Game como religião |
As plataformas digitais são uma invenção recente, mas os jogos virtuais, não.
Yuval Noah Harari, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, cita a religião como exemplo de game milenar.
A religião é um grande jogo de realidade virtual com a participação de milhões de pessoas, escreve ele.
“Religiões como o Islã e o Cristianismo inventam leis, como ‘não coma carne de porco’, ‘repita as mesmas preces um número determinado de vezes por dia’, ‘não faça sexo com alguém do seu próprio gênero’ e assim por diante.”
“Essas leis existem apenas na imaginação humana. Nenhuma lei natural exige a repetição de fórmulas mágicas ou veta a homossexualidade ou ainda a ingestão de porco.”
“Muçulmanos e cristãos atravessam a vida tentando ganhar pontos em seu jogo de realidade virtual favorito. Se você reza todos os dias, você obtém pontos. Se você se esquece de rezar, você perde pontos.”
“Se, no final da sua vida, você ganhar pontos suficientes, você vai ao próximo nível do jogo (também conhecido como Paraíso).
Autor do best-seller 'Sapiens: Uma breve História da Humanidade', Harari faz essas observações no texto “O significado da vida em um mundo sem trabalho”, publicado no The Guardian.
Ele afirma que, até 2050, vai surgir a classe dos inúteis, composta por pessoas que não têm o que fazer por causa das funcionalidades crescentes da inteligência artificial.
Prevê que haverá uma ajuda estatal para a sobrevivência dos inúteis. Será uma espécie de bolsa família ou cidadão, que já existe no Brasil e em outros países.
Afirma que, como terão de ter um propósito de vida, para evitar a loucura, os inúteis vão se dedicar a uma versão moderna da religião, o game de realidade virtual em 3D.
O que ele não disse é que muita gente que não tem que fazer já se ocupa da religião.
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