Filhos de imigrantes se libertam da crença herdada |
Filho de família muçulmana de imigrantes nos Estados Unidos, um universitário, alcoolizado, teve de se confrontar em casa com a reprimenda de seu pai.
Para surpresa do filho, o pai disse que também tinha perdido a fé, mas o jovem tinha de fazer como ele: manter a discrição para evitar a rejeição da comunidade islâmica.
A revista britânica The Economist deu esse exemplo para informar que tem aumentado nos Estados Unidos o número de ex-muçulmanos, principalmente entre os filhos de imigrantes.
Esses ex-muçulmanos, na maioria, se tornam ateus porque, para eles, trata-se de uma perda total de fé, e não só uma descrença no Deus no Islã.
Citado pela revista, o Pew Research Center apurou que 23% dos americanos criados como muçulmanos não se identificam mais com a fé da família.
A maioria deles é de imigrantes de segunda geração.
Entre os nascidos entre 1989 e 1895, a geração do milênio, os ex-muçulanos são 33%.
Para alguns, a perda da fé ocorre depois da juventude, quando já são casados e levam os filhos para a mesquita.
Para jovens de família menos religiosas, a transição para a descrença ocorre sem grandes repercussões.
Nas famílias dos muçulmanos mais devotos, a apostasia tem um efeito dramático, como em países islâmicos.
Independentemente do grau do fervor, para muçulmanos há algo pior do que ter um filho ateu. É ter filho ateu gay.
Filho de imigrantes somalis nos Estados Unidos, Mahad Olad tem passado por essa experiência.
Olad conta que, levado para o Quênia pela família para supostas férias, seus pais lhe informaram já no aeroporto que ele não voltaria logo para os Estados Unidos, porque seria entregue a clérigos muçulmanos para que deixasse de seu ateu e homossexual.
Olad sabia que seria submetido a sessões de horror, com muitas orações, jejum e espancamentos.
Em uma noite, enquanto seus pais dormiam, ele pegou seu passaporte no quarto deles e voltou para os Estados Unidos.
Desde então ele não teve mais contato com a família.
Com informação do The Economist.
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