Colonização da sexualidade |
Quando chegaram ao Brasil, os jesuítas ficaram espantados ao ver tanta gente sem roupa.
Eles ficaram horrorizados quando perceberam que havia índios homossexuais e que isso era aceito com naturalidade pelas tribos.
Com o apoio do governo português — naquela época Estado e Igreja se mesclavam —, os jesuítas vestiram os índios e impuseram castigos aos homossexuais, no que hoje seria chamado de cura gay.
Os padres impuseram aos índios homossexuais surras no tronco, trabalho forçado, casamento arranjado com não índias e vigilância permanente.
Houve casos de índios que morreram por não aguentar os castigos físicos.
O relato da repressão dos índios gays do Brasil está no livro Gay Indians in Brazil: Untold Stories of the Colonization of Indigenous Sexualities (“Índios gays no Brasil: As histórias não contadas da colonização das sexualidades indígenas”), dos antropólogos brasileiros Estevão R. Fernandes e Barbara M. Arisi.
O livro tem sido um dos mais vendidos na Amazon, e os autores vão traduzi-lo para o português.
Gay Indians in Brazil foi publicado pela editora Springer e escrito a partir da tese de doutorado que Fernandes defendeu na Unb e da pesquisa de campo feita por Arisi
Fernandes resolveu abordar o assunto por ter ficado instigado com o fato de haver poucas informações acadêmicas sobre os indígenas homossexuais.
Ele observou que a homossexualidade dos índios não é discutida até hoje sequer pelos movimentos indígenas.
“O livro não é tanto sobre a ‘homossexualidade indígena’, mas mais sobre esses silenciamentos.”
Arisi, que estudou in loco os índios Matis, na Terra Indígena Vale do Javari (AM), tem um exemplo sobre como se processa a invisibilidade da sexualidade dos índios.
Ela escreveu um artigo sobre a curiosidade dos índios sobre o sexo dos brancos mostrado em filmes de pornografia, mas foi censurada pelo Museu do Índio por causa do título do texto: “A vagina sovina”.
“Trata-se de um termo comum entre os falantes de língua do tronco Pano”, disse.
Fernandes afirmou que até hoje ocorre na sociedade brasileira o que houve na colonização.
“De um lado, há a Igreja impondo seu padrão moral e, de outro, o Estado apoiando uma modelo de família e de sexualidade que se enquadra em um ideal de civilização.”
Com informação do site Racismo Ambiental e outras fontes e foto de parte da capa do livro.
Ele observou que a homossexualidade dos índios não é discutida até hoje sequer pelos movimentos indígenas.
“O livro não é tanto sobre a ‘homossexualidade indígena’, mas mais sobre esses silenciamentos.”
Arisi, que estudou in loco os índios Matis, na Terra Indígena Vale do Javari (AM), tem um exemplo sobre como se processa a invisibilidade da sexualidade dos índios.
Ela escreveu um artigo sobre a curiosidade dos índios sobre o sexo dos brancos mostrado em filmes de pornografia, mas foi censurada pelo Museu do Índio por causa do título do texto: “A vagina sovina”.
“Trata-se de um termo comum entre os falantes de língua do tronco Pano”, disse.
Fernandes afirmou que até hoje ocorre na sociedade brasileira o que houve na colonização.
“De um lado, há a Igreja impondo seu padrão moral e, de outro, o Estado apoiando uma modelo de família e de sexualidade que se enquadra em um ideal de civilização.”
Com informação do site Racismo Ambiental e outras fontes e foto de parte da capa do livro.
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