Firmino diz ter contato direto com Deus |
Um exemplo é o delegado Moacir Fermino (foto), de Novo Hamburgo [mapa], RS, que, após uma “revelação de Deus”, prendeu um suspeito de ter esquartejado dois jovens em um ritual satânico.
O delegado evangélico contou que teve a ajuda de dois pastores, e o resultado é que o sacerdote de umbanda Silvio Rodrigues, com templo em Gravataí [mapa], ficou preso mais de 40 dias, até que um superior de Fermino desconfiasse daquela história mirabolante.
Rodrigues contou que, ao ser abordado, o delegado disse que “era Deus e estava prendendo Satanás”.
Não havia provas contra Rodrigues porque, como se sabe, Deus está em todo o lugar e sabe de tudo.
Mas, se é assim, seria o caso de se perguntar ao delegado por que Deus não impediu a morte das duas crianças?
Em entrevista, após a prisão, Firmino disse ter desvendado vários casos com a ajuda de “homens de Deus”.
Ou seja, o delegado vinha atuando já havia algum tempo como pastor caçador de demônios, e a Polícia Civil nada fez, permitiu.
Merecidamente, no episódio, a Polícia Civil se mostrou ridícula.
O delegado de Deus serve como um alerta sobre as consequências (nem sempre tão visíveis) da intromissão da religião e de religiosos em setores onde devem imperar o bom senso e a objetividade. Setores como a política e a educação.
Vítima de discriminação religiosa, Silvio Rodrigues, se quiser, poderá acionar o Estado de Santa Catarina por danos morais e físicos.
Se houver condenação, é o delegado que deve pagar a indenização, e não o Estado, que é laico.
Para o pagamento, Firmino poderá obter ajuda dos dois pastores e de Deus.
Com informação da imprensa de Santa Catarina e foto de divulgação.
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