Ancine tem de apurar a fraude de 'Nada a perder' |
por Luiz Zanin Oricchio
para o Estado de S.Paulo
Minha experiência com "Nada a Perder" foi a seguinte:
Fomos a um cinema de shopping e na bilheteria nos avisaram: lotação esgotada, só restavam alguns assentos, embaixo da tela. Aceitamos. Na entrada da sala, um rapaz nos ofertou um lencinho com uma oração e nos preveniu que depois nos explicariam o que significava aquilo.
Lá dentro, uma meia dúzia de gatos pingados. Sentamos em nossos lugares e os trailers começaram.
Ao iniciar a sessão, contamos 41 pessoas dentro de uma sala com capacidade de 222 lugares. E assim ficou até o final.
Pelo que vi de reportagens e depoimentos a situação tem sido mais ou menos a mesma na maior parte dos cinemas: a sala aparece como lotada, mas na hora do filme há muito pouca gente lá dentro.
Os distribuidores e exibidores estão pouco se lixando. Vendem por lote, a preço de meia entrada. Se o público vai ou não vai, é outra história. A Igreja está na dela e ignora a discrepância brutal entre ingressos vendidos e afluência do público.
Mas esta deveria ser uma preocupação de quem mexe com números de cinema no país – seja a Ancine, sejam entidades privadas.
Afinal, números não são neutros. Oferecem uma interpretação que, no caso, não condiz com a realidade.
Dessa forma, se "Nada a Perder", o filme sobre a vida do bispo Edir Macedo, encomendado pelo próprio, aparecer como um campeão de bilheteria, isso será uma mentira. Uma fraude.
para o Estado de S.Paulo
Minha experiência com "Nada a Perder" foi a seguinte:
Fomos a um cinema de shopping e na bilheteria nos avisaram: lotação esgotada, só restavam alguns assentos, embaixo da tela. Aceitamos. Na entrada da sala, um rapaz nos ofertou um lencinho com uma oração e nos preveniu que depois nos explicariam o que significava aquilo.
Lá dentro, uma meia dúzia de gatos pingados. Sentamos em nossos lugares e os trailers começaram.
Ao iniciar a sessão, contamos 41 pessoas dentro de uma sala com capacidade de 222 lugares. E assim ficou até o final.
Pelo que vi de reportagens e depoimentos a situação tem sido mais ou menos a mesma na maior parte dos cinemas: a sala aparece como lotada, mas na hora do filme há muito pouca gente lá dentro.
Os distribuidores e exibidores estão pouco se lixando. Vendem por lote, a preço de meia entrada. Se o público vai ou não vai, é outra história. A Igreja está na dela e ignora a discrepância brutal entre ingressos vendidos e afluência do público.
Mas esta deveria ser uma preocupação de quem mexe com números de cinema no país – seja a Ancine, sejam entidades privadas.
Afinal, números não são neutros. Oferecem uma interpretação que, no caso, não condiz com a realidade.
Dessa forma, se "Nada a Perder", o filme sobre a vida do bispo Edir Macedo, encomendado pelo próprio, aparecer como um campeão de bilheteria, isso será uma mentira. Uma fraude.
Filme sobre vida de Edir Macedo se equipara a comercial de alvejante
Fortuna pessoal de Edir Macedo seria de no mínimo US$ 2 bi
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