2033 Quem previu -- Religiosos de várias épocas registraram que o Juízo Final ocorrerá 2033, quando a morte de cristo completará 2000. 2012 Quem previu – Religiosos e teóricos do apocalipse, estes com base no calendário maia, garantem que o dia do Juízo Final ocorrerá em dezembro, no dia 21. 2011 Quem previu – O pastor americano Harold Camping disse que, com base em seus cálculos, Cristo voltaria no dia 21 de maio, quando os puros seriam arrebatados e os maus iriam para o inferno. Alguns desastres naturais, como o terremoto seguido de tsunami no Japão, serviram para reforçar a profecia. O que ocorreu - O fundador do grupo evangélico da Family Radio disse estar "perplexo" com o fato de a sua profecia ter falhado. Ele virou motivo de piada em todo o mundo. Camping admitiu ter errado no cálculo e remarcou da data do fim do mundo, que será 21 de outubro de 2011. 1999 Quem previu – Diversas profecias