Um pai de santo protagonizou um ato surreal na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Aderbal Moreira Costa ocupou a tribuna do plenário no dia 6 de junho de 2017 para defender o Estado laico [vídeo abaixo].
“Xubaraichocorobijá”, afirmou Costa, o que, na minha modesta compreensão, não quer dizer nada.
Em seguida, entre outras coisas, defendeu que "esta Casa não permita mais que as igrejas se apossem do Estado”.
Com exceção das seitas de matriz africana, fica subentendido, porque, se assim não fosse, Costa não estaria ali falando a uma plateia vestida de branco e tocando atabaques.
O pai de santo foi um dos oradores da cerimônia em homenagem a Beatriz Moreira Costa, a Mãe Beata de Iemanjá, que morreu recentemente.
A iniciativa foi do deputado Marcelo Freixo, do PSOL, um partido que, acho, defende a laicidade do Estado brasileiro, ao menos em seu programa.
Costa poderia ter sido franco e objetivo, criticando os líderes evangélicos que pregam a intolerância aos adeptos de seitas de afrodescendentes e aos do catolicismo.
Isso de fato existe, como se sabe, e tem se agravado, com a invasão de terreiros e a destruição de imagens da Nossa Senhora em templos católicos.
Recentemente, houve uma marcha de evangélicos contra a construção de uma igreja católica. Algo até então inédito no Brasil.
O que não faz sentido é a defesa do Estado laico com a realização de um ritual religioso no plenário de um parlamento.
Até parece deboche da inteligência do brasileiro.
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