A imprensa tem sido farta em textos, fotos e vídeos na cobertura da restauração em Jerusalém do túmulo de Jesus, agora reaberto para visitação pública.
Já se esperava tal overdose porque o tom dos grandes veículos de divulgação é e sempre foi confessional.
Ainda assim acho que não custaria nada a um redator enfiar no meio de um textão duas linhas informando que há historiadores que não acreditam que Jesus tenha existido.
Porque a verdade é esta: não há um único testemunho de pessoa da época atribuída a Jesus que tenha ouvido falar de alguém que transformava água em vinho, que andava sobre as águas, etc.
Tais eventos são tão extraordinários, que é no mínimo estranho que ninguém os tenha documentado.
A Bíblia relata essas e outras peripécias de Jesus. Mas a Bíblia não tem valor documental.
Ela foi escrita muitos anos depois da suposta morte de Jesus e sabe-se lá por quem.
Na cobertura da “reinauguração” do túmulo, jornais e sites têm ressaltado que Jesus foi sepultado naquela local de “acordo com a tradição cristã”, como se isso valesse como o outro lado da informação.
Não vale, não, porque não passa de uma redundância.
É claro que se trata de “tradição cristã”, porque se refere a uma história da Bíblia.
“Tradição budista” é que não é.
A imprensa deveria assumir a sua confessionalidade, terminado algumas reportagens, como essa do sepulcro, com um “amém”.
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Notas de um ateu
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