Conflito por ocupação espaço |
Existem centenas de credos.
Religiões que atuam por maior visibilidade e as que são mais bem organizadas tendem a recorrer à Justiça para nomear seus próprios professores.
Essas religiões, principalmente pentecostais, deixarão de aceitar que, nas escolas, um único professor ministre sobre todas as crenças.
As igrejas evangélicas não apoiaram a manutenção do ensino religioso, mas agora, com ele foi oficializado, a lógica é de ocupação de espaço no concorrido mercado da fé.
Além disso, para pastores, a disponibilização de milhões de ovelhinhas em potencial é uma oportunidade boa demais para não se aproveitar. A pesca nesse mercado garante o futuro.
Elcio Cecchetti, coordenador-geral do Fonaper (Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso), disse que a Igreja Católica, nessa disputa, sai na frente, por razões históricas e por ter uma boa estrutura de catequese.
As ordens católicas têm editoras, livros, propostas de didática e sistema de comunicação com abrangência nacional.
“Fico imaginando como fica uma instituição como a umbanda, que não tem editoria, não tem TV, não tem estrutura”, disse Cecchetti.
“Como vai formar professores para dar aula nas escolas?”
O crescimento da população evangélica, que já representa cerca de 30% dos brasileiros, vai acirrar daqui a alguns anos os embates pelo espaço nas escolas, com pressão inclusive sobre os alunos.
Entidades ateístas também poderão reivindicar acesso às salas de aula, porque, ao menos em tese, o Estado brasileiro continua laico.
E satanistas também.
A votação do STF que instituiu um “estado laico religioso” foi dividida, terminando em 6 a 5.
Cármen Lúcia, presidente da Corte, deu o voto de minerva.
Ela tem forte tradição católica e dá aula na PUC, o que, a princípio, não dá para estabelecer uma relação de causa e efeitos em seus julgamentos.
Mas Cármen, como magistrada, demonstrou ser uma boa católica.
Um dia ela poderá avaliar o estrago que ajudou fazer.
Com informação do G1 e de outras fontes.
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