A desculpa é antiga, mas continua sendo usada por falta de criatividade: professores que obrigam seus alunos a rezarem o pai-nosso argumentam que essa oração é universal e, por isso, vale para todas as religiões.
Vereadores autores de lei do pai-nosso nas escolas recorreram ao mesmo argumento tosco.
Trata-se de uma falácia porque o pai-nosso está em dois trechos na Bíblia, em versos nos quais Jesus ensina seus seguidores como se dirigir a Deus.
É, portanto, uma oração de Cristo, cristã.
O que passa despercebido para a maioria das pessoas é que o pai-nosso não é universal sequer entre os cristãos.
Há várias versões dessa oração.
Há o pai-nosso dos católicos, que recitam os versos bíblicos ao pé da letra.
Há o dos evangélicos, que usam a oração como modelo para inspirar suas preces.
Há a versão dos espíritas kardecistas.
E por aí vai.
Mesmo se houvesse uma oração genérica, contemplando os milhares de deuses, ela não poderia ser adotada em escolas públicas de país de Estado laico, como o Brasil.
Porque quem não se ajoelha diante de divindade alguma tem de ser respeitado.
Supermercado Hirota impõe pai-nosso aos funcionários
A responsabilidade dos comentários é de seus autores.
Comentários
Postar um comentário