por Geraldine Colotti
para Il Manifesto
Carlos Mariátegui, o grande pensador marxista peruano que considerava concluído o ciclo de crescimento do protestantismo na América Latina ainda em 1928, errou de prognóstico. Hoje, é de religião evangélica cerca de 20% do continente, em comparação com 69% dos católicos.
Em 1900, os protestantes eram cerca de 50.000: apenas 1% da América Latina, enquanto 94% eram católicos. Em 1930, eles tinham se tornado um milhão, 50 milhões nos anos 1980. E, no ano 2000, subiram para cerca de 100 milhões.
O Paraguai é o país com menos evangélicos (cerca de 8%); o Brasil, aquele onde a proporção é mais alta, e a influência conservadora das Igrejas pentecostais e neopentecostais é mais forte.
Percebe-se isso durante as campanhas eleitorais e nas escolhas políticas dos candidatos, na economia e na comunicação.
No Brasil, gays e lésbicas podem se casar desde maio de 2013, por decisão do Supremo Tribunal Federal. E o casamento igualitário foi o principal cavalo de batalha das poderosas Igrejas pentecostais, assumido pela candidata anti-Dilma Rousseff Marina Silva, em 2014.
Uma investigação do Le Monde Diplomatique destacou os termos dessa poderosa força sociopolítica, que, em apenas 40 anos, passou de 5% para 22% dos fiéis.
O coração do seu poder reside no Congresso. Toda quarta-feira, os deputados se reúnem para orar em uma sala plenária do Congresso, entoando hinos e jaculatórias. Durante o impeachment de Dilma, eles animaram uma vergonhosa algazarra machista e reacionária, em nome de "Deus, pátria e família".
O sistema político brasileiro, além da extrema fragmentação, também tem a particularidade de premiar as pessoas famosas, que consentem com a formação que os candidata a obter mais cadeiras no cômputo final. E os pregadores são os preferidos. Em 2010, o deputado federal mais votado do país foi o "palhaço Tiririca".
Com 123 milhões de fiéis, o Brasil continua sendo o primeiro país católico do mundo. Até 2030, as duas religiões, porém, estarão no mesmo patamar.
O Paraguai é o país com menos evangélicos (cerca de 8%); o Brasil, aquele onde a proporção é mais alta, e a influência conservadora das Igrejas pentecostais e neopentecostais é mais forte.
Brasil é o país mais evangélico na região |
Percebe-se isso durante as campanhas eleitorais e nas escolhas políticas dos candidatos, na economia e na comunicação.
No Brasil, gays e lésbicas podem se casar desde maio de 2013, por decisão do Supremo Tribunal Federal. E o casamento igualitário foi o principal cavalo de batalha das poderosas Igrejas pentecostais, assumido pela candidata anti-Dilma Rousseff Marina Silva, em 2014.
Uma investigação do Le Monde Diplomatique destacou os termos dessa poderosa força sociopolítica, que, em apenas 40 anos, passou de 5% para 22% dos fiéis.
O coração do seu poder reside no Congresso. Toda quarta-feira, os deputados se reúnem para orar em uma sala plenária do Congresso, entoando hinos e jaculatórias. Durante o impeachment de Dilma, eles animaram uma vergonhosa algazarra machista e reacionária, em nome de "Deus, pátria e família".
O sistema político brasileiro, além da extrema fragmentação, também tem a particularidade de premiar as pessoas famosas, que consentem com a formação que os candidata a obter mais cadeiras no cômputo final. E os pregadores são os preferidos. Em 2010, o deputado federal mais votado do país foi o "palhaço Tiririca".
Com 123 milhões de fiéis, o Brasil continua sendo o primeiro país católico do mundo. Até 2030, as duas religiões, porém, estarão no mesmo patamar.
Essa é uma versão resumida do texto. A tradução é de Moisés Sbardelotto para IHU Online.
97% dos brasileiros afirmam acreditar em Deus