Pular para o conteúdo principal

Esquerda europeia e a dos EUA retiram apoio a ateus por causa de crítica ao Islã

Para esquerdistas, novos ateus são  islamofóbicos   

PAULO LOPES
jornalista

A esquerda europeia e a americana, por se considerarem politicamente correta, deixaram de apoiar os chamados “novos ateus” por causa da contundência da crítica deles ao Islã.
 
Geralmente ateus não gostam de ser chamados de “novos ateus”, mas a designação pode servir para identificar os descrentes que, após o atentado de 11 de Setembro, resolveram combater as influências danosas da religião na sociedade.

Em defesa da laicidade do Estado, esses ateus passaram a combater, por exemplo, contradições como erigir um monumento ao deus cristão no lugar das torres gêmeas, que foram derrubadas em nome do deus muçulmano — como se sabe, ambos as divindades são as mesmas.

Inicialmente, a esquerda se juntou aos militantes ateus (muito deles são esquerdistas) na defesa do Estado laico, mas começou a abandonar o barco quando lideranças ateias subiram o tom em suas críticas ao dogmatismo islâmico.

A esquerda passou a chamar os militantes ateus de islamofóbicos, de perseguir a minoria muçulmana em países europeus e nos Estados Unidos.

Tal acusação começou a ser feita já na época do britânico Christopher Hitchens (1949-2011), cujo brilhantismo desmascarava em poucas palavras a farsa das religiões, principalmente a islâmica.

Com a morte de Hitchens, a esquerda passou a atacar o filósofo e neurocientista americano Sam Harris.

O bombardeio contra Harris foi tão intenso, que houve católicos que saíram em sua defesa, dizendo que o filósofo era um dos poucos pensadores que tinham a coragem de criticar abertamente o Islã por dar sustentação a atos de violência extrema.

A esquerda deixou de mirar seus canhões contra Harris quando aumentou os ataque de terroristas islâmicos em vários países.

Um episódio recente, de 2017, mostra que a esquerda, ou parte dela, está se tornando inimiga dos "novos ateus", a ponto de querer lhes confiscar o direito de expressão.

Em julho de 2017, a KPFA, uma emissora de rádio da Califórnia tida como um reduto da esquerda americana, “desconvidou” Richard Dawkins para dar uma palestra sob a acusação de ele ser anti-islã.

Isso ocorreu depois que a KFPA descobriu que Dawkins escrevera no Twitter que o “Islã é a pior religião de todas”, na atualidade.

A emissora disse que não podia ser conivente com esse “discurso abusivo”.

Dawkins respondeu que é, sim, um veemente crítico do Islã, porque essa religião dá amparo à misoginia, homofobia, assassinato de apóstatas e às pseudociências.

O biólogo britânico argumentou que faz as mesmas críticas ao cristianismo e nunca teve uma palestra cancelada por ser anticristão.

Eis aqui a “lógica” da esquerda politicamente correta: criticar as igrejas cristãs pode, mas o Islã, não.

Suponho que, para os “novos ateus”, todas as religiões têm de ser questionadas, em um esforço para melhorar a natureza humana.

Só os ateus têm coragem de criticar com firmeza o Islã

Islâmicos reprimem ateus de comunidade na Grã-Bretanha

Ateu muçulmano escreve sobre como se libertou do islamismo


Comentários

Unknown disse…
"INFLUÊNCIAS danosas da religião na sociedade" ? Bota danosa nisso. Vai contando, Cruzadas, Inquisição, Ku klux klan, Eminência Parda, exegeses particulares considerando afrodescendentes, maioria do povo brasileiro, amaldiçoada biblicamente. Número recorde de pastores acusados de estupro, e não vem com esse "papo" de "Falso pastor", não, porque pastor não tem diploma, não, subiu no púlpito, recebeu do dízimo é pastor legítimo, isso sem falar naqueles que junto das igrejas deles, estão sendo acusados de "lavagem" de dinheiro. E QUEREM MISTURAR PÚLPITO COM PALANQUE, pode?
essa não é a esquerda de essência, mas a pequena esquerda burguesa, eu sou anarquista, combato os opressores, por tanto, também estou do lado da esquerda de essência e sei que religião é ferramenta política e uma forte aliada dos opressores contra os oprimidos. Como bem disse o professor Clovis Barros Filho: "Os poderosos sempre apoiaram fortemente o uso da religião, porquê é justamente a religião que faz com que os pobres se conformem com suas vidas miseráveis e não se rebelem contra os poderosos que os exploram."
Essa esquerda que defende religiões está preocupada com o voto dos crentes e ou, acha que deve defender o direito a fé e ao credo, em quanto não percebe que está lutando pelo direito a liberdade de expressão do ódio e preconceito, além da doutrinação criminosa que se começa quando todos são crianças. Essa esquerda burguesa protege o charlatanismo, então, deve ser devidamente classificada como "esquerda burguesa".

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Líder religioso confirma que atirador foi da Testemunhas de Jeová

O superintendente do Circuito Rio de Janeiro-07 da Testemunhas de Jeová, Antônio Marcos Oliveira, confirmou ao UOL que Wellington Menezes de Oliveira, o atirador do Realengo, frequentou um templo da religião na Zona Oeste da cidade. Casa do atirador tinha publicações da TJs O líder religioso procurou minimizar esse fato ao ressaltar que Wellington foi seguidor da crença apenas no início de sua adolescência. Ele não disse até que ano Wellington foi um devoto. Na casa do atirador, a polícia encontrou várias publicações editadas pela religião. (foto) Essa foi a primeira manifestação da TJs desde que Wellington invadiu no dia 7 de abril uma escola e matou 12 estudantes e ferindo outros. Oliveira fez as declarações em resposta a um ex-TJ (e suposto amigo do atirador) ouvido pelo UOL. Segundo esse ex-fiel, Wellington se manteve na religião até 2008. Por essa versão, Wellington, que estava com 23 anos, permaneceu na crença até os 20 anos. Ou seja, já era adulto, e não um pré-ad

Valdemiro pede 10% do salário que os fiéis gostariam de ter

TJs perdem subsídios na Noruega por ostracismo a ex-fiéis. Duro golpe na intolerância religiosa

Maioria jamais será ateia nem fiel da Iurd, diz padre Marcelo

Para Rossi, Deus não reconhece casal de gays como família O jornal Correio da Manhã, de Portugal, perguntou ao padre Marcelo Rossi (foto): - O que o assustaria mais: um Brasil que deixasse de crer em Deus ou um Brasil crente em que a Iurd fosse maioritária? A resposta foi enfática: - Não acredito que isso possa acontecer. Nunca. O Brasil não vai deixar que isso aconteça. Rossi foi evasivo ao responder se está ou não preocupado com o avanço no Brasil dos evangélicos protestantes. “Há igrejas e igrejas”, disse. “Uma coisa são as igrejas tradicionais evangélicas e outra são as seitas.” O padre foi entrevistado por Leonardo Ralha a propósito do lançamento em Portugal do seu livro 'Ágape'. Ele disse ter ficado surpreso com das vendas do livro no Brasil – mais de sete milhões de exemplares, contra a expectativa dele de um milhão. Atribuiu o sucesso do livro à sua tentativa de mostrar às pessoas um resumo dos dez mandamentos: “amar a Deus sobre todas as

Tibetanos continuam se matando. E Dalai Lama não os detém

O Prêmio Nobel da Paz é "neutro" em relação às autoimolações Stephen Prothero, especialista em religião da Universidade de Boston (EUA), escreveu um artigo manifestando estranhamento com o fato de o Dalai Lama (foto) se manter neutro em relação às autoimolações de tibetanos em protesto pela ocupação chinesa do Tibete. Desde 16 de março de 2011, mais de 40 tibetanos se sacrificaram dessa dessa forma, e o Prêmio Nobel da Paz Dalai Lama nada fez para deter essa epidemia de autoimolações. A neutralidade, nesse caso, não é uma forma de conivência, uma aquiescência descompromissada? Covardia, até? A própria opinião internacional parece não se comover mais com esse festival de suicídios, esse desprezo incandescente pela vida. Nem sempre foi assim, lembrou Prothero. Em 1963, o mundo se comoveu com a foto do jornalista americano Malcolm Wilde Browne que mostra o monge vietnamita Thich Quang Duc colocando fogo em seu corpo em protesto contra a perseguição aos budistas pelo

Presidente do STJ nega que tenha proibido enfeites de Natal

Pargendler disse que a notícia foi veiculada sem que ele fosse ouvido Com atualização em 14/12/2011  Ari Pargendler (foto), presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), emitiu nota hoje (14/12) negando que tenha proibido a colocação de enfeites de Natal nas dependências desta Corte. A notícia, que agora se revela falsa, foi divulgada no dia 11 pelo jornalista Claudio Humberto, do Jornal do Brasil, com a explicação de que a decisão de Pargendler tinha sido para cumprir a Constituição, que estabelece a laicidade do Estado. Pargendler também desmentiu informação publicada na Folha de S.Paulo segundo a qual ninguém mais poderia usar no STJ “sandálias tipos gladiador” e “calças jeans”. Na verdade, de acordo com a nota do presidente do STJ, a proibição só vale para o uso de chinelos “tipo havaianas”. Com informação do STJ . Liga de Lésbicas do Sul pede a retirada de crucifixos de prédios públicos. outubro de 2011 Religião no Estado laico.

Jornalista defende liberdade de expressão de clérigo e skinhead

Título original: Uma questão de hombridade por Hélio Schwartsman para Folha "Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos"  Disputas eleitorais parecem roubar a hombridade dos candidatos. Se Fernando Haddad e José Serra fossem um pouco mais destemidos e não tivessem transformado a busca por munição contra o adversário em prioridade absoluta de suas campanhas, estariam ambos defendendo a necessidade do kit anti-homofobia, como aliás fizeram quando estavam longe dos holofotes sufragísticos, desempenhando funções executivas. Não é preciso ter o dom de ler pensamentos para concluir que, nessa matéria, ambos os candidatos e seus respectivos partidos têm posições muito mais próximas um do outro do que da do pastor Silas Malafaia ou qualquer outra liderança religiosa. Não digo isso por ter aderido à onda do politicamente correto. Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos. Acredito que clérigos e skinheads devem ser l

Igreja Católica muda ou acaba, afirma teólogo Mário França

Igreja está desgastada por ser centralizada, disse França Se a Igreja Católica não mudar, se, por exemplo, continuar a condenar a homossexualidade, a camisinha e os contraceptivos e impedir o casamento de padres, ela vai acabar. Essa é a opinião do teólogo Mário França, 76, professor da PUC-Rio e ex-integrante da Comissão Teológica do Vaticano, onde permaneceu por 11 anos. Em entrevista ao jornal “O Globo”, França defendeu o surgimento de uma nova Igreja que esteja sob o controle dos laicos, e não tanto como é hoje, dominada pela hierarquia e ortodoxias de Roma — uma estrutura que representa uma “traição” à Igreja primitiva. “A Igreja não pode excluir, tem de atender a todo mundo”, afirmou. “Todos são iguais, não tem homem, mulher, judeu, gentio ou escravo e senhor”. Ele afirmou que o laicado perdeu importância quando a Igreja adotou uma estrutura monárquica, copiando um pouco o império romano. “Foi consequência da chegada dos príncipes, que começaram a nomear parentes