O cientista político alemão-egípcio Hamed Abdel-Samad não acredita que a restauração do “verdadeiro” Islã seja a solução para acabar com o terrorismo islâmico.
Islã 'verdadeiro' é igual |
Isto porque, para ele, a violência está nos genes do que chama de "Islã político".
“Se levarmos os muçulmanos de volta ao exemplo do profeta Maomé e à palavra do Corão, teremos o salafismo ou o Estado islâmico”, disse.
“Por isso, não acredito na frase ‘voltar à essência do Corão’”.
O cientista político afirmou que esse descolamento não será feito por iniciativa do próprio Islã.
“As religiões e as suas instituições nunca se transformaram voluntariamente”, disse.
“Elas tiveram que ser violentamente criticadas e pressionadas por parte daqueles que saíram delas para poderem ser reformadas. E nunca fizeram isso no ápice do seu poder, mas em fases de fraqueza.”
“Foi assim em 2010, quando se descobriu o escândalo da pedofilia na Igreja Católica. Isso foi mantido às escondidas por anos, até que a opinião pública disse “chega”, e se seguiu uma onda de desistências da Igreja.”
Tem de haver o mesmo em relação ao Islã, disse Abdel-Samad.
“Não podemos esperar que a Universidade de Al-Azhar, ou os muftis sauditas, ou as organizações xiitas no Irã reformem o Islã. É preciso esperar que os próprios fiéis mudem a sua atitude mental em relação aos textos e à sua religião.”
O que está longe de acontecer.
Com informação da revista Publik-Forum e tradução de Moisés Sbardelotto para IHU Online.
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