da Agência Lusa
Cientistas da Rutgers University-New Brunswick, nos Estados Unidos, querem incluir os micróbios na “Árvore da Vida” de Charles Darwin (1809-1882).
Em artigo publicado na revista "Tendências em Ecologia e Evolução", esses cientistas propõem uma nova imagem para "Árvore", de modo a incluir outros organismos.
Darwin criou a teoria de que a evolução se dá por seleção natural e sexual. No livro "A origem das espécies" diz que a evolução se dá a partir de um ancestral comum.
Agora, de acordo com pesquisadores citados na revista, os avanços na ciência mostram ser necessária uma abordagem interdisciplinar para classificar a vida, incorporando espécies que dependem umas das outras para sobreviver, como as bactérias que existem nos seres humanos e as dos corais, as algas e as plantas.
"Não devemos classificar as bactérias ou fungos associados a uma espécie de planta em sistemas filogenéticos (árvores da vida) separados porque são uma unidade de trabalho da evolução", disse Debashish Bhattacharya, professor da Universidade de Rutgers.
Acrescentou que o objetivo é transformar uma unidade bidimensional numa que seja multidimensional e inclua interações biológicas entre espécies.
Para ele, uma "Árvore da Vida" tem de ter ramos mostrando como diversas formas de vida, como as bactérias, plantas ou animais estão relacionadas.
Muita da biodiversidade da Terra consiste em micróbios, como as bactérias, vírus ou fungos, e eles muitas vezes interagem com plantas, animais e outros hospedeiros, de forma benéfica ou prejudicial.
Os autores do trabalho propõem uma nova "árvore da vida" que incorpore simbioses, relações de interdependência entre organismos.
Eles pretendem usar métodos computacionais sofisticados para criar uma imagem mais ampla e inclusiva da evolução dos organismos e dos ecossistemas. Porque, dizem, em vez de incluir simbioses a "Árvore da Vida" (de Darwin) baseia-se essencialmente em espécies e linhagens individuais, como se fossem independentes de outros ramos da "Árvore".
Os autores do trabalho acreditam que uma "Árvore da Vida" melhorada pode potenciar impactos transformadores em muitas áreas de ciência, tecnologia e sociedade, incluindo novas abordagens para lidar com questões ambientais, como espécies invasoras, combustíveis alternativos ou agricultura sustentável e saúde.
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