Reportagem de 1.000 palavras |
Parece que a Folha de S.Paulo descobriu que existem ateus no Brasil e hoje (4/1/2018) publicou um texto de mil palavras sobre a Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos).
Em setembro de 2017, o jornal chamou quatro religiosos e nenhum ateu para discutir a crise brasileira da perspectiva da crença, como se, nesse caso, o “outro lado” da questão não tivesse importância.
Na época, a jornalista Suzana Singer, de Treinamento e Seminários do jornal, disse não ter convidado nenhum ateu porque o Estado laico não estaria em pauta, e foi justamente esse assunto que se destacou no encontro.
Na reportagem de agora, Anna Virginia Balloussier faz menções à atuação da entidade na defesa do Estado laico.
“[...] O grupo ajuizou dezenas de ações civis públicas contra o que considera serem atentados ao princípio de um Estado imune à interferência religiosa.”
Mas o destaque foi para a declaração do presidente da Atea, Daniel Sottomaior, de que “a gente quer odiar a religião, ela merece. Querem nos culpar por memes religiosos? Pois nos declaramos culpados desde já."
O jornal informou que o Ministério Público de São Paulo pediu a instauração de inquérito policial para verificar se as postagens da associação no Facebook podem ser enquadradas como “práticas de crime de ultraje ao culto”.
“Em outras palavras”, escreveu a repórter, “intolerância religiosa”.
O título da reportagem é "Associação que defende o ateísmo é acusada de intolerância religiosa".
Há, de fato, uma geração de ateus que batem duro nas religiões e em seus líderes, e esse é o caso do pessoal da Atea, mas não se pode sugerir que eles compõem um grupo de ódio, como tantos outros.
A maioria dos ateus está entre os mais tolerantes, não fazendo oposição, por exemplo, à união gay e ao aborto e combate a censura, o que não ocorre com lideranças religiosas e seguidores. O Datafolha sabe disso.
Faltou à reportagem uma abordagem ampla, ouvir alguém sobre a liberdade de expressão (que também vale para os ateus...), por exemplo, para evitar distorções.
De qualquer forma, para o ateísmo, não sair bem na foto é melhor do que ser ignorado.
Há, de fato, uma geração de ateus que batem duro nas religiões e em seus líderes, e esse é o caso do pessoal da Atea, mas não se pode sugerir que eles compõem um grupo de ódio, como tantos outros.
A maioria dos ateus está entre os mais tolerantes, não fazendo oposição, por exemplo, à união gay e ao aborto e combate a censura, o que não ocorre com lideranças religiosas e seguidores. O Datafolha sabe disso.
Faltou à reportagem uma abordagem ampla, ouvir alguém sobre a liberdade de expressão (que também vale para os ateus...), por exemplo, para evitar distorções.
De qualquer forma, para o ateísmo, não sair bem na foto é melhor do que ser ignorado.
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