A neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel sustenta que não é a quantidade de neurônios que estabelece o desempenho comparativo da inteligência e cognição dos animais.
Se fosse assim, argumenta ela, um elefante africano, cujo cérebro pesa cerca de 2,5 quilos e possui 257 bilhões de neurônios, seria muito mais inteligente que o homem, que tem em torno de 86 bilhões em uma massa de 1,5 quilo.
Herculano-Houzel descobriu que é a distribuição desses neurônios no cérebro que faz a diferença na cognição.
A neurocientista comprovou que há no homem uma grande concentração de neurônios (16 bilhões) no córtex cerebral, diferentemente do que ocorre com os demais animais.
No caso do elefante africano, 98% dos neurônios estão na parte detrás do cérebro, no cerebelo, onde o ambiente para as interconexões cognitivas não é o mais adequado em relação ao córtex.
O elefante tem apenas 5,6 bilhões de neurônios no córtex.
E ao que se deve a diferença dessa distribuição de neurônios?
No entendimento da cientista, os humanos, no processo da evolução, concentrou neurônios no córtex consumindo mais energia, a partir do momento em que passou a cozinhar os alimentos.
Como passou a necessitar de menos energia para digerir os alimentos, antes crus, o homem obteve maior disposição e disponibilidade de tempo para mais atividades, entre as quais as de cognição, forçando a deslocação dos neurônios.
Com essa descoberta, Herculano-Houzel estabeleceu um patamar para outros avanços no conhecimento sobre a inteligência humana.
Envio de correção
Ser humano é capaz de boas ações sem precisar da religião
artigo de Suzana Herculano-Houzel
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