Jornalismo se omite sobre milagres |
A imprensa brasileira não tem um único repórter que cobre exclusivamente religião, crenças em geral e ateísmo. E assunto, nesses temas, não falta.
Mas ela tem seção fixa de horóscopo.
Existem jornalistas aos montes que publicam tudo sobre política, principalmente conversa mole de parlamentares que não leva a nada.
Mas não há ninguém para, por exemplo, contar a história do brasileiro Marcilio Haddad Adriano, que diz ter obtido uma cura milagrosa de Madre Teresa.
A imprensa aceita pacificamente os milagres, sem dar o outro lado da moeda, o das evidências. Endossa os fakes news da religião.
E, no entanto, o ceticismo é matéria prima do jornalismo, para não endossar as “verdades” de uns e de outros.
Pois veja: a imprensa publica sem questionar que existem “falsos curandeiros”, mas não explica o que seriam curandeiros de verdade.
Endossa a versão de que Bíblias e imagens de santo escapam de incêndio como se isso fosse manifestação de divindades. Incêndio com vítimas fatais.
E por aí vai.
Nos últimos anos, o Brasil passou por profundas transformações religiosas.
A população está deixando de ser católica para se tornar evangélica, com grandes implicações sociais.
Algumas igrejas pentecostais se enriqueceram e passaram a influenciar diretamente o poder central, tornando-se em poderosos partidos políticos. No caso da Igreja Universal, ela possui uma rede nacional de televisão.
E a laicidade do Estado brasileiro passou a ser pisoteada diariamente.
Nada disso a imprensa cobre regularmente ou oferece análises esclarecedoras.
Ela própria parece ter sido pega de surpresa com as primeiras pesquisas que apontavam mudança no perfil religioso dos brasileiros.
Os três jornalões brasileiros têm feito uma cobertura massiva dos políticos e empresários corruptos, o que é de se esperar, mas ignoram os pastores safados que exploram os pobres.
Nenhum jornalista, por exemplo, apurou a história do sujeito que se levanta de uma cadeira de rodas durante o culto do milagreiro Valdemiro Santiago.
A imprensa não conseguiu se antecipar em nada os episódios que compõem a operação Lava Jato, embora esse seja o maior esquema de corrupção já observado no mundo.
Talvez, em relação aos negócios da religião, a imprensa esteja esperando o surgimento de um juiz como Sérgio Moro.
Notas de um ateu: calma, sr. juiz, os ateus não querem o poder
A responsabilidade dos comentários é de seus autores.
Mas não há ninguém para, por exemplo, contar a história do brasileiro Marcilio Haddad Adriano, que diz ter obtido uma cura milagrosa de Madre Teresa.
A imprensa aceita pacificamente os milagres, sem dar o outro lado da moeda, o das evidências. Endossa os fakes news da religião.
E, no entanto, o ceticismo é matéria prima do jornalismo, para não endossar as “verdades” de uns e de outros.
Pois veja: a imprensa publica sem questionar que existem “falsos curandeiros”, mas não explica o que seriam curandeiros de verdade.
Endossa a versão de que Bíblias e imagens de santo escapam de incêndio como se isso fosse manifestação de divindades. Incêndio com vítimas fatais.
E por aí vai.
Nos últimos anos, o Brasil passou por profundas transformações religiosas.
A população está deixando de ser católica para se tornar evangélica, com grandes implicações sociais.
Algumas igrejas pentecostais se enriqueceram e passaram a influenciar diretamente o poder central, tornando-se em poderosos partidos políticos. No caso da Igreja Universal, ela possui uma rede nacional de televisão.
E a laicidade do Estado brasileiro passou a ser pisoteada diariamente.
Nada disso a imprensa cobre regularmente ou oferece análises esclarecedoras.
Ela própria parece ter sido pega de surpresa com as primeiras pesquisas que apontavam mudança no perfil religioso dos brasileiros.
Os três jornalões brasileiros têm feito uma cobertura massiva dos políticos e empresários corruptos, o que é de se esperar, mas ignoram os pastores safados que exploram os pobres.
Nenhum jornalista, por exemplo, apurou a história do sujeito que se levanta de uma cadeira de rodas durante o culto do milagreiro Valdemiro Santiago.
A imprensa não conseguiu se antecipar em nada os episódios que compõem a operação Lava Jato, embora esse seja o maior esquema de corrupção já observado no mundo.
Talvez, em relação aos negócios da religião, a imprensa esteja esperando o surgimento de um juiz como Sérgio Moro.
Notas de um ateu: calma, sr. juiz, os ateus não querem o poder
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