por Pablo Ordaz
Um porta-voz da Santa Sé garantiu que a investigação não se concentra, no momento, no cardeal Bertone, mas em dois ex-diretores do hospital romano, o ex-presidente Giuseppe Profit e o ex-tesoureiro Massimo Spina.
De acordo com L’Espresso, os juízes do Vaticano dispõem de cartas nas quais Bertone agradece expressamente aos diretores pela contribuição da Fundação Bambino Gesù à restauração de sua cobertura, o que desmontaria a versão mantida até agora pelo ex-secretário de Estado, que, depois de o assunto ter vindo à tona, em abril de 2014, tentou primeiro negá-lo e depois remediá-lo devolvendo ao hospital pediátrico –“de seu bolso”, segundo declarou na época – 150.000 euros (615.000 reais).
para El País
O Vaticano abriu uma investigação judicial com urgência para determinar se, como afirma a revista semanal italiana L’Espresso, o cardeal Tarcisio Bertone (foto), secretário de Estado durante o pontificado de Bento XVI, sabia que 200.000 euros (820.000 reais) dos 422.000 (1,75 milhão de reais) empregados na reforma de sua cobertura de luxo – cerca de 600 metros quadrados mais 100 metros de terraço no interior dos muros do Vaticano – procediam de fundos doados para o funcionamento do hospital pediátrico Bambino Gesù (Menino Jesus).
O Vaticano abriu uma investigação judicial com urgência para determinar se, como afirma a revista semanal italiana L’Espresso, o cardeal Tarcisio Bertone (foto), secretário de Estado durante o pontificado de Bento XVI, sabia que 200.000 euros (820.000 reais) dos 422.000 (1,75 milhão de reais) empregados na reforma de sua cobertura de luxo – cerca de 600 metros quadrados mais 100 metros de terraço no interior dos muros do Vaticano – procediam de fundos doados para o funcionamento do hospital pediátrico Bambino Gesù (Menino Jesus).
Reforma da moradia de luxo de Bertone custou cerca de R$ 820.000 |
De acordo com L’Espresso, os juízes do Vaticano dispõem de cartas nas quais Bertone agradece expressamente aos diretores pela contribuição da Fundação Bambino Gesù à restauração de sua cobertura, o que desmontaria a versão mantida até agora pelo ex-secretário de Estado, que, depois de o assunto ter vindo à tona, em abril de 2014, tentou primeiro negá-lo e depois remediá-lo devolvendo ao hospital pediátrico –“de seu bolso”, segundo declarou na época – 150.000 euros (615.000 reais).
Depois de o Vaticano confirmar a existência de uma investigação sobre a polêmico cobertura, o advogado de Bertone, Michel Gentiloni, voltou a afirmar que o cardeal “nunca deu indicação ou autorização à Fundação Bambino Gesù para pagamento algum relacionado ao apartamento onde vive e que é propriedade do Governo do Vaticano”.
A reportagem da revista italiana é assinada por Emiliano Fittipaldi, um dos jornalistas – o outro é Gianluigi Nuzzi – processados pelo Vaticano depois da publicação, respectivamente, dos livros Avarizia e Via Crucis — nos quais revelam a má gestão das finanças vaticanas.
A reportagem da revista italiana é assinada por Emiliano Fittipaldi, um dos jornalistas – o outro é Gianluigi Nuzzi – processados pelo Vaticano depois da publicação, respectivamente, dos livros Avarizia e Via Crucis — nos quais revelam a má gestão das finanças vaticanas.
Uma parte dos documentos publicados foi vazada pelo sacerdote espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda, que acabou sendo detido e ainda se encontra preso, acusado de subtrair e vazar documentação à qual teve acesso quando secretário da Cosea, uma comissão criada pelo papa Francisco justamente para tentar lançar luz sobre o dinheiro da Santa Sé.
Segundo Fittipaldi, os juízes do Vaticano acusam os ex-dirigentes do hospital pediátrico dos delitos de “malversação e apropriação e uso ilícito de dinheiro”. Tão ilícito que, se o caso for confirmado, os fundos destinados ao cuidado de crianças doentes teriam sido direcionados para reformar uma cobertura que já era de luxo.
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Segundo Fittipaldi, os juízes do Vaticano acusam os ex-dirigentes do hospital pediátrico dos delitos de “malversação e apropriação e uso ilícito de dinheiro”. Tão ilícito que, se o caso for confirmado, os fundos destinados ao cuidado de crianças doentes teriam sido direcionados para reformar uma cobertura que já era de luxo.
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