por José Eustáquio Diniz Alves
para Ecodebate
Não apenas a América Latina e o Brasil estão passando por uma transição religiosa e por um processo de aumento da pluralidade. Os Estados Unidos (EUA), de maneira diferente dos seus vizinhos continentais do Sul, também estão passando por uma reconfiguração no seu panorama religioso.
Os EUA são o terceiro maior país do mundo em tamanho de população (estão atrás apenas da China e da Índia) e são o maior país cristão do mundo. De origem WASP (White, Anglo-Saxon and Protestant), os cristãos norte-americanos se dividem em três grandes ramos: protestantes tradicionais, protestantes pentecostais e católicos.
O gráfico abaixo, do The Public Religion Research Institute (PRRI), mostra que, em 1974, os protestantes (tradicionais e pentecostais) representavam 63% da população, os católicos 26%, os sem religião (unaffiliated) 7% e as outras religiões 4%.
Quarenta anos depois, em 2014, os protestantes caíram para 46%, os católicos caíram para 21% e os sem religião subiram para 23%. As outras religiões se mantiveram no mesmo patamar.
Não apenas a América Latina e o Brasil estão passando por uma transição religiosa e por um processo de aumento da pluralidade. Os Estados Unidos (EUA), de maneira diferente dos seus vizinhos continentais do Sul, também estão passando por uma reconfiguração no seu panorama religioso.
Os EUA são o terceiro maior país do mundo em tamanho de população (estão atrás apenas da China e da Índia) e são o maior país cristão do mundo. De origem WASP (White, Anglo-Saxon and Protestant), os cristãos norte-americanos se dividem em três grandes ramos: protestantes tradicionais, protestantes pentecostais e católicos.
O gráfico abaixo, do The Public Religion Research Institute (PRRI), mostra que, em 1974, os protestantes (tradicionais e pentecostais) representavam 63% da população, os católicos 26%, os sem religião (unaffiliated) 7% e as outras religiões 4%.
Quarenta anos depois, em 2014, os protestantes caíram para 46%, os católicos caíram para 21% e os sem religião subiram para 23%. As outras religiões se mantiveram no mesmo patamar.
O mesmo gráfico do PRRI apresenta uma projeção linear para meados do atual século. A novidade seria a posição majoritária do grupo sem religião que ultrapassaria os protestantes em 2050 e seria o grupo majoritário (embora sem maioria absoluta).
Os católicos ficariam abaixo de 20% em 2050 e as outras religiões manteriam a mesma proporção de 4%. Ou seja, os EUA passariam por um forte processo de secularização e podendo chegar a mais de 40% de pessoas sem afiliação religiosa (aproximadamente o mesmo percentual que existe hoje no Uruguai).
Pesquisa do Instituto PEW mostra, com pequenas diferenças e maior desagregação, o quadro religioso nos EUA entre 2007 e 2014.
Nota-se que a maior queda ocorreu entre os protestantes tradicionais que passaram de 18,1% para 14,7% entre 2007 e 2014.
No mesmo período, a queda dos protestantes pentecostais foi de 26,3% para 25,4% e dos católicos de 23,9% para 20,8%.
O maior aumento aconteceu entre os sem religião (unaffiliated) que passou de 16,1% em 2007 para 22,8% em 2014.
As outras religiões também subiram, passando de 4,7% para 5,9%, no mesmo período.
Pesquisa do Instituto Gallup mostra que o percentual de americanos que acreditam em Deus diminuiu de 90% no início do atual século para 79% em 2016.
As pessoas que não estão certos da existência de Deus (aproximadamente equivalente a agnósticos) passou de algo em torno de 7% para 10% e os ateus passaram de 2% para 11% no mesmo período.
O Instituto Gallup apurou também que o pertencimento a alguma igreja, sinagoga ou mesquita nos Estados Unidos tem diminuído desde a época da Segunda Guerra Mundial até 2016, passando de aproximadamente dois terços para pouco mais da metade.
Se o quadro geral é de aumento do percentual de pessoas sem religião e de redução da frequência religiosa, no caso dos jovens esta tendência é mais acirrada.
O número de estudantes universitários sem afiliação religiosa triplicou nos últimos 30 anos, de 10% em 1986 para 31% em 2016, de acordo com dados do CIRP Freshman Survey, mostrado em matéria Scientific American (25/05/2017).
No mesmo período, o número de pessoas que frequentavam serviços religiosos caiu de 85% para 69%.
O número de alunos cuja preferência religiosa é “Nenhum” mudou ao longo do tempo.
O recuo da religião começa por volta de 1990 e acelera, com uma média de quase 1 ponto percentual por ano.
Essas tendências fornecem um retrato da atual geração de jovens adultos e fornecem um quadro da rápida secularização nos EUA.
Outro estudo do The Public Religion Research Institute (PRRI), denominado EXODUS. Why Americans are Leaving Religion, and Why They’re Unlikely to Come Back (2016) mostra que o crescimento no número de pessoas sem religião cresce em todas as idades, mas principalmente entre os jovens.
Este estudo considera que o número de pessoas sem religião é maior do que o comumente mostrado nas pesquisas tradicionais.
Os Estados Unidos continuam sendo o maior país cristão do mundo e devem manter este posto ao longo das próximas décadas. Mas tende a ser um país cada vez mais secularizado, desencantado (na expressão de Max Weber) e com alto grau de pluralidade religiosa.
Mas caminha para ter um percentual de população “descrente” semelhante a outros grandes países, como China, Japão, Suécia, Suíça e Reino Unidos – todos com elevado número de pessoas que se declaram sem religião.
Provavelmente, o crescimento da parcela da população sem religião deve ter influência sobre o conjunto da América Latina e do Brasil.
O debate sobre “desencantamento”, “reencantamento” “ressacralização e secularização deve ganhar volume, especialmente se consideramos que todo o continente americano está ficando mais diverso e plural.
Envio de correção
Triplica nos Estados Unidos universitários sem religião
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