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Raquel de Queiroz foi uma ateia que gostaria de ser crente


Doodle do Google homenageou a
escritora no dia 17 de novembro de 2017

A escritora Raquel de Queiroz era assumidamente ateia e não se orgulhava disso.

Achava que, se fosse crente, sofreria menos, diante da perspectiva de haver um deus em outro mundo, melhor.

“Quem não tem fé é uma pessoa infeliz”, disse certa vez.

A contradição é que Raquel parecia sempre estar feliz, com um sorriso contagiante.

Autora do “O Quinze” (1927), entre outros livros que se destacam na literatura brasileira, Raquel de Queiroz foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.

Ganhou vários prêmios, incluindo o “Camões”, em 1993.


Transitou da esquerda para direita. Em 1937, ela foi presa por ser comunista e em 1964 apoiou o golpe militar. Era amiga do marechal Castelo Branco, cearense, como ela.

Raquel de Queiroz nasceu em 17 de novembro de 1910 em Fortaleza e morreu em 4 de novembro de 2003 no Rio de Janeiro.

Ela dizia que não gostava de escrever por ser penoso. Mas escreveu dezenas de romances.

A figura miúda e a trajetória de Raquel reforçam o dito de que o nordestino tem de ser forte para sobreviver à seca do sertão — o "Quinze" faz essa abordagem.

Isso talvez tenha a ver com a falta de fé de Raquel, porque ela sabia que não podia contar com a ajuda de um paizão inexistente.

Certa vez ela afirmou: “Quanto ao ateu, a diferença que faz do deísta, é que ele próprio é o seu deus”.




Ferreira Gullar, ateu famoso

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